Cruz – do lat. cruce – significa antigo instrumento de suplício, constituído por dois madeiros, um atravessando no outro, em que se amarravam ou pregavam os condenados à morte. Segundo Rizzardo da Caminno a Cruz é formada por dois ângulos retos, encontrando-se com os seus vértices. Os gregos a apresentam na forma de uma sua letra, a “tau”, e tem o formato de um “T” maiúsculo. A palavra cruz no grego = (stauros, verbo stauroõ) que significa primariamente um poste reto ou uma trave, e secundariamente um poste usado como instrumento de castigo e execução. Para o chinês, a cruz indica ainda a idéia de universalidade e plenitude: inteiro, perfeito, completo, extremo, largo, infinito e perfeição, expressa o superlativo: extremamente bonito, mil maravilhas, eternidade sempre. Os hebreus, à semelhança dos chineses, carregavam esse sinal com toda a força do símbolo: vizinhança, amizade, simpatia, totalidade, fartura e perfeição. No alfabeto hebreu a Cruz (TAU) é a última letra.
Existe também a Rosa-Cruz, uma cruz em cuja inserção central apresenta uma rosa. Na maçonaria são usadas como símbolo a Cruz Latina e a Cruz patriarcal, essa como símbolo do Grau 33 do R.´.E.´.A.´.A.´. Na matemática, a cruz assumiu desde os babilônios, o sentido de MULTIPLICAÇÃO e SOMA, os membros da Rosa Cruz costumam explicar seu significado interpretando-a como o corpo de um homem, que com os braços abertos saúda o Sol e com a rosa em seu peito permite que a luz ajude seu espírito a desenvolver-se e florescer. Quando colocada no centro da cruz a rosa representa um ponto de unidade.
Na sua acepção mística, a Cruz não tem significado sectário, pois representa a espiritualidade e a consciência Cósmica. É o símbolo da imortalidade, da fé, da santidade e da perfeição.
De acordo com o estudioso Juan Eduardo Cirlot, ao situar-se no centro místico do cosmos, a cruz assume o papel de ponte através da qual a alma pode chegar a Deus. Dessa maneira, ela liga o mundo celestial ao terreno através da experiência da crucificação, onde as vivencias opostas encontram um ponto de intersecção e atingem a iluminação.
É pela cruz que se sai do material e chega-se ao imaterial, do concreto chega-se ao abstrato; do mundo inferior chega-se ao superior, do plano das formas chega-se aos planos do sem forma; do domínio da força inferior chega-se ao dominium da Força Superior, Seu modelo básico traz sempre a intersecção de dois eixos opostos, um vertical e outro horizontal, que representam lados diferentes como o Sol e a Lua, o masculino e o feminino e a vida e a morte, por exemplo.
Se dividirmos a circunferência que simboliza o mapa com uma linha na horizontal que liga a superfície da terra ao horizonte longínquo, e outra na vertical – que toca o alto do céu e atravessa todo o planeta Terra, formamos uma cruz, a cruz cardeal. Esta cruz sempre foi considerada de suma importância para a Astrologia. Define que somos filhos tanto do Céu como da Terra. Nossos pés estão firmemente ligados a terra, nossa cabeça liga-se ao céu e dele recebe a energia necessária ao nosso desenvolvimento como seres humanos. O que se procura é o desenvolvimento de nosso Espírito, filho do céu, ao mesmo tempo que a harmonização de nosso corpo, filho da terra, com as energias que vêm do céu (eixo vertical) e com as energias dos cinco elementos da terra. (eixo horizontal. Da Astrologia podemos extrair o mesmo ensinamento: o braço horizontal da cruz cardeal nos remete aos signos de Áries (o desenvolvimento do eu) e Libra (o encontro com o outro, com a natureza, com o que não sou eu). O braço vertical nos remete aos signos de Câncer (as raízes, a família, o coletivo) e Capricórnio (o ponto mais alto do mapa, evocando a lenta subida do homem até os níveis mais elevados de espiritualidade).
Segundo Jorge Adoum, a cruz não significa morte e sim triunfo sobre a matéria. Sua ponta voltada para cima, corresponde a imagem de Deus, refletindo a Verdade, sabedoria e amor, já a parte inferior apontada para baixo, corresponde a imagem das trevas.
Segundo John Stott “....A cruz nos assegura que esse Deus é a realidade dentro, por trás e além do universo”.
No N.T, a cruz é símbolo de vergonha e humilhação, bem como da sabedoria da Glória de Deus reveladas por meio dela. Roma empregava a cruz não só como instrumento de tortura e execução, mas também como pelourinho vergonhoso, reservado para os mais vis. Para os judeus era maldição.
Teologicamente, o vocábulo cruz era usado como descrição sumária do Evangelho da salvação, de que Jesus “morreu pelos nossos pecados”. Assim é que a pregação do Evangelho é a “palavra da cruz” a “pregação de Cristo crucificado” (I Co 1.17 e segs). A palavra cruz é reconciliação (II Co 5. 19), foi por meio dela que houve reconciliação entre Deus e o ser humano, sendo essa reconciliação pessoal e cósmica.
O interesse dos escritores do Novo testamento na cruz, não é nem arqueológico, nem histórico, mas antes Cristológico.
Para os cristãos representa a paixão e a morte de Cristo. No Cristianismo, é o símbolo da redenção universal, da reconciliação e da PAZ (Ef. 2, 14-17 e CL.1, 19-20). É a vitória da vida. Um Homem-DEUS (Jesus) esteve ali de BRAÇOS ABERTOS, num gesto de reconciliação e confraternização.
Autor:
Manoel Junior, M:.M:.
A:.R:.L:.S:. Verdadeiros Amigos, São Paulo - Brasil
Biografias:
1 - Dicionário Maçônico Rizzardo da Camino
2 - Grau de Companheiro e seus mistérios – Jorge Adoum.
3 - Obras de Rizzardo da Camino, Rui Tinoco de Figueiredo, Jorge Adoum, consulta a diversos MM.´.MM.´., diversos sites da Internet, Bíblia Sagrada, tradução de João Ferreira de Almeida. 2ed. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. Novo Dicionário da Bíblia. 2ed. São Paulo: Vida Nova, 1995. Stott, John. A cruz de Cristo. São Paulo: Vida, 2000.
Autor:
Manoel Junior, M:.M:.
A:.R:.L:.S:. Verdadeiros Amigos, São Paulo - Brasil
Biografias:
1 - Dicionário Maçônico Rizzardo da Camino
2 - Grau de Companheiro e seus mistérios – Jorge Adoum.
3 - Obras de Rizzardo da Camino, Rui Tinoco de Figueiredo, Jorge Adoum, consulta a diversos MM.´.MM.´., diversos sites da Internet, Bíblia Sagrada, tradução de João Ferreira de Almeida. 2ed. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. Novo Dicionário da Bíblia. 2ed. São Paulo: Vida Nova, 1995. Stott, John. A cruz de Cristo. São Paulo: Vida, 2000.
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