4 de junho de 2011

Os Caminho da Cessação da Tristeza


Qualquer ato seja este bom ou mal, tem a sua conseqüência. Se praticarmos o bem a conseqüência será boa para nós, se temos uma má conduta as conseqüências serão ruins. 
Não existe efeito sem causa e nem causa sem efeito. 
E para julgar nossas ações existem seres de consciência totalmente desperta, que são os responsáveis para levar a cabo este trabalho. Estes seres constituem o Tribunal da Justiça Divina, cuja função é pesar nossas boas e más ações e aplicar de forma justa a sentença, a conseqüência de nossas ações.


O Tribunal da Justiça Divina


Esse Tribunal é formado pelo regente Anúbis e seus 42 juízes. 

Nas pirâmides do Egito foram encontradas várias ilustrações do Tribunal da Justiça Divina.
 
Nestas ilustrações o regente Anúbis é representado por um homem com a cabeça de chacal e os 42 juízes são simbolizados por diversos animais. Anúbis, na tradição egípcia, é o juiz que pesa o coração dos mortos e aplica a pena correspondente.

A Lei Divina tem como base a justiça e a misericórdia. A justiça sem misericórdia é tirania. A misericórdia sem justiça é tolerância, complacência com o erro.
 
Se ao pesar nossas ações em uma balança, o prato das boas ações estiver mais pesado o resultado será um Darma, que é uma recompensa pelas boas obras que fazemos.
 
O Darma (do sânscrito Dharma) significa também realidade ou ainda virtude. 
Se ocorrer o contrário, se o prato das más ações estiver mais pesado, o resultado será um Carma para nós, ou seja sofrimento, dor, adversidades, etc. 

A palavra de origem sânscrita Karma significa ação. Podemos entendê-la como lei de ação e conseqüência.


Alguns Tipos de Carma



Individual: quando é aplicado especificamente a uma pessoa. Por exemplo, no caso de uma doença. 
É importante ressaltar que nem todo sofrimento ou acontecimento ruim é cármico, pois devido a nossa inconsciência podemos causar diretamente nosso próprio sofrimento. 

Ex: uma pessoa que atravessa uma rua sem a devida atenção e é atropelada.


Familiar: quando é aplicado de tal forma que afeta toda uma família. Por exemplo, no caso de se ter um membro da família que é viciado em drogas. Isto traz sofrimento para todos ao redor.


Regional: quando é aplicado em determinada região. Temos como exemplo as secas, enchentes ou outras adversidades climáticas que ocorrem em determinados lugares e regiões.


Nacional: é uma ampliação do carma regional. Temos o exemplo de países que são assolados pela guerra, ditaduras, misérias, desastres naturais, etc.


Mundial: quando é aplicado a toda humanidade. Temos o exemplo das guerras mundiais e, atualmente, vemos a imensa degradação e a progressiva escassez dos recursos naturais, iminência de guerra nuclear, grandes desastres naturais, ameaças de epidemias, etc. 
Neste momento não poderíamos deixar de alertar que estão ocorrendo grandes transformações em nosso mundo.


Katância: é o carma mais rigoroso, que é aplicado aos Mestres, que apesar de suas inúmeras perfeições, podem cometer erros e ser penalizados. 


Kamaduro: que é o carma aplicado a erros graves, assassinatos, emboscadas, torturas, etc. Esse tipo de karma não é negociável e quando é aplicado vai inevitavelmente até as suas consequências finais. 


Karmasaya: esse carma também não é negociável e é aplicado quando a pessoa comete adultério. 

Nas escrituras sagradas está escrito que “todo pecado será perdoado, menos os pecados contra o Espírito Santo”, e esse pecado é o adultério. Mas o que é considerado adultério perante a Justiça Divina?

Perante a Lei Divina quando duas pessoas se unem sexualmente elas estão casadas nos mundos internos (independente de serem casadas pelas leis físicas). 

Portanto se a pessoa tem mais de um/a parceiro sexual em um determinado espaço de tempo (menos de um ano), essa pessoa comete adultério e lança Carma sobre suas costas.



Mais ainda, quando duas pessoas se unem sexualmente, por estarem internamente casadas, seus Carmas se somam e tornam-se comum as duas pessoas. 

E se uma dessas duas pessoas tiver outra relação sexual com uma terceira pessoa, essa última terá o Carma das três pessoas. 

"Sabendo disso podemos então fazer uma idéia de como é grave a situação cármica de toda a humanidade."




Os negócios


Como foi dito acima as bases da Lei Divina são a justiça e a misericórdia. Isso significa que, por mais duro que seja nosso carma, podemos pagá-lo com boas obras e então não necessitaremos sofrer.

“Quando uma lei inferior é transcendida por uma lei superior, a lei superior lava a lei inferior.” 

“Faze boas obras para que pagues tuas dívidas. Ao leão da lei se combate com a balança.” 

“Quem tem com que pagar, paga e sai bem em seus negócios; quem não tem com que pagar, pagará com dor.”

Se no prato da balança cósmica colocamos as boas obras e no outro as más, é evidente que o Carma dependerá de qual prato estará mais pesado. Todos somos grandes devedores, seja devido aos nossos atos desta ou de passadas existências. 

Por isso é urgente que mudemos nossa conduta diária.

Ao invés de protestarmos por estarmos em dificuldades, devemos sim procurar ajudar aos demais. 
Ao invés de protestarmos por estarmos doentes, devemos doar medicamentos aos que não podem comprá-los.
 
Ao invés de reclamarmos das pessoas que nos caluniam, devemos aprender a ver o ponto de visto alheio e abandonar de uma vez a calúnia, as intrigas, as reclamações, etc.

Nosso carma pode ser perdoado se eliminarmos a causa de nossos erros, de nossa ira, de nossa inveja, de nosso orgulho, etc. 

A causa de nossos erros e, por conseguinte, de nosso sofrimento é o ego, nosso defeitos psicológicos.. 

O mundo seria um paraíso se as pessoas eliminassem de si mesma essas abominações inumanas.
 
Não é possível ter uma conduta reta se somos manipulados pelos defeitos psicológicos.

Conforme vamos eliminando nossos próprios defeitos o carma referente a tal ou qual defeito vai sendo perdoado. Isto é a misericórdia. 

Nunca devemos protestar contra nossa situação cármica, pois isso só vem a agravá-la. 
O Carma é um remédio que nos aplicam para que vejamos nossos maiores defeitos e que normalmente são a causa de nosso sofrimento.



“O primeiro passo nesta Senda é a Reta Crença (...)
Há verdades fundamentais que numa ou outra forma os instrutores religiosos e as escrituras ensinam continuamente aos homens, )...) Um destes fatos é a eterna Lei de Causa e Efeito.”

Na linguagem do grande místico – Buda – interpretada por Leadbeater quer dizer que em todas as escrituras que fundamentam as diversas religiões, em todas elas estão contidas essências irremovíveis. Uma dessas essências é a tão nossa conhecida Lei de Causa e Efeito, popularmente chamada de Lei do Carma. Sendo uma verdade fundamental, sua ação se torna inevitável e, se a memória humana não fosse tão curta, cada pessoa teria presente na lembrança as ações de atos praticados e neles identificaria os conseqüentes efeitos que a cada momento presente os vivência.

“Se um homem vive sob a ilusão de que pode fazer tudo quanto lhe agrade e que nunca recairão nele as consequências de seus atos, muito certamente não deixará de notar que alguns destes atos lhe acarretam, por fim, infelicidade e sofrimento. (...) Disto se infere que ele há de conhecer algo destas leis capitais da natureza, (...)” [página 288]


Reto Pensamento é o segundo passo (...)
Exige que pensemos no bem e não no mal; que reservemos sempre no fundo de nossa mente pensamentos nobres e formosos, (...) definido, não vago nem difuso. (...) que ele seja exato, isto é, que expresse unicamente o verdadeiro. (...)”
[páginas 289 e 290]

 Disso há de se compreender que pensamentos nobres e formosos têm forma, cor e fragrância agradáveis de serem vistas e sentidas. Em contra partida, os pensamentos maldosos possuem formas e cores desagradáveis e são mal cheirosos. Além disso, em nenhuma hipótese o pensamento deve ser malicioso ou maledicente. “Expressar unicamente o verdadeiro”.


Reta Palavra é o passo seguinte (...)
Falar sempre de coisas boas, porque não nos incumbe falar das faltas do próximo. (...) Se não for hipócrita nossa afirmação de fraternidade (...) nos aperceberemos de que não temos o direito de descobrir as faltas ou vícios de ninguém (...). As palavras têm de ser amáveis, convenientes, discretas e jamais néscias.” [página 291]

As palavras e os gestos são as exteriorizações dos pensamentos. Se os pensamentos, ao idealizarem ações más tomam formas desagradáveis e se tornam asquerosos, evidentemente que o efeito provocado por eles quando acompanhados de palavras que os revelem ao mundo exterior será muito mais desastroso.

As asquerosas formas pensamento que infestam a psicosfera do planeta é que são os vetores que destroem a integridade das pessoas. Como focos virais contaminam uma pessoa aqui, outra ali, e estas, dando guarida aos sugestionamentos que se deixaram ser alvo, multiplicam seus efeitos vetorizando-os a outras pessoas.

Dr. Hunter - Patch Adams (História Retratada)

“O passo seguinte é a Reta Ação (...)
Se pensarmos sempre no bom, não poderemos falar do mau, porque a palavra é expressão do pensamento; e se pensarmos e falarmos retamente, nossas ações não poderão deixar de ser da mesma reta qualidade. A ação deve ser pronta, e contudo bem considerada. (...) Sobretudo que a ação seja sempre inegoísta. (...)”
 [página 292]

Uma reta ação só poderá advir de um reto pensar, assim ensina o trecho acima. Conhecendo o que seja contaminação mental, ou influências mentais, cabe ao estudante do oculto precaver-se contra as dissimuladas sugestões que lhe chegam de anônimas origens, não dando abrigo a elas.

O que se observa, também, dos três tópicos; Reto Pensamento, Reta Palavra e Reta Ação, é que estes têm a seguinte sequência: pensar, falar e agir. Uma sequência de retos procedimentos, o que não deixa de ser uma lógica. Se a pessoa só pensa para o bem; se sua expressão verbal exprime o bem; seus atos só poderão materializar o bem. Tudo o que fizer será agradável, gracioso, e terá por objetivo um proveito orquestrado pela fraternidade. Jamais exclusivista. Inegoísta, como está referido.


Reto Meio de Subsistência (...) - Reto meio de subsistência é aquele que não prejudica a nenhum ser vivente.” [página 292]

Essa é uma questão muito delicada, pois subsistência, na sociedade humana, é o meio de obter ganho financeiro com o qual se possa manter a vida própria e a de quantos de nós dependam. Todavia, verifiquemos: na era atual onde tudo é permitido, os parâmetros de honesta subsistência, e compatíveis com os direitos dos outros igualmente viverem, estão inteiramente distorcidos.

Como meio de subsistência, pode-se dizer que vivemos uma era de canibalismo. Seres que se destroem mútua e coletivamente. Difícil será, à sociedade, adequar-se ao quinto passo. Talvez, venha de ser essa inadequação o empurrão que arrojará toda essa raça ao fundo abismo de dores a se estender por milênios incontáveis, até que se encontre novamente o elo perdido do caminho da redenção.


Pesquisa: Daniel Martina
Biografia: Charles W. Leadbeater – Os Mestres e a Senda – capítulo XIV – Editora Pensamento (Livro)

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