9 de novembro de 2011

À Espera do Mundo Novo


“Sê corajoso contra as tuas próprias fraquezas.”
“Sê corajoso para defender a Verdade.”

O nosso comportamento assim é pretendido pelo ensinamento da filosofia maçônica, mesmo considerado utópico por muitos, mas amplamente possível se buscarmos viver em equilíbrio e tolerância. É basilar para quem busca superar os óbices do cotidiano, com trabalho, justiça, bom-senso e a Verdade.

Entendo ser essa coragem aquela que nos faz perseguir o sentimento dos dias atuais por justiça social, inclusão profissional, o fim dos preconceitos e a conquista de direitos inalienáveis à cidadania. O homem justo combate a ignorância, a Liberdade oprimida, a corrupção e o crime, e triunfa sem despertar disputas pueris.

O mundo contemporâneo nos cobra hoje, atitudes que a Maçonaria elegeu como primordiais para o equilíbrio do Homem. Infelizmente, por ignorância, os homens agem sem sabedoria e racionalidade necessárias para vencermos as trevas, e isso submete grande parte da Humanidade à escuridão dos males sociais. É preciso purificar a alma do Homem, erradicar seus vícios e devolver a Liberdade para todos os cidadãos.

Há, lá fora, uma luta desigual que abençoa a poucos e martiriza milhares, principalmente os jovens. Há, lá fora, um batalhão deles vitimados pela mais-valia do Homem, impuro e ganancioso, imóvel ante a exclusão social.

Haiti

Todos os dias essa exclusão faz, no mundo inteiro, centenas de milhares de crianças, adolescentes e jovens ultrajarem a sua alma, o seu espírito e a sua consciência, caminhando drogados e prostituídos, para a catapulta infalível. São pessoas, que vivendo à margem do mundo, se alimentam de ilusões, e entorpecem os seus sonhos. São passageiros da agonia. Faltam-lhes perspectivas, sobram- -lhes o ócio e o olhar perdido no horizonte. Como podemos ser felizes se o nosso semelhante agoniza esquálido pelos mesmos ares que respiramos?

São golpes que o progresso do Homem impõe a nós mesmos, e que deveriam nos despertar para a cruel realidade. A nossa garganta, dilacerada, cala, e é preciso que tenhamos voz; os nossos olhos vazam sem luz, e é preciso enxergarmos tudo o que se esconde por trás das cortinas da riqueza e da prosperidade de uns; a nossa cabeça golpeada está tonta, quando precisamos da Razão para agir.

O poder e o dinheiro dos ignorantes e intolerantes causam a instabilidade familiar e a dificuldade econômica; excluem os Homens do convívio social; por fim, sem perspectivas, oferecem como uma única saída para a sobrevivência de alguns dias o banditismo, a marginalidade, que abrevia seu tempo e afugenta a sua honra e a sua dignidade.

E o que nós temos de fazer? Ver na Vingança e na Lei do Talião a saída para tudo isso, aumentando o fosso do desequilíbrio entre nós e prosperando ainda mais o litígio, a ignorância, o ódio? Ou devemos desembainhar nossas Espadas para a luta contra a ignorância, pela causa de todos os que estão mergulhados nas trevas; pela causa da civilização contra a barbárie?

Buscar a Verdade é a nossa tarefa primeira, descobrindo a realidade do Homem e cobrando justiça para todos. Temos de nela combater os vícios que dilacera a família. E pra isso, temos de fortalecer a Maçonaria e seus Homens, cobrar do Poder Público políticas sociais sérias e comprometidas com o conjunto social. Temos de trabalhar, trabalhar muito, para mostrarmos o caminho do valor que cada um temos de nós, independente de classe social, de credos e raças, de pouco ou muito saber, pois a Maçonaria abriga em si a igualdade entre os Irmãos, sabendo que cada um dá o melhor que possui, seja em sábias ideias ou em atividades laboriosas, desde que a sua ação tenha caráter reto, honesto, justo e tolerante.


Se somos poucos contra um batalhão de ignorantes, nos multipliquemos; conquistemos mais e mais adeptos, mais admiradores; levemos nossa mensagem após os muros; e assim, com trabalho e persistência, alcançaremos os nossos objetivos.

Se a nossa luta tiver salvado uma alma, somente uma, terá valido a pena.

Reflexão - Salvando Almas

Enviado:  Ir.’. Phabiano Santos
 1º Vigilante da Loja Maçônica Amâncio Dantas, GOB
Rio Grande do Norte • Oriente Mossoró.

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