Grandes
magistas que conquistaram o reconhecimento da sociedade ocultista estudaram
correntes de magia e fizeram sua obra mostrando, em tese, como funcionariam os
preceitos do que criou, o interessante é que para esses ilustres ocultistas
fica claro o seu empenho, pois não encontramos em seus sistemas o plágio de
outros, acrescentando assim, técnicas únicas e diferenciadas que promoveram até
a criação de Ordens Iniciáticas.
Para
quem conhece profundamente magia e para ser profundo dentro da magia, se
procura se especializar, diante de tanto que se deve empenhar de estudos e
práticas, o caminho da Bruxaria Tradicional é complexo e exigente, não é
possível ser um bruxo tradicional e ser, por exemplo, um umbandista, você é o
caminho que escolheu, muito embora as CRENÇAS TRADICIONAIS tenham
pontos em comum e em sua maioria se focam no culto ancestral, no culto
politeísta, nas práticas que envolvam as forças telúricas.
Para
quem cultua genericamente a magia, que chamaremos de feitiçaria
baseada em sistemas tradicionais, devem se ater às questões míticas, seria
possível cultuar deuses e espíritos que foram inimigos em sua época? Não é
possível! Pois entramos na questão dos pactos, tal como seria muito trabalhoso
ter locais distintos para práticas específicas, imaginem ter um altar de deuses
romanos e em outra casa uma altar de deuses celtas (?).
Devemos
entender que a "prática espiritual", e quando dizemos nos referimos
aos espíritos, são seres pensantes, com personalidade, imaginem se os mesmos
irão ficar restritos ao seu altar, ou ao seu quartinho, não vão! Acreditar que
existirá uma harmonia entre você e eles ou entre eles seria o mesmo que
acreditar em fada madrinha.
Portanto quando um
bruxo se caracteriza como tradicional, ele é tradicional, pois segue uma
linha característica de conduta e magia, segue uma síntese dos
costumes e valores de raiz, pois têm em suas crenças seus deuses, seus
ancestrais, uma afinidade que lhe é familiar. Esta fé, esse apanhado
antropológico, este reconhecer, o conhecimento hereditário é o que reconhecemos
como Tradicionalismo, e qualquer um podem discernir o que é uma tradição em sua
família, o que torna a bruxaria tradicional é justamente a tradicionalidade
na Bruxaria, o fator tradição é dado às muitas crenças, tal como chamamos
de crenças "tradicionais", ou seja, crenças nativas, e sendo nativas
devemos honrar sua origem, sua raiz, sua regionalidade e não apenas pegar o que
todas têm em comum, isto seria apenasgeneralismo, o tradicionalismo se encontra
no terreno da especialidade!
É fato que
as crenças tradicionais devem ser honradas em sua identidade mágico/ religiosa,
esse apanhado de lembranças, gostos, sensações, dessa energia cognitiva, que
muitos chamam de egrégora, deve ser compreendido com clareza, hoje vemos uma
confusão de deuses africanos, práticas como voodoo, candomblé, umbanda,
quimbanda, catimbó, cultuados conforme interesse e ego, por vezes dizendo que
tudo isso é bruxaria, por outras temos visto um movimento de
conscientização e de intelectualização que dizem que alguns movimentos
religiosos sofreram influência da bruxaria européia, por fim, um cenário que
estamos mudando com a aplicação de conceitos que estavam esquecidos e que o Conselho
de Bruxaria Tradicional tem demonstrado com excelência.
Somos
da opinião que a segmentação mágico/ religiosa é uma das premissas do bom
entendimento, com isso o magista entenderá qual linha ele realmente segue, se
pela feitiçaria baseada nas práticas genéricas tradicionais, se na Wicca, na
Bruxaria Eclética, na Bruxaria Tradicional ou qualquer outra que sentir um
propósito de vida, e quando dizemos isso, é justamente o caminho que mais tem
haver contigo, é o tempo de sair da curiosidade, da experimentação, e com
sabedoria e maturidade fazer sua peregrinação concreta, seja pela Bruxaria
Tradicional ou não.
Queremos
levar a esta reflexão, qual o motivo do seu empenho magista? Se dar bem na
vida? Ajudar aos outros? Encontrar reconhecimento? Em nosso pensar, tudo isso
pode ser conquistado com trabalho, levantando cedo, sendo honesto, digno. Vamos
reconhecer um grande magista quando ele retirar a doença dos enfermos, quando
ele melhorar a sua vida e de quem tiver a bondade de ajudar, quando ele ensinar
com propriedade o real significado de "Ethos", ou
seja, ética! Seja justo, pois para fazer a maldade, para machucar ao
próximo você não precisa ser um feiticeiro, precisa ser apenas mau caráter.
Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasi
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