O emblema de Peixes são dois peixes ligados
nadando em direções contrárias. Um peixe se dirige para a orla do universo, e o
outro desce ao fundo do mar, o que nos remete ao dimensionamento da L.'.
(conforme ritual Ap.'.).
O peixe da esquerda, que nada para baixo,
simboliza o movimento da involução rumo à matéria, e o da direita, que nada em
direção ao alto, simboliza a evolução do duplo Espírito e Matéria que retorna
ao princípio Uno.
O símbolo representa ainda os
diferentes tipos de Maçons – o que está evoluindo e progredindo espiritualmente
e o outro que se insere num mundo confuso, nadando sem saber seu destino, onde
encontrar o continente. Com o seu caminho da transformação e da transcendência,
os Maçons são constantemente colocados em situações em que nadam contra si
mesmos.
Os peixes estão desenhados como duas luas
crescentes: uma significa a dissolução da forma antiga, e a outra, o início do
novo. Se os glifos da lua crescente forem virados para o lado contrário, eles
formarão um círculo e assumirão uma forma de ovo – símbolo da totalidade.
No próprio nome Peixes (em português)
verificamos o simbolismo do ideograma. A letra X tem forte conotação com o
próprio ideograma, assim as letras iniciais “Pe” tem relação com o órgão regido
pelo signo de PEiXes. Os pés regidos por Peixes são a parte do corpo capaz de
sujar-se mais facilmente, lembrando nossos erros, pecado e a remissão.
Peixes pertence ao mais secreto dos universos,
ao mais escondido dos mundos, ao meio menos acessível ao homem, aquele que
oferece mais resistência aos seus esforços de investigação.
O mundo do silêncio! As
expressões conhecem o destino da sua verdade. Esta deve a sorte à autenticidade
da sua inspiração: “o mundo do silêncio”, “o silêncio do mar”, são títulos que
encontram correspondência na alma e, por isso, são inesquecíveis. A imensidade
pressentida das forças inconscientes, das quais os pontos de apoio do
pensamento racional estão ausentes, exprime-se pela imagem da profundidade das
águas.
Ao passo que, o mundo onde o
homem evolui habitualmente, o mundo captado pelos sentidos, feito de coisas
visíveis, de expressões audíveis e de pontos de apoio sólidos simboliza a
consciência lúcida e limitada.
Ao contrário do signo de Virgem, que delimita,
Peixes não reconhece fronteiras, está ligado à dominante do infinito, e o
oceano é seu símbolo misterioso e místico, aquilo que não tem tamanho, não tem
comparação, sendo o local propício para o surgimento de visões ou à irrupção
dos conteúdos inconsciente. Peixes simboliza a mente nadando em torno do oceano
emocional do inconsciente. Na sua inconsciência tudo está certo, mas nada é
perfeito e completo, vivenciando certa nostalgia em relação ao divino e a busca
de uma verdade mais profunda.
Se o Maçom não ultrapassar o grau inferior da
formação de sua personalidade, está arriscado a não sair do estágio vegetativo
do pensamento, com tudo o que isto implica em termos de associações
superficiais, de falsas correspondências, de quimeras, de miragens. Peixes traduz a força que possuímos para regenerar e a visão de regiões
profundas.
Com prodigiosa faculdade de reprodução, ele
ressurge, na mente humana, como um símbolo de fecundidade e do mundo espiritual
e vem também associado ao nascimento e à restauração cíclica. Peixes é símbolo de energia vital e a lenda de Chidder é perfeitamente
explícita.
Moisés e Josué iniciam uma viagem
que dura oitenta anos. Chegados ao destino da viagem, perdem os mantimentos que
tinham levado. Peixes que levavam ressuscita, escapa-se-lhes e mergulha no mar.
No lugar onde desapareceu aparece Chidder, o velho eternamente jovem, que
representa a sabedoria eterna. Este relato evidencia a relação entre o peixe e
a renovação da energia vital. No termo da viagem, Moisés e Josué gastaram todos
os recursos.
O seu impulso vital junta-se ao Grande Todo, do
qual surge a noção da eternidade da vida, onde a consciência é una.
Sendo o último signo sacrificial,
Peixes impõe ao Maçom, como o de Virgem também o faz, uma purificação. Ao
contrário do signo de, porém, a purificação de que se trata não é mais a do
corpo, mas o definitivo termo da encarnação e das reencarnações (para
purificação) na face da Terra.
No signo de Câncer, vive-se a
fecundidade no líquido amniótico. Em Escorpião, o ser atravessa uma temporada
no inferno, onde deverá fazer a aprendizagem do abandono das posses e da carne.
No signo de Peixes, o amor e a fusão no universo
são solicitados. Vivencia-se em Peixes a santificação pela água – o batismo
sacratíssimo. O glifo de Peixes lembra a união simbólica entre
o céu e a terra de uma forma indiferenciada, onde tudo se interpenetra e se
conecta, a fusão num todo maior.
Os dois peixes nadando em sentido contrário
refletem que o Maçom é conectado com dois mundos: o físico e o espiritual, e
pode passar de um mundo para o outro, captando o espírito por trás da matéria e
concretizar a matéria em espírito.
A ligação entre os dois peixes é
o fio de ligação da própria vida, o qual, quando se rompe, sempre causa a
separação do corpo/espírito. Ambos os peixes vivem numa luta pela separação e ao
mesmo tempo união com o Todo universal e cósmico. A morte ou a integração rompe
as ligações.
TFA/PP
Ir Daniel Martina FRC
www.filhosdoarquiteto.com
Muito interessante!
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