Em
“Reis” e “Crônicas”, a Bíblia Sagrada, nos fala da construção do Templo de
Salomão. Este Templo foi o modelo usado para a elaboração do Templo Maçônico. O
Rei Salomão recebera como herança de seu pai a incumbência de construir um
Templo ao Sr. Deus Javé.
Hiram
Abi, homem de grande habilidade, talento e inteligência foi o responsável pela
grandiosa obra. Eis o relato em Reis capítulo 7: “Fundiu
duas colunas de bronze, cada uma com nove metros de altura e seis de
circunferência. Fez dois capitéis de bronze fundido, cada um com dois metros e
meio de altura, e os colocou no alto das colunas. Para enfeitar os capitéis,
fez dois trançados em forma de corrente, um para cada capitel. Depois fez as
romãs; havia duas fileiras de romãs em torno de cada trançado, para cobrir os
trançados que ficavam no alto das colunas. Fez o mesmo com o segundo capitel.
Os
capitéis, no alto das colunas que estavam no vestíbulo, tinham forma de flor de
lis, medindo dois metros. Além disso esses capitéis, no alto das colunas, no
centro que ficava por trás dos trançados, estavam enfeitados por romãs,
colocadas em filas de duzentas ao redor de cada capitel.
Em seguida, Hiram
ergueu as colunas diante do vestíbulo do santuário: ergueu a coluna do lado
direito e lhe deu o nome de FIRME; depois levantou a coluna do lado esquerdo e
lhe deu o nome de FORTE. E assim terminou o trabalho das colunas". Hiram
executou toda a obra do Templo de Salomão e repetimos em “Reis 1 e 2, e
Crônicas": Esta magnífica construção é descrita minuciosamente inclusive
na maneira de confeccionar todos os utensílios, estes de muita importância na
forma, função e simbolismo para entendimento do porquê da construção deste
Templo, apesar de ser o arquétipo do Templo Maçônico observamos que nem todos
os utensílios do Templo de Salomão, foram transportados para o Templo Maçônico,
Assim
vamos nos ater as colunas que são o escopo deste trabalho. Tendo vivido no
Egito, livre ou escravo, o povo hebreu assimilara muito dos costumes,
religiosidade e cultura egípcia. Em frente dos Templos egípcios, sempre eram
construídos dois obeliscos: um ao lado do outro como oferenda a divindade. Na
fuga do Egito sob o comando de Moisés uma nuvem durante o dia transformava-se
em fumaça, protegendo o povo em fuga dos soldados do Faraó.
A
noite a mesma nuvem era uma coluna de fogo a iluminar o caminho dos fugitivos.
Quarenta anos o povo passou no deserto. Quando da construção de Templo de
Jerusalém, as colunas foram concebidas como monumento para lembrança constante
do sofrimento e a demonstrar a necessidade de purificação nos quarenta anos
vividos no deserto, em fuga antes de chegar a terra prometida Canaã. Livre das
impurezas adquiridas em terras estranhas, as duas colunas ali estavam, como a
lhes despertar a consciência.
A
magnitude de Templo de Salomão, veio através dos séculos, transformá-lo em
símbolo da perfeição. A submissão do homem a um ente reconhecidamente superior,
fruto de amor e bondade, fez com que nossos antepassados, ao buscarem uma
referência histórica, para construção de nossas lendas, encontrassem no Templo
de Salomão e em sua construção física uma riqueza incomensurável. Os pedreiros
livres, já vinham desde priscas eras, comunicando verbalmente as histórias da
Torre de Babel e do Templo de Salomão.
A
tradição estava estabelecida, era necessário dar um formato menos fantástico,
mais real. Já não se tratava de incentivar homens ao trabalho braçal, agora era
polir o próprio homem, como fazer a não ser por seus exemplos, onde todos
miravam-se em todos. Os símbolos transformavam-se em alegorias, pois era
necessário mantê-los velados aos que não entendessem a “Arte”, aos que os
interpretassem eram oferecidos maravilhosas lições de moral, verdadeiro caminho
das pedras em direção a perfeição, objetivo principal dos que buscavam conhecer
a verdadeira virtude.
Estando
presente, desde o início da Maçonaria Especulativa nos locais adaptados para
servirem como Templo Maçônico, nos adros das Igrejas e nas tabernas para as
reuniões das Lojas, no chão destes locais eram desenhados com carvão, os
painéis com toda variedade de símbolos que a Loja tinha para que acontecesse
uma “Sessão Maçônica em Loja". E um dos símbolos que permanece até hoje
nos Templos, são as duas Colunas. Ao final da Sessão, eram apagados os
desenhos, na evolução natural eles passaram a ser feitos em tapetes,
desenrolava no inicio da Sessão e enrolava ao final, quando a. Loja era
fechada, Ficando guardado até a próxima Sessão.
As
várias gravuras antigas comprovam esta constatação, pois sempre nos deparamos
com a presença duas Colunas “B” e “J”. Corno no inicio da Maçonaria
Especulativa esses locais chamados de Templo Maçônico, mesmo sem terem sido
construídos para este fim específico, quando da construção do primeiro Templo
Maçônico em 1776 lá estavam estas Colunas “plantadas no chão”. O Templo
Maçônico representa o Universo, a Loja Maçônica representa o Planeta Terra,
dentro deste Universo.
No
Templo encontram-se as duas Colunas “B” e “J” com uma simbologia de alta
expressão. A Coluna “B” simboliza o solstício de inverno, isto é o Sol em posição
zero grau de Câncer, no dia 2 de Junho, a Coluna “J” simboliza o solstício de
verão, o Sol em posição zero grau de Capricórnio, no dia 21 de Dezembro. Estas
posições acontecem ao sul do Equador, ao norte é exatamente ao inverso, aí está
porque o Maçom quando entre estas duas Colunas encontra-se no único neutro da
Loja. Representam também as Colunas a Vida e a Morte, pois sabemos que esta é a
única certeza que o ser humano deve ter, eis porque entre ambas é a passagem
obrigatória para quem quer estar “Em Loja".
Nas
Sessões Maçônicas, quando qualquer obreiro estiver circulando não deve em
hipótese nenhuma circular por trás das Colunas, pois as mesmas delimitam
Universo e Planeta Terra, Templo e Loja e quem estiver atrás das Colunas estará
dentro do Templo, porém simbolicamente fora da Loja, exceto o Guarda do Templo.
As
Colunas Gêmeas não podem e não devem ficar no Átrio, sua forte
representatividade se faz necessário dentro do Templo; Também não devem ser
consideradas como mera decoração, esse respeito e veneração é em função das
mesmas serem um dos raros elos que remanescem em nossos Templos Maçônicos,
herança do primeiro Templo de Jerusalém chamado de Templo de Salomão.
A
importância das Colunas no Templo, aumenta quando constatamos que sobre elas
convergem as emanações Cósmicas e Telúricas, unindo naquele minúsculo pedaço do
Universo que chamamos Loja, o nosso mundo, abstrato e concreto, céu e terra,
homem e divindade fundidos em um só ser, onde fluí urna maravilhosa energia
positiva, que estimula o Maçom a voltar-se para dentro de si, com a Luz divina
o acompanhando para a construção do seu próprio Templo Íntimo, moradia eterna
do G:.A:.D:.U:.. objetivo de todo obreiro da Sublime Instituição.
TFA/PP
Ir MM.´. Daniel
Martina R+C
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