Meus irmãos me consideram livre e de bons costumes e me concederam a alegria de, estando cercado de sombras espessas e imerso nas trevas, poder conhecer a Verdadeira Luz em uma Loja Justa e Perfeita, onde pedi e recebi, onde procurei e achei, onde bati e permitiram-me a entrada e me deram assento no norte, onde me instruíram a trabalhar incessantemente pela realização dos fins da Maçonaria, e estudar, sem descanso, e com cuidado, todas as questões que agitam as sociedades humanas, procurar a sua solução pelas vias pacíficas, e propagar ao meu redor os conhecimentos que tiver adquirido. Instruíram-me também a ser bom, justo, digno, dedicado, corajoso, isento de orgulho e ambição, livre de todo preconceito e toda servidão, pronto a todos os sacrifícios pelo triunfo do Direito e da Verdade.
Também me ensinaram a ser reconhecido como
maçon, ao mesmo tempo que me alertaram, ser preferível ter o pescoço cortado à
revelar os segredos que me foram confiados, o que me ficou evidente ser mera
simbologia, pois muitos maçons levando duas ou três borrachadas, ou menos que
isso, entregam todo o serviço.
Deram-me também a tal Palavra Semestral, me
sendo explicado que é destinada a afirmar a regularidade dos membros da Loja, o
que igualmente me pareceu ser mera simbologia, pois cada potencia tem a sua
palavra própria, e depoimentos de irmãos com muitos anos de maçonaria atestam
que nunca a utilizaram, e não a guardam na memória por mais que um dia.
Ensinaram-me que tenho três anos, que o ternário
tem um caráter simbólico desde a mais remota antiguidade, e para os antigos
iniciados significava criação, conservação e destruição, e para nós simboliza o
passado, o presente e o futuro; o nascimento, existência e morte; Pai, Mãe e
filho; Princípio, Verbo e Substância; Pai, Filho e Espírito Santo; Osíris, Isis
e Hórus...entre outros simbolismos.
Ao fazer a passagem das trevas à Luz, espadas
voltadas com as pontas anunciavam-me que os Maçons tornar-se-iam meus
defensores, se a minha vida ou a minha honra fosse ameaçada, ao mesmo tempo que
igualmente me anunciavam que encontraria neles vingadores da Maçonaria e de
suas leis, se eu faltasse ao cumprimento de minhas promessas, ou se me
afastasse da senda dos meus deveres. Essas mesmas espadas também me foram
apresentadas como o símbolo do combate que o homem deve sustentar para defender
a Justiça e a Verdade. O Maçon, mais que ninguém, deve lutar sempre com armas
leais.
Fui convidado a fazer um solene juramento, que o
fiz livremente, pois nada havia nele que contrariasse minha consciência, e me
fizeram segurar um Esquadro e Um Compasso, representando a medida justa que
deve presidir todas as nossas ações, as quais não podem se afastar de Justiça
nem da Retidão, que regem todos os aos de um verdadeiro maçon.
Me foram dados dois pares de luvas e me
instruíram a ofertar um deles à mulher que mais merecia minha estima, me
explicaram que, embora as mulheres não sejam admitidas à iniciação maçônica, os
maçons tributam homenagens às suas virtudes.
Me esclareceram que nossa Oficina é chamada de
Loja, sendo que esse nome nos foi transmitido tradicionalmente pelos Maçons
construtores da Idade Média, que assim designavam o lugar fechado e reservado
em que se reuniam só os iniciados, nos arredores de um grande edifício em
construção.
Ensinaram-me que nossos trabalhos abrem-se ao
meio dia e encerram-se à meia noite, sendo um duplo símbolo de regularidade.
Meio dia é a hora astronômica por excelência, o momento do dia que menos varia,
determinado pela passagem do sol no zênite. Começando ao meio dia, o nosso
trabalho, prolonga-se durante doze horas seguidas, para indicar que o Maçon
deve empregar metade do seu tempo em tornar-se útil, em instruir-se. Nossas
horas alegóricas referem-se à tradição segundo a qual Zoroastro recebida os
seus discípulos ao meio dia nos dias de sessão, e os despedia à meia noite,
depois da ceia fraternal com que terminava os trabalhos.
Em seguida ensinaram-se que em nossa Loja
combatemos a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros. Que
glorificamos o Direito, a Justiça, a Verdade e a Razão. Que edificamos templos
às Virtudes e cavamos masmorras aos vícios.
T.´.F.´.A.´.
Ir MM.´.Daniel Martina R+C
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