"Maldito é o solo por causa de ti! Com o sofrimento dele te nutrirás todos os dias da tua vida. Com o suor do teu rosto comerás teu pão, até que retornes ao solo, pois dele foste tirado. Pois tu és pó e ao pó tornarás." (Gen, 3:17-9)
De acordo com a visão religiosa ocidental, a preguiça é um dos sete pecados capitais. Ao perderem o paraíso, Adão e Eva são condenados pela divindade a um terrível destino: o sofrimento do trabalho. Por isso, a humanidade inteira, filhos de Adão e Eva, estarão pecando sempre que se entregarem ao "dolce far niente".
O trabalho, então, não é uma escolha do livre-arbítrio humano, mas sim um castigo divino. Seria, então, uma desonra?
"Se trabalhar fosse sinonimo de riqueza, jumento era multimilhonario!" (Sabedoria popular)
A palavra latina que dá origem à nossa palavra "trabalho" é tripalium, um instrumento de tortura. E labor, em latim, significa esforço penoso, dobrar-se sob o peso de uma carga, dor, sofrimento e fadiga.
Nas sociedades antigas e escravagistas, o trabalho era visto como algo vil, desonroso e degradante. Poetas gregos e romanos não se cansavam de proclamar as virtudes do ócio como um valor indispensável para uma vida livre e feliz. O nobre era exercitar-se nas atividades políticas, espirituais – letras, artes e ciências, físicas – dança, ginástica e arte militar. O trabalho era visto como algo que devia ser feito por escravos ou homens livres e pobres. Em Roma, estes últimos eram chamados de humiliores, humildes ou inferiores, em contrapartida aos honestiores, homens bons, porque eram livres, tinham posses e dominavam a guerra e a política. Nas sociedades grega e romana, não existia a palavra "trabalho". As palavras ergon (grego) e opus (latim) referem-se às obras produzidas e não a atividade de produzí-las. A qualidade do que era produzido não estava relacionada ao trabalho de produzir, mas a uma avaliação feita pelo usuário final do produto final.
Não precisamos retornar muitos anos na história da humanidade para saber que o conceito antigo não mudou nenhum pouco. Ainda hoje, contamos com duas classes de pessoas: os humiliores e os honestiores. Os primeiros são os escravos que vendem seu tempo por qualquer coisa que garanta um pouco de comida na mesa e suas necessidades básicas de sobrevivência, como saúde, moradia, uma educação básica e a possibilidade de pagar pelo circo que os entretém. Os honestiores são os encarregados de pensar, criar estratégias, fazer as leis, a política e tudo o que for necessário para manter o "status quo" e, claro, criar possibilidades, ainda que remotas, quehumiliores um dia possam tornar-se honestiores.
Mas como poderiam humiliores tornarem-se honestiores?
Em primeiro lugar, humiliores devem despir-se das armadilhas religiosas de que só o trabalho dignifica. "O mundo chegou a um estado lamentável, pelo visto. Porque se puxarmos um pouco pela memória, vamos lembrar que o ócio já produziu a melhor parte do conhecimento nos séculos anteriores à revolução industrial. Montesquieu não dava expediente em um escritório."(Rafel Galvão em Pobres meninos ricos e a ética protestante do trabalho)
Ao nos libertarmos dessas armadilhas, poderemos ver que as pessoas que detém 80% de toda a riqueza do mundo, ou seja, o topo da cadeia alimentar, não são os que honraram o castigo divino, mas aqueles que foram inteligentes, que souberam usar sua mente para produzir riquezas, para si e para o mundo.
Bill Gates nunca pegou no cabo de uma enxada. Concordo que ele tenha, talvez, passaso algumas noites em claro na frente de um teclado de computador, no início da sua carreira. Mas eu não conheço ninguém que tenha amealhado algo perto da sua fortuna segurando no cabo de uma enxada. Se você estudar um pouco da vida de cada milionário que ouvir falar, verá que a única coisa que ele não tem em comum com os pobres humiliores é o trabalho. Os milionários pensam, criam, criam e criam oportunidades, possibilidades, alternativas, novos caminhos, ou mesmo trilham velhos caminhos com novas perspectivas, mas nunca pegam no cabo da picareta.
O que os diferenciam dos humiliores? Todos têm dois pés, duas pernas, dois braços, duas mãos, um coração, uma cabeça e dentro dessa cabeça têm massa encefálica! Apesar de muitos milionários e multi-milionários terem tido as mesmas limitações e dificuldades iniciais que qualquer um tem, eles usam muito aquela massa encefálica, queixam-se pouco das dificuldades e aproveitam melhor o seu tempo criando e criando oportunidades. Os que se mantém humiliores durante toda uma vida, esperando ganhar na loteria, ou que caia um pote de ouro no seu colo depois de voltarem de um culto de 318 pastores, simplesmente esperam, ou esperam que algum governante melhore sua vida, melhore seu salário, crie possibilidades de ficar rico sem que seja necessário usar nenhum pouco daquela massa encefálica.
(Luís Inácio Lula - Exemplo de Sucesso)
Você já reparou que existem pessoas que mesmo que passem grandes crises, em alguns meses elas estão completamente recuperadas? Ser um vencedor não significa que você nunca vai perder, significa apenas que mesmo que seja derrotado em algumas batalhas ou armadilhas, no final você sempre vence. Ser um loser, um perdedor, não significa que você sempre vai perder, significa apenas que mesmo que ganhe algumas vezes, no final você sempre vai perder.
Se você acha que "é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus", ou que só o trabalho dignifica o homem, talvez você seja um perdedor. Se você acha que pode ficar rico colecionando moedas antigas, ou revistas antigas, talvez você seja um vencedor.
Ilustração e Adaptação:
Ir.´. Daniel Martina
Um comentário:
SHALOM ADONAI! O TRABALHO DIGNIFICA O HOMEM, porém o homem não dignifica o trabalho. Todos trabalham, aqueles que não trabalham recebem o prêmio ou o salário que merecem. O que corrompe o homem é o dinheiro ou o trabalho simbólico? Os atistas do trabalho estão espalhados por toda a Pirâmide social. Aqueles que roubam estão em todos os lugares e consideram o seu trabalho como sagrado. Os maçons brasileiro everiam ter um conceito da dignidade do trtabalho, mais pforundo e abrangente. O piano é de todos mas somente os decidido na sua fé e confiança é que levam. Consequência um vai fiscalizar o outro e trminam nada produzindo. A fraternidae maçõnica é bem recheada de volutnários que dispensam o trabalalho e mais um ar de reclamação com direito a ser executado e que enganam aos aprendizes, esses participam do trabalho e os MM lá no topo reclamando.Isso entristece o GADU. Será que sou um único preguiçoso?
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