4 de agosto de 2016

O Emblema de Peixes e seu Significado na Maçonaria:



O emblema de Peixes são dois peixes ligados nadando em direções contrárias. Um peixe se dirige para a orla do universo, e o outro desce ao fundo do mar, o que nos remete ao dimensionamento da L.'. (conforme ritual Ap.'.).


O peixe da esquerda, que nada para baixo, simboliza o movimento da involução rumo à matéria, e o da direita, que nada em direção ao alto, simboliza a evolução do duplo Espírito e Matéria que retorna ao princípio Uno.


O símbolo representa ainda os diferentes tipos de Maçons – o que está evoluindo e progredindo espiritualmente e o outro que se insere num mundo confuso, nadando sem saber seu destino, onde encontrar o continente. Com o seu caminho da transformação e da transcendência, os Maçons são constantemente colocados em situações em que nadam contra si mesmos.


Os peixes estão desenhados como duas luas crescentes: uma significa a dissolução da forma antiga, e a outra, o início do novo. Se os glifos da lua crescente forem virados para o lado contrário, eles formarão um círculo e assumirão uma forma de ovo – símbolo da totalidade.


No próprio nome Peixes (em português) verificamos o simbolismo do ideograma. A letra X tem forte conotação com o próprio ideograma, assim as letras iniciais “Pe” tem relação com o órgão regido pelo signo de PEiXes. Os pés regidos por Peixes são a parte do corpo capaz de sujar-se mais facilmente, lembrando nossos erros, pecado e a remissão.


Peixes pertence ao mais secreto dos universos, ao mais escondido dos mundos, ao meio menos acessível ao homem, aquele que oferece mais resistência aos seus esforços de investigação.


O mundo do silêncio! As expressões conhecem o destino da sua verdade. Esta deve a sorte à autenticidade da sua inspiração: “o mundo do silêncio”, “o silêncio do mar”, são títulos que encontram correspondência na alma e, por isso, são inesquecíveis. A imensidade pressentida das forças inconscientes, das quais os pontos de apoio do pensamento racional estão ausentes, exprime-se pela imagem da profundidade das águas.




Ao passo que, o mundo onde o homem evolui habitualmente, o mundo captado pelos sentidos, feito de coisas visíveis, de expressões audíveis e de pontos de apoio sólidos simboliza a consciência lúcida e limitada.


Ao contrário do signo de Virgem, que delimita, Peixes não reconhece fronteiras, está ligado à dominante do infinito, e o oceano é seu símbolo misterioso e místico, aquilo que não tem tamanho, não tem comparação, sendo o local propício para o surgimento de visões ou à irrupção dos conteúdos inconsciente. Peixes simboliza a mente nadando em torno do oceano emocional do inconsciente. Na sua inconsciência tudo está certo, mas nada é perfeito e completo, vivenciando certa nostalgia em relação ao divino e a busca de uma verdade mais profunda.


Se o Maçom não ultrapassar o grau inferior da formação de sua personalidade, está arriscado a não sair do estágio vegetativo do pensamento, com tudo o que isto implica em termos de associações superficiais, de falsas correspondências, de quimeras, de miragens. Peixes traduz a força que possuímos para regenerar e a visão de regiões profundas. 


Com prodigiosa faculdade de reprodução, ele ressurge, na mente humana, como um símbolo de fecundidade e do mundo espiritual e vem também associado ao nascimento e à restauração cíclica. Peixes é símbolo de energia vital e a lenda de Chidder é perfeitamente explícita. 


Moisés e Josué iniciam uma viagem que dura oitenta anos. Chegados ao destino da viagem, perdem os mantimentos que tinham levado. Peixes que levavam ressuscita, escapa-se-lhes e mergulha no mar. No lugar onde desapareceu aparece Chidder, o velho eternamente jovem, que representa a sabedoria eterna. Este relato evidencia a relação entre o peixe e a renovação da energia vital. No termo da viagem, Moisés e Josué gastaram todos os recursos.


O seu impulso vital junta-se ao Grande Todo, do qual surge a noção da eternidade da vida, onde a consciência é una.


Sendo o último signo sacrificial, Peixes impõe ao Maçom, como o de Virgem também o faz, uma purificação. Ao contrário do signo de, porém, a purificação de que se trata não é mais a do corpo, mas o definitivo termo da encarnação e das reencarnações (para purificação) na face da Terra.




No signo de Câncer, vive-se a fecundidade no líquido amniótico. Em Escorpião, o ser atravessa uma temporada no inferno, onde deverá fazer a aprendizagem do abandono das posses e da carne.


No signo de Peixes, o amor e a fusão no universo são solicitados. Vivencia-se em Peixes a santificação pela água – o batismo sacratíssimo. O glifo de Peixes lembra a união simbólica entre o céu e a terra de uma forma indiferenciada, onde tudo se interpenetra e se conecta, a fusão num todo maior.


Os dois peixes nadando em sentido contrário refletem que o Maçom é conectado com dois mundos: o físico e o espiritual, e pode passar de um mundo para o outro, captando o espírito por trás da matéria e concretizar a matéria em espírito.


A ligação entre os dois peixes é o fio de ligação da própria vida, o qual, quando se rompe, sempre causa a separação do corpo/espírito. Ambos os peixes vivem numa luta pela separação e ao mesmo tempo união com o Todo universal e cósmico. A morte ou a integração rompe as ligações.


O fim e o início (consciente e inconsciente estão ligados independentemente de tempo) de todas as coisas, as nossas descobertas mais profundas estão conectadas em algo infinito e eterno. Daí, a interligação entre o principio e a finalização. Peixes representa a dissolução da matéria quando a substância retorna à essência, o estado sólido se desintegra e volta ao estado primitivo.


TFA/PP
Ir Daniel Martina FRC
www.filhosdoarquiteto.com

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