18 de junho de 2012

Grande Oriente do Brasil - 190 Anos de Brasil:


Criado nos tempos libertários, que arrebatavam os brasileiros, nos primeiros anos do século XIX, o Grande Oriente do Brasil-GOB faz 190 anos de história este ano. Sua biografia está ligada à própria história brasileira e desde que se instalou no país, o ideal maçônico busca o desenvolvimento no sentido de influenciar no aprimoramento do homem. Seus ideais: ‘liberdade, igualdade e fraternidade’ cresce e acolhe àqueles que procuram por seus ensinamentos e suas condutas.

Segundo o Grão-Mestre Geral do GOB, Soberano Irmão Marcos José da Silva, a maçonaria sempre esteve presente na história do Brasil. “Para nós maçons a história do GOB em nosso país representa muito porque sempre exercitamos a ideia do sentimento de brasilidade, esse espírito é permanente dentro da maçonaria, seu nome e sua representação como país. A maçonaria sempre reverenciou e lutou para que fosse mantido em elevado grau esse sentimento e será sempre assim, porque o GOB é essencialmente cívico e brasileiro”, declara o soberano.

Fundado em 17 de junho de 1822, o GOB surgiu a partir das três lojas maçônicas Commércio e Artes, Esperança de Nicteroy, União e Tranquilidade que formaram a primeira obediência e lhe deu sustentação inicial. Assim, maçons com destaque em suas atuações no campo das letras, filosofia, artes, ciências entre tantas outras áreas fizeram parte da evolução da ordem e tiveram uma atuação marcante em episódios sociais e políticos do país.

A Independência Brasileira:

“É impossível que os habitantes do Brasil, que forem honrados e se prezarem de ser homens possam consentir em tais absurdos e despotismos...Vossa Alteza Real deve ficar no Brasil, quaisquer que sejam os projetos das Cortes Constituintes, não só para o nosso bem geral, mas até para a Independência e prosperidade futura do mesmo.” A fala proferida por José Bonifácio, em 1821 dá a dimensão do objetivo que os maçons tinham em conquistar uma nação livre da coroa portuguesa.
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Assim, a primeira atitude desde o início das atividades foi a de influenciar na emancipação política do Brasil em curto prazo e conquistar o sentimento de soberania, um dos pilares que a maçonaria sempre defendeu.
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O primeiro passo oficial neste sentido foi o Fico em 09 de janeiro de 1822. O ato foi liderado pelos maçons, José Joaquim da Rocha e José Clemente Pereira, o que representou uma desobediência à corte portuguesa e tirou o Brasil da sua condição de colônia.
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Ainda neste período, o primeiro grão mestre do GOB, José Bonifácio de Andrada, o maçom e jornalista, Joaquim Gonçalves Ledo foram os líderes do movimento em favor da independência, e levaram para dentro da ordem, o príncipe regente Dom Pedro iniciado na maçonaria no dia 02 de agosto de 1822 e três dias depois exaltado mestre maçom.
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Logo após a independência proclamada, Dom Pedro I assumiu o grão mestrado. Devido ao cenário político, o imperador acaba por suspender oficialmente as sessões da ordem maçônica e somente em 1831, quando abdica do trono em favor de seu filho, a maçonaria retoma as suas atividades.
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Este foi um momento de força e ânimo reaquecido para os maçons. É nessa época que o GOB faz um manifesto para todas as obediências e lojas estrangeiras informando sobre a retomada dos trabalhos. A partir de então o GOB funciona ininterruptamente até os dias atuais, mesmo nos anos efervescentes do período regencial em que constantes revoluções e movimentos separatistas aconteciam em todo o país.


A Abolição da Escravatura:

A atuação das lojas maçônicas teve um papel essencial na luta contra o período da escravidão brasileira. No campo teórico surgiam as leis feitas por maçons como: a lei que proibia o tráfico negreiro, em 1850, de autoria do maçom Eusébio de Queiroz; a lei do Ventre livre, em 1871, de autoria do grão mestre Visconde do Rio Branco e a própria Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, que teve forte participação e influência do maçom e mentor da Princesa Isabel, José do Patrocínio.
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No campo das ações mais concretas, enquanto a abolição não ocorria plenamente, as lojas maçônicas foram responsáveis por decretos que minimizaram a crueldade do período como a proibição da entrada de novos maçons que fossem senhores de escravos e que se mais tarde, viessem a possuí-los, seriam multados, àqueles senhores que já eram maçons estabeleceu-se a obrigatoriedade de alforriarem seus escravos. Com as importâncias arrecadadas pelas lojas maçônicas o objetivo era a compra do máximo número possível de escravas, para que fossem alforriadas e em consequência seus descendentes já nasceriam livres.

A República: 

O Brasil clamava pela República! Era uma questão de tempo, pois o regime monárquico não condizia mais com as transformações econômicas e sociais que o país atravessava. O ideal iluminista insuflado pelos grandes pensadores, que em sua maioria eram os maçons, dava sinais de que a campanha republicana iria empolgar o sentimento de nacionalidade do povo brasileiro.
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Já nos idos de 1870 tem-se notícia documental de que ocorreu a Convenção Republicana de Itu, composta basicamente de maçons que preparavam o terreno para o que futuramente iria culminar na Proclamação da República.
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Atentos a este cenário os maçons, através de várias lojas como a Vigilância e Fé, de São Borja – RS, Loja Independência e Regeneração III, ambas de Campinas - SP, aprovaram um manifesto contrário à continuação da monarquia e enviaram a todas as Lojas Maçônicas do Brasil, para que tomassem conhecimento e que apoiassem esta causa. E mais uma vez a maçonaria estava à frente para liderar um Movimento Democrático.
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Uma semana antes da proclamação, um acontecimento importante foi a reunião na casa do maçom Benjamin Constant. Lá foi decidido que haveria a pressão pela queda do Império. Ao anfitrião ficou a incumbência de convencer o Marechal Deodoro da Fonseca a se juntar ao ideário republicano, e por fim, após êxito na ação, o Marechal assumiu o comando do movimento e proclamou em 15 de novembro de 1889, a República no Brasil.
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Durante o período republicano os maçons tiveram uma participação relevante, tanto no movimento para a Proclamação da República, como nos primeiros anos do governo influenciando diretamente nos rumos político e econômico do país. Dos 14 presidentes da Primeira República que vai até 1930, no início do Governo Vargas, nove foram maçons refletindo a importância daquela elite pensante naquele momento.
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Foram eles: Deodoro da Fonseca (1889 – 1891); Floriano Peixoto (1891 - 1894); Prudente de Morais (1894 - 1898); Campos Salles (1898 - 1902); Nilo Peçanha (1909 - 1910); Marechal Hermes da Fonseca (1910-1914); Venceslau Brás (1914 - 1918); Delfim Moreira (1918 - 1919); Washington Luis (1926 - 1930). Após o período de Getúlio Vargas, Café Filho (1954 - 1955); Nereu de Oliveira Ramos (1955 - 1956); Jânio da Silva Quadros (1961 - 1965) assumiram a presidência do Brasil.
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Com a mudança da capital federal para Brasília foi somente em 1978 que o Grão Mestre, Osíris Teixeira, num de seus primeiros atos transferiu a sede do Grande Oriente do Brasil, do Rio de Janeiro fazendo-se cumprir a legislação maçônica prevista. “Foi um processo muito complicado, pois, apesar da capital ter mudado em 1960, somente 18 anos depois é que veio efetivamente para Brasília, houve resistência, mas a legislação maçônica foi mantida acima de qualquer interesse.”, declara o curador do Museu Ariovaldo Vulcano, Sr.Luiz Alberto Chaves.


O GOB e a atualidade: 

Com mais de 2715 lojas, reconhecida por mais de 28 obediências e 300 maçonarias no mundo, o GOB com seus cerca de 72 mil obreiros ativos é hoje a maior obediência maçônica da América latina e se firma como uma secular instituição que - como é característico das instituições verdadeiramente relevantes e duradouras - se reinventa para responder aos desafios e às necessidades de um espaço de tradição e convivência sadia, com ações filantrópicas e de aprimoramento ético.


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Fonte: (A:CC/R:JA)

Sec:. Geral de Comunicação e Informática



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