Como sabemos, o homem foi criado (Gênesis 1-27) e formado (Gênesis 2-7) pelo Incognoscível , o homem é pois uma criatura especial, único ser que, quando adequadamente preparado e em níveis especiais de consciência extática pode observar e, em alguns casos, até mesmo vivenciar pelos três dos quatro mundos:
Mundo da Criação, Mental ou Espiritual (HaBriá),
Mundo da Formação (Haletizirá)
Mundo da Ação ou Reprodução (HaAssiá).
Mundo da Emanação (HaAtzilut),
O plano Divino, é vedado ao homem, pois nele habita a tríplice força criadora.
Plano de Ação ou Reprodução (HaAssiá) É o mundo físico ou material onde nascemos, vivemos e nos movemos, a criação atinge o seu maior grau de materialidade. O que a maioria de nós percebemos com os olhos corporais é somente a esfera mais inferior e mais densa da matéria. Como muito bem disse Shekespeare, “Entre o céu e a terra há mais coisas do que a vã filosofia humana pode imaginar”.
Esta incapacidade de percebermos esferas mais evoluídas (menos densas), inclusive em nosso próprio mundo material no qual vivemos é temporária, uma questão de evolução, estágio no qual a maioria dos seres humanos se encontra atualmente. Porém, cada um de nós, ao seu próprio tempo, evoluirá e atingirá novo plano de consciência e habitará segundo os ensinamentos Cabalísticos, em outros mundos da criação, pois somos criados e formados a imagem e semelhança do Criador, a quem na no Martinismo denominamos de Incognoscível, Criador ou Deus.
Por isto somos filhos e parte da criação dos mundos, seres especiais e complexos que ao mesmo tempo possui Corpo (Nephesh) com o princípio vital, o Espírito ou veiculo de comunicação (Ruach), sede da vontade e a personalidade humana propriamente dita, a Alma (Neshamah), a centelha divina.
O corpo pertence ao mundo da Ação ou Reprodução, o espírito ao mundo da Formação e a Alma no mundo da Criação, Mental ou Espiritual.
Apesar de distintas estas três partes que compõe o ser humano interpenetram-se umas nas outras, interagindo-se constantemente. Isto pode ser expresso pelo espectro solar que, apesar de possuir várias cores, funde-se uma nas outras ou ponto de não se distinguir exatamente.
Cada uma destas três partes possui três subdivisões analógicas “que provém da localização e dos reflexos dos respectivos princípios. Desta forma, distinguimos no homem nove elementos, ou seja, três partes principais com três graus cada uma:”
A) - Corpo (Nephesh): 1) O concreto no concreto; 2) o particular no concreto; e, 3) o geral no particular;
B) – Espírito (Ruach): 1) O concreto no particular; 2) o particular no particular; e, 3) o geral no particular;
C) - Alma (Neshamah): 1) O concreto no geral; 2) o particular no geral; e, 3) o geral no geral.
B) – Espírito (Ruach): 1) O concreto no particular; 2) o particular no particular; e, 3) o geral no particular;
C) - Alma (Neshamah): 1) O concreto no geral; 2) o particular no geral; e, 3) o geral no geral.
O Corpo (Nephesh), além do corpo físico propriamente dito. Sua atividade ideal é quase nula, a sensibilidade passiva para o mundo material é sua marca”. Recebe impulsos da Alma e do Espírito, com quem age e interage via atividade cerebral (pensamentos e ações, boas ou más).
O Espírito (Ruach) já não é tão sensível às influências da matéria, mas flutua entre a atividade e a passividade, entre a inferioridade e a superioridade. Recebe sensações (vibrações em determinado padrão de energia) do plano material, impulsionando estas sensações para realizações (boas ou más). “Dispõe de si mesmo e manifesta-se por e para fora do corpo em ações livres e voluntárias”.
O Espírito é, digamos assim, a camada intermediária entre o Corpo e a Alma, entre o material e espiritual, e com estes se relaciona constantemente em três níveis:
a) Primeiro nível – O Espirito é excitada pelo Corpo (que lhe é inferior) e sobre este age dando-lhe impulsos para pensamentos ou ações (boas ou más) especificas, dependendo da vibração mental (pensamentos conscientes e/ou inconscientes) daquele determinado ser humano. Daí o porque da grande utilidade de nos controlarmos, sermos tolerantes, perdoarmos do fundo do coração toda e qualquer ofensa que recebermos, ou seja, de vencermos nossas paixões, orgulhos e vaidades.
b) Segundo nível – O Espírito recebe influências do campo material (conforme sua natureza coletiva - se boa ou má, se positiva ou negativa) e sobre este também influencia. Daí o porque da extrema importância de nos lapidarmos diária e continuamente, da extrema necessidade de influenciarmos positivamente a comunidade em que vivemos...
c) Terceiro nível – O Espírito é estimulada pela Alma (que lhe é superior) a progredir, desenvolver-se, elevar-se espiritualmente. Nestes momentos o Espírito, como que agradecida, comunica a Alma suas experiências individuais. Daí o porque da razão para nos reunirmos em um Templo, Septem ou Heptada nos sintonizarmos com as forças Criativas do Universo, de crer num ente superior.
A Alma (Neshamah) é um ser puramente interior, cuja atividade dominante é a receptividade e onde não se encontra mais a sensibilidade passiva do plano material. A atividade aqui dominante é a receptividade. Vive sua própria vida, e vive só para o geral e para o mundo espiritual. Porém, além das relações com a divindade, esta em constante relação com o Espírito e o Corpo, em que se reflete e para os quais constantemente passa impulsos de elevados princípios espirituais.
“O Corpo e o Espírito são imagens exterior da Alma. Se nós Martinistas, apesar de todas batalhas que temos que travar diariamente para viver e progredir, nos prepararmos psicologicamente para nossa atividade Templária, no dia dos trabalhos, deixarmos realmente todos assuntos profanos para foram do contexto espiritual, e mais ainda adentrarmos ao Templo com o coração aberto, tenham certeza nós iremos sem dúvida estar em sintonia com as energias revigoradoras da sua própria Alma e da Alma de nosso Criador e também a Alma de nossos Iniciadores através de “ Le Choise”.
O grande segredo da evolução humana é que o Corpo físico, via atividade cerebral consciente, pode influenciar as estruturas do seu próprio ser, emitindo impulsos para o Espírito que, por sua vez retransmitirá a Alma que, confirmando a autenticidade e pureza destes impulsos, nos abrirá canal direto com a própria divindade como já afirmamos acima.
Devemos evitar que ao sairmos de nossos trabalhos nos esqueçamos dos pensamentos superiores e de nossas obrigações para com a Humanidade e sua evolução. Todos aqueles que ao saem de seus Templos e mantém-se firme no propósito de combater o bom combate, de trabalhar somente com pensamentos de fraternidade, de amor ao próximo, e na transformação dos Homens da torrente em Homens de Desejo, estes sim, continuarão em sintonia com as energias da Divindade.
TFA/PP
Elaboração: Ir MM.´. Daniel Martina R+C
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