24 de agosto de 2012

UMA VISÃO DIFERENTE DO UNIVERSO:


Apesar de todo o desenvolvimento da ciência e do surgimento da física quântica, o homem ainda explica o universo a partir da teoria de Newton, formulada no século 17. Porque ele está condicionado a viver neste mundo que nós conhecemos.

O homem comum não tem condições de ver a realidade através do prisma da teoria quântica, porque esse conhecimento é extremamente especifico e a linguagem da fisica quântica é a matemática avançada. De qualquer maneira, tudo o que chamamos de alta tecnologia: o telefone, a televisão, as lâmpadas fluorescentes, o laser, tudo isto está fundamentado na fisica quântica.

Do ponto de vista da fisica quântica, a mente prevalece sobre a matéria e não ao contrário, como a ciência está, até certo ponto, acostumada a colocar. Então, se a pessoa começa a ter uma compreensão da realidade fundamentada na física quântica, lógico que a mente tem de prevalecer sobre a matéria, e daí ela vai começar a dominar todo o processo de criação.

Na verdade, nós já vivemos antes num mundo parecido com o da física quântica.

Nossa primeira infância, por exemplo, era praticamente fundamentada nela.

Não tínhamos nenhum condicionamento deste mundo em que nós vivemos, tudo parecia possível. E se continuássemos a acreditar nisso… Tudo seria mesmo possível…

Imagine, por exemplo, uma pessoa que consegue fazer milagres, como Cristo ou um Santo qualquer fazia. O que é o milagre?

É tornar possivel uma coisa que normalmente achamos que é impossível.

Na verdade, a mecânica quântica é o reino de todas as possibilidades. O problema é que, na hora em que vamos “aprendendo” a viver neste mundo, vamos nos condicionando; perdemos, por exemplo, as nossas crenças, a fé naquilo que achávamos que podia ser possivel.

Se levarmos ao pé da letra o nosso entendimento da vida segundo a física quântica, vamos ter a seguinte condição: o mundo é da forma que nós acreditamos que ele seja; nós construimos o nosso meio. Por exemplo: um átomo não é um núcleo central e um electrão girando em torno dele. Esse modelo está totalmente superado. E mais: ele viola as leis do electromagnetismo. O electrão tem de estar distribuído uniformemente em volta do átomo; ao mesmo tempo, ele é um corpúsculo, uma partícula. A lógica humana não consegue conceber isso, pois é algo que está fora deste universo newtoniano que conhecemos.

Curiosamente, há milhares de anos os místicos já conheciam ao menos parte desse universo quântico… De fato, há quatro mil anos, Buda dizia que a mente prevalece sobre tudo; ela domina e cria tudo. Hoje a mecânica quântica está chegando nesse ponto. Os fisícos acreditam que, na hora em que se mede uma partícula, criamo-la; antes disso, ela tinha uma dualidade, era uma particula/onda, uma coisa completamente estranha ao que conhecemos. Ou seja, somente quando interferimos com a nossa mente, fazendo uma medição, aquilo que era uma onda colapsa e forma uma partícula de matéria.

Vamos dizer que, no nosso universo, existe uma substância universal chamada substância quântica. Essa substância quântica é um mar de todas as possibilidades; aí tudo é possível. A primeira coisa que se tem de fazer quando deseja algo é filtrá-lo desse quadro de todas as possibilidades. Depois que se filtrou, isso ainda não é a coisa que se quer. Então, é necessário observar. No acto da observação esse algo mal definido colapsa, transforma-se naquilo que você quer, por exemplo, um electrão, um protão. É mais ou menos assim que a coisa funciona. Depende da vontade consciente do observador…

Se transportamos para o macrocosmo essa questão da vontade em relação aos átomos, podemos dizer que temos a capacidade de modificar a realidade…

Hoje a ciência já sabe que existe uma realidade maior que dá sustentabilidade a essa realidade newtoniana em que nós vivemos. Ou seja, os fenómenos quânticos é que vão dar origem a tudo o que existe. Só que eles têm tamanha complexidade que não podem ser compreendidos pelo intelecto humano; eles o transcendem. O cérebro foi criado para compreender o tridimensional, aquilo que nós vivemos no corpo físico.

Para a física quântica, por exemplo, não existe mais um universo objectivo, quer dizer, eu aqui e a minha experiência lá; tudo é subjectivo, porque eu sou parte da experiência.

Considerando isso, talvez a ciência devesse levar mais em conta as emoções humano, por exemplo.


Porque as pessoas não utilizam isso?

Porque é uma coisa complicada de ser colocada. Há cientistas que preferem não ter resposta nenhuma do que admitir que existem outros elementos para serem colocados dentro da ciência. De qualquer maneira, nós acreditamos que estamos numa época de transição e vamos ter de colocar o homem dentro da ciência. Se a energia psíquica cria as experiências, a natureza, a matéria, se não colocarmos os elementos da mente humana na física, ficará extremamente complicado entender o que está acontecendo.

Os átomos fluem, continuamente, de um corpo sólido a outro, incluindo-se aí o corpo humano o que acaba nos tornando parte de um grande todo. Isso explicaria porque somos contaminados, por exemplo, pela violência ou pelo amor a nossa volta.

O fisíco já sabe que o corpo humano troca todos os átomos a cada 2,5 anos. Como nós lembramos de coisas do nosso passado, deve existir alguma coisa além da energia e dos átomos que formam o nosso corpo físico: a mente. Não há como refutar a existência da mente. O que deve, portanto, transmitir as lembranças e os sentimentos talvez não seja a matéria (onde se acham os átomos), mas a mente. Por outro lado, saindo um pouquinho da física e indo mais para a psicologia, Jung dizia que todo conhecimento está colocado em arquétipos.

Quando se acede a esses arquétipos, é como se se entrasse em uma biblioteca, abrisse um livro, tomasse consciência dos conhecimentos ali arquivados e, quando se saísse dali, o deixasse aberto sobre uma mesa.

Qualquer pessoa que entrasse ali leria o livro que você leu. Segundo a teoria junguiana, esses programas de televisão que dizem ser contra a violência, mas mostram violência o tempo todo, na verdade estão abrindo esse arquétipo, ou seja, criando mais violência.

Se todo o nosso organismo é atomicamente recriado a cada 2,5 anos, nós não deveríamos ser pessoas sempre saudáveis? Estamos a reconstruir o nosso corpo físico a cada instante. Mas como é essa reconstrução?


Se partir da premissa de que tudo é da forma que acreditamos que seja, cada um tem o seu próprio mundo, dotado de elementos diferentes. Tudo o que acontece na nossa vida é aquilo que nós acreditamos que é inevitável, aquilo que temos certeza que vai contecer. Se eu sei, por exemplo, que vou envelhecer e morrer, e não tenho o mínimo conflito sobre isso, isso é inevitável para mim.

Em outras palavras, se um dia conseguirmos acreditar piamente que a morte física não existe, nós vamos conseguir ser eternos…

Não diria que seriamos eternos, porque parece que as células do corpo físico têm um tempo de vida limitado. Essa firmação, no entanto, pode ser também mais um dos nossos condicionamentos. De qualquer maneira, poderemos ter um corpo saudável por um longo tempo. Se tivermos plena convicção de que posso transformar um PC numa rosa, isso deve acontecer. Parece que a nossa mente só cria aquilo que nós realmente acreditamos, e não aquilo que fingimos crer. Se estamos com um problema no estômago, por exemplo, é porque acreditamos que temos esse problema. E como dizem: mente sã, corpo são…

Se aceitarmos que a mente cria e domina a matéria, a nossa responsabilidade diante do mundo vai aumentar milhões de vezes…O homem cria o meio ambiente.

Então, somos cúmplices de todos esses factos que estão acontecendo à nossa volta. Só que provar isso cientificamente é complicado, uma vez que a influência do homem no meio ambiente ainda não é muito bem compreendida pela ciência.

Devemos lembrar, no entanto, que a ciência trabalha com verdades relativas, e as verdades relativas não são permanentes. O que vale hoje pode não valer amanhã. A ciência evolui; através da pesquisa, ela muda os seus conceitos.

David Cross, um dos físicos que criaram a teoria das supercordas (strings), acredita que para entender o universo só precisamos de uma única lei universal. Na verdade, a teoria das supercordas não está comprovada experimentalmente, é uma teoria. Mas, segundo Cross, tudo o que existe são vibrações, que vêem de uma única fonte. Então, tudo pode ser regido por uma só lei. Nessa teoria o universo é uma imensa orquestra, só estaria faltando para a ciência descobrir o maestro regente. Que, se fôssemos levar para o lado religioso, seria Deus. Mas, em nossas pesquisas, estamos muito longe de chegar a Deus. Por enquanto, nós estamos querendo chegar só um pouquinho além da matéria.

Como é que a física quântica explica o caso de cura espontânea?

Se se fizer essa pergunta a um físico, ele vai dizer que não tem explicação para isso. Mas nós achamos que, se a mente prevalece sobre a matéria, se a sua mente acreditar na possibilidade de ser curado e não tiver conflito, você vai conseguir se curar.

Agora, muitas pessoas vão dizer: “Não, física quântica é muito interessante, mas ela só funciona para o mundo microscópico e, na nossa realidade macroscópica, predominam as leis de Newton.” Para nós isso é a mesma coisa que dizer que um prédio é feito de tijolos, mas as propriedades do prédio não têm nada a ver com as dos tijolos. Existe essa realidade quântica por trás desse mundo em que vivemos, não há a menor dúvida.

Dizer que a física quântica não tem influência no nosso mundo macroscópico é uma afirmação um pouco indevida. O problema é que a ciência é cheia de dogmas. E ela não responde o porquê das coisas. Ela só tem respostas para o comportamento da nossa realidade; nós não sabemos, por exemplo, o que é um átomo, um electrão.

Nós sabemos que eles se comportam como onda e partícula, mas o que são nós não sabemos. A ciência trabalha com conceitos e conceitos que são consensuais, portanto aceites por um grande número de pessoas.

Às vezes dizem-se certas coisas que não têm comprovação experimental, e os cientistas chamam de especulação. Mas nada é mais especulativo do que a ciência em si, porque ela trabalha com verdades relativas, temporárias e isso não diminui em nada a sua importância para a humanidade.

De acordo com os conhecimentos que temos hoje, a sobrevivência do espiríto pode ser uma realidade. Evidentemente, a física quântica não consegue comprovar isso. Mas existe um outro tipo de argumento que se deve colocar aí. Se não existe nada além da morte, para que vamos ser bons? Para que querer entender a natureza? Para que o conhecimento? Fica tudo sem sentido.

Aliás, nós já sabemos que a mente existe e não morre; se ela não sobreviver, fica tudo sem sentido.

Quanto à reencarnação, achamos que essa é uma das teorias mais prováveis em relação ao que acontece depois da morte. Pelo menos é a mais cientifica. Seria até injusto não ter reencarnação. Por exemplo, imagine uma pessoa para quem matar, estuprar e roubar é normal.

Ela faz tudo isso porque o seu meio proporciona isso. Então ela morre, é julgada e vai para o inferno. E eu, que vivi em outro meio, recebendo uma educação moral, vou para o céu. Eu creio que, se não tivesse uma reencarnação, estaria se cometendo uma injustiça com o bandido, pois ele não teve culpa de ter nascido naquele meio. De qualquer maneira, mais uma vez devemos lembrar que, se sobra a mente, a reencarnação é viável.

Podemos traçar um paralelo entre a substância quântica de onde tudo parece ser originar e a idéia que geralmente fazemos de Deus, um ser onipresente, onisciente e onipotente. Deus para o físico é muito mais essa substância quântica que tem todas essas propriedades e características atribuidas pela religião do que um senhor sentado lá em cima e dirigindo o universo. Na verdade, essas perguntas nos levam a um ponto que não podemos alcançar ainda.

Se conseguirmos chegar à mente e mostrar que ela cria e domina a matéria, ao que a mecânica quântica já chegou parcialmente, já vai ser um avanço enorme. Curiosamente, religiões como o hinduísmo e o budismo chegaram antes da ciência a determinadas “verdades”. Essas religiões já tinham esse conhecimento, mas sem os detalhes.


Elas simplesmente sabiam que era assim. Como nós dissemos anteriormente, Buda já dizia que a mente domina e cria tudo; mas, até onde se sabe, ele não ensinava nenhum detalhe sobre isso.

Mas Buda foi buscar essa informação numa determinada fonte. De que maneira ele teve acesso a isso? Como, há cinco mil anos, o hinduísmo já falava em arquivo akáshico e de mundos paralelos, dos quais hoje a física quântica começa a falar?

Existe uma teoria que mostra como isso é possível: os conhecimentos eram obtidos por “revelação”, eles eram revelados aos iniciados. Só tem acesso a um conhecimento quando se tem uma certa ética, um certo grau de evolução. Não porque exista uma discriminação, mas porque só se recebe isso através de uma frequência fina. A mente só consegue acessar certos conhecimentos através de um fenômeno chamado ressonância.

Imagine o rádio; só se pode sintonizar uma estação, se colocar o aparelho na freqüência daquela estação. Da mesma maneira, só se consegue chegar numa determinada frequência onde esses conhecimentos estão se adquirir um grau de subtileza tal que se é capaz de entrar em harmonia com esse conhecimento. E isso independe da cultura que você tem. Por isso algumas pessoas não têm cultura e têm sabedoria.

Quando se fala em entrar em ressonância com o conhecimento, isso não quer dizer que ele já existe num nível superior ao humano. O conhecimento está todo ai; ele é acessivel. O que nós fazemos é simplesmente aceitá-lo e dar-lhe forma matemática compatível com a realidade em que vivemos. Existem pessoas que dizem que o conhecimento de Deus está na Bíblia. Eu acho que o conhecimento de Deus está em tudo.

Na folha de uma árvore, está escrita a história do universo inteiro…

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