21 de maio de 2012

O MAÇOM E A RESPONSABILIDADE SOCIAL:


Vivemos em uma época turbulenta e, mais ainda, os acontecimentos ocorridos nos Estados Unidos, relacionados aos atos terroristas nos edifícios do World Trade Center e no Pentágono, como conseqüência o início da guerra anti-terror, com as inúmeras bombas despejadas em um país miserável na tentativa de satisfazer a um povo ávido por respostas e vingança pelo grande sofrimento pela perda das milhares de vidas do atentado terrorista.

Obviamente não nos cabe fazer julgamentos, apontando certos ou errados, nem tampouco justificar este ou aquele ato. O que proponho é uma reflexão, não só sobre estes países envolvidos, mas sobre todos os conflitos existentes no planeta, notadamente fruto da ausência de valores, excesso de fanatismos e egoísmos, afinal um povo é o conjunto de individualidades coletivas que, como indivíduos passam pela infância, idade madura e decrepitude e, também, a responsabilidade do maçom frente a toda essa gama de desentendimentos, conflitos e guerras gerada pela ausência do que juramos defender.

Creio que um maçom tenha pouca influência junto aos poderosos líderes mundiais das nações. O que ele pode e deve fazer nada mais é do que a sua parte nesse processo, quer seja através de um comportamento coerente e congruente com a sua promessa nas pequenas atitudes e comportamentos do dia-a-dia, quer seja discutindo em loja, reunindo-se, fazendo proposições, cobrando dos governantes as promessas feitas em campanhas eleitorais ou apresentando sugestões sobre o alinhamento dos procedimentos para um realinhamento ético, voltados aos princípios maçônicos, que creio serem os mesmos princípios que também inspiram ou devem inspirar a mente e o coração desses líderes.

Gosto muito de uma pequena história, onde um turista estava em viagem pelo Egito e teve a oportunidade de conhecer um rabino e ir à sua casa. Lá chegando, ficou surpreso ao ver a simplicidade do lugar, os poucos móveis e até a humildade do rabino. Perguntou então ao rabino: - Onde estão as suas coisas, suas estantes, suas prateleiras, seu conforto, e todas as regalias que a sua posição permitia?


O rabino respondeu com uma pergunta:
- E as suas coisas, onde estão? O turista respondeu: - Mas eu estou só de passagem e, para mais uma surpresa do turista, o rabino disse:
- Eu também.
Ora, uma rua, um bairro, uma cidade são formados por pessoas. Uma nação é formada por pessoas e pessoas somos nós, cada um de nós. Teremos sem nenhuma dúvida, um mundo melhor, quando cada um assumir a sua parcela de responsabilidade nesse processo.
Para o Maçom, a responsabilidade é dobrada, porque entre outras ações que lhes propiciam um desenvolvimento intelectual e mental, além de emocional, assumiu um compromisso através do seu juramento de construir templos às virtudes e masmorras aos vícios.
De que forma, então, o maçom pode atuar nesse mundo tão conturbado e carregado de desencontros?
Primeiro, sabendo exatamente o que é um povo civilizado. A civilização se depurará quando o moral estiver tão desenvolvido quanto a inteligência. 
A medida que a civilização se aperfeiçoa, faz cessar alguns males que engendrou e esses males desaparecerão com o progresso moral.
Um povo só poderá se dizer civilizado, na acepção do termo, em que:
- Se encontre menos egoísmo, menos cupidez e menos orgulho;
- Onde os hábitos sejam mais intelectuais e morais que materiais;
- Onde a inteligência possa se desenvolver com mais liberdade;
- Onde haja mais bondade, boa fé, benevolência e generosidade recíprocas;
- Onde os preconceitos de casta e de nascimento estejam menos enraizados,
porque esses preconceitos são incompatíveis com o verdadeiro amor ao próximo;
- Onde as leis não consagrem nenhum privilégio e sejam as mesmas para o último como para o primeiro;
- Onde a justiça se exerça com menos parcialidade;
- Onde o fraco encontre sempre apoio contra o forte;
- Onde a vida do homem, suas crenças e suas opiniões sejam melhor respeitadas;
- Onde haja menos infelizes, onde todos os homens de boa vontade estejam sempre seguros de não lhes faltar o necessário.
- Onde haja homens de boa fé, que cultuam a verdade e não se vendem.
Se um povo é soberano e se cada um dos que o integram tem consciência dos seus deveres e direitos, para que não viva à mercê dos ambiciosos e dos mentirosos, é preciso que se eduque e, para que o consiga, é necessário reunir-se.
Pela educação de cada pessoa, o povo unido aprenderá a julgar e dará o seu voto para aumentar a soma da inteligência intelectual, que engrandece as nações. Assim, também, aquele que se habitua a pensar com prudência, sobre o lado favorável e o lado adverso das coisas, distinguirá as necessidades políticas que o afligem. Todas as classes de que o povo se compõe exercitarão, desse modo, suas faculdades adormecidas, reanimarão suas atividades, adquirirão a experiência que a decisão dos negócios requer. Assim, não se deixarão arrastar por impostores, como se observa quando não se preparam para o uso da razão, nem para o controle dos sentimentos e dos interesses, que fortificam o ato de julgar e permitir discernir a verdade da mentira. Impressionou-me deveras, a coincidência dos princípios defendidos pela maçonaria, com os dez princípios da ética planetária, que são as diretrizes do Clube de Budapeste para pensar globalmente e agir moralmente na aurora do Século XXI, baseadas em valores que representam o interesse esclarecido de todos os seres humanos, culturas, sociedades e vida na biosfera.

VIVA COM RESPEITO PELOS OUTROS E PELA NATUREZA:

1- Viva de uma maneira que satisfaça suas necessidades básicas sem tirar dos outros a oportunidade de satisfazerem as necessidades deles.
2- Viva de uma maneira que respeite o direito inalienável de todas as pessoas à vida e ao desenvolvimento, onde quer que elas vivam e quaisquer que sejam suas origens étnicas, sexo, nacionalidade, posição social e sistema de crenças.
3- Viva de uma maneira que respeite o direito intrínseco à vida e a um ambiente que dê apoio à vida de todas as coisas que vivem e crescem na Terra.
4- Busque a felicidade, a liberdade e a realização pessoal em harmonia com a integridade da Natureza e levando em conta as buscas similares de seus semelhantes na sociedade.


AJA PARA CRIAR UM MUNDO MELHOR:

5- Exija de seu governo que se relacione com outros povos e países pacificamente e em um espírito de cooperação, reconhecendo as aspirações legítimas de todos os membros da comunidade internacional por uma vida melhor e por um ambiente saudável.
6- Exija das empresas que manifestem preocupação adequada pelo bem estar de todos os seus envolvidos e pela sustentabilidade do meio ambiente, produzindo e oferecendo serviços que satisfaçam a demanda corrente sem degradar ou poluir a Natureza, sem reduzir as oportunidades das pessoas pobres de participar da economia nem as oportunidades das empresas locais de competir no mercado.
7- Exija dos meios de comunicação que divulguem informações contínuas e confiáveis sobre as tendências básicas e os processos cruciais, assim permitindo que os cidadãos e os consumidores tomem decisões abalizadas sobre questões que afetam sua saúde, sua prosperidade e o seu futuro.
8- Abra espaço em sua vida para ajudar os menos favorecidos a viver com dignidade básica e trabalhe com pessoas de mente semelhante a sua, próximas ou distantes, para preservar ou restaurar equilíbrios essenciais ao meio ambiente.


DESENVOLVA SUA CONSCIÊNCIA:

9- Desenvolva sua consciência para perceber a interdependência vital e a unidade essencial da família humana, para aceitar e apreciar sua diversidade individual e cultural e para reconhecer que uma consciência ampliando-se para uma dimensão planetária é imperativo para a sobrevivência humana.
10- Use o exemplo e a orientação da sua consciência em expansão para inspirar e motivar jovens (e pessoas de todas as idades) a desenvolverem aquele espírito que lhes dará o poder de tomar decisões morais sobre questões críticas que decidirão o futuro deles e o próprio futuro da humanidade.

Paz Profunda – Ir.´. Daniel Martina

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