Aos casados há muito tempo, aos que não se casaram, aos que vão se
casar, aos que acabaram de se casar, aos que pensam em se separar, aos
que acabaram de se separar, aos que pensam em voltar...
Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado uma ótima
posição no ranking das virtudes, o amor ainda lidera com folga.
Tudo o que todos querem é amar. Encontrar alguém que faça bater forte
o coração e justifique as loucuras, Que nos faça entrar em transe,
cair de quatro,babarnagravata.
Que nos faça revirar os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado.
Depois que acaba esta paixão retumbante, sobra o que? O amor! Mas não o
amor mistificado, que muitos julgam ter o poder de fazer levitar.
O que sobra é o amor que todos conhecemos, o sentimento que
temos por mãe, pai, irmão e filho.
É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe o sexo.
Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.
O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus. A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a
sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver nenhuma garantia
de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de
cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.
Casaram-se! Te amo prá lá, te amo prá cá; Lindo, mas insustentável.
O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso.
É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero.
Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor, só,
não basta. Não pode haver competição. Nem comparações.
Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar. Amar, só, é pouco. Tem que haver
inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensõespré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar.
Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar.
Tem que ser um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.
Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio tem
que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um
tempo pra cada um. Tem que haver confiança de ambos.
Uma certa concordância, às vezes fingir que não viu, fazer de
conta que não escutou. É preciso entender que união não significa,
necessariamente,fusão. E que amar, solamente, não basta.
Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, falta discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.
O amor é grande mas não é dois. É preciso convocar uma turma de
sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.
O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.
Dentro da lógica estão muitas verdades das quais não nos damos conta, talvez, em nossa correria vida afora. Como essa, de colhermos nos rostos das pessoas, as reações daquilo que somos para elas: quando sempre sorrimos, receberemos somente sorrisos; quando somos sempre afáveis, receberemos sempre afabilidades; quando somos sempre irritadiços, impacientes, receberemos sua irritação, brutalidade e impaciência das pessoas.
Captamos conforme o que emitimos, recebemos na proporção do que damos. Tanto tem sido falado sobre isto! E quão pouco nos empenhamos em agir conforme essa lei simples de ação e reação. Muitos de nós, por causa da teimosia: “Não vou mudar meu jeito!”. Por conta do egoísmo: “Eles é que precisam mudar!” Por causa da arrogância: “Na minha posição eles têm que me tratar como quero.” E assim por diante...
A vida vai caminhando nas retas e curvas do destino até chegar a regiões do futuro próximo. E ali, não reconheceremos sequer um palmo daquele chão. Ele é totalmente diferente do que pensávamos ou queríamos. Somos estranhos em nosso próprio futuro. E reclamamos contra a vida, contra o destino e, não raramente, contra Deus.
Nós, seres humanos, sempre nos esquecemos de uma coisa: Nunca somos cavaleiros da vida, andando sobre seu dorso enquanto ela cavalga seu curso. Nós somos aqueles que precisam seguir as suas pegadas. Com paciência, determinação e coragem.
Pois bem! Falávamos sobre as reações que colhemos nas expressões e nos sentimentos das pessoas... Isto está inserido na razão, na lógica. Todavia, há algo que ultrapassa essa fronteira do que entendemos como ações e reações comuns entre si. Trata-se daquilo que transcende a nossa compreensão racional. Trata-se de Leis que estão acima da lógica humana.
Uma delas se nos apresenta como espelhos e reflexos, numa colocação poética. Se antes colhíamos nas faces e nas emoções das pessoas – como reação – os sorrisos dos nossos sorrisos, ou as irritações das nossas irritações; agora colhemos em suas atitudes o que fomos para elas.
Fomos seres carregados de nervosismo, impaciência, orgulho? Coisas que não suportávamos nas outras pessoas, mas que em nós permitíamos existir à vontade, enquanto praticamente exigíamos que nos tratassem com calma, educação e humildade. Fomos seres carregados de intolerância, julgamentos, incompreensão? E exigíamos dos outros justamente o contrário! Pois bem! Eis que não estávamos seguindo as pegadas da Vida... E nos perdemos...
Agora estamos em terreno áspero e terrível de um futuro próximo. O que vemos? Aquilo que éramos, ou que ainda continuamos a ser, justamente nos gestos, nas atitudes de um patrão, de quem amamos ou de quem precisamos.
Pedimos compreensão e recebemos intolerância; queremos amor e recebemos indiferença. E tudo aquilo que criticamos nos outros agora está-nos sendo dado por quase todos. O que fazíamos na condição de chefes ou patrões irritadiços, impiedosos, prepotentes, está agora nas atitudes de quem nos rodeia, dirigido em nossa direção.
Nesse vendaval o coração ferido parece não suportar tanta dor. Tentamos transformá-los, mas... em vão! Eles são o reflexo do espelho que fomos e talvez ainda sejamos. Não são apenas reações dos nossos sentimentos, mas sim, das nossas ações. Eles são os reflexos coloridos, exatos, de tudo aquilo que não poderíamos ser e de tudo aquilo que não queremos que eles sejam.
Aborrecemo-nos, desesperamo-nos, torturamo-nos, debatemo-nos, até que começamos a sentir certa aversão a aquele filme de cenas tão nítidas que os reflexos nos mostra. É! Alguma coisa tem que mudar! E admitimos que essa mudança tem que acontecer em nós mesmos. Ou isto, ou continuamos a enfrentar nossos reflexos dolorosos por meses, anos, ou uma vida inteira.
É uma Lei Superior denominada karma, em sânscrito. Como pertencemos a várias doutrinas e religiões, ocidentais e orientais, que seja uma lei dos “espelhos e reflexos”, essa que nos mostra, tão clara e dolorosamente, alguns dos nossos piores defeitos. Então, movidos primeiro pelo constrangimento, e depois pelo arrependimento, começamos a limpar e polir o nosso espelho. Os reflexos vão e esmaecendo, sumindo...
Como reações, a lei Superior nos mostra o que precisamos mudar. E felizes são aqueles de nós que aceitam a diretriz desta lei e têm-na como uma oportunidade de aprendizado doada pelo Criador. Que fez os céus, as terras, os oceanos, as florestas, os animais, os seres humanos. E tanto para todo elemento de Sua grande obra fez leis. Para que Seu Universo funcionasse à máxima perfeição. Shalon.
O presente trabalho tem por objetivo estudar e decifrar os símbolos que compõem o Avental e a Joia do Mestre Secreto, apoiando-se em quatro pilares: a história, a simbologia, a filosofia e a experiência pessoal de cada Ir∴ que constitui a Ordem. Ressalte-se, que o trabalho em epígrafe, não tem o condão de esgotar o tema, muito pelo contrário, é uma pequena contribuição para estimula
os IIr∴ a darem continuidade na marcha da busca do conhecimento.
A bem da verdade, e, muito embora o material de pesquisa referente aos temas, seja escasso, o grupo envidou os seus melhores esforços, para trazer o que de melhor poderia constituí-lo.
O OLHO NA ABETA:
“O OLHO NA ABETA DO AVENTAL É O SIMBOLO DO SOL, O OLHO DO UNIVERSO, CONSIDERADO PELOS ANTIGOS COMO A IMAGEM DA DIVINDADE.”
Se olharmos atentamente, o formato da abeta, iremos ver que nada mais é do que o formato do Delta, ou seja, o Triângulo em posição ao contrário, dentro do triângulo temos o olho que, no conjunto, é chamado de Delta Luminoso que é localizado nas oficinas no Oriente e em cima do trono.
O Olho em seu conjunto também significa que é o olho da consciência, sendo que nada poderá permanecer oculto perante ele, pois ele tudo vê.
Comparado com o sol ele é uma fonte inesgotável de luz e energia e, é por isso que quando de nossa iniciação na ordem maçônica, quando nos é desvendado nossos olhos, nos é dada a luz. Ele também é considerado, simbolicamente, o olho da sabedoria e da providência, que observa tudo, vê e provê, simbolizando, ainda, os atributos da Divindade, sendo que dentro de nossa ordem, temos ele como a imagem divina da suprema relevância para nossa vida.
No sentido esotérico tratar-se-ia do terceiro olho, que seria o olho espiritual e não um órgão do ser humano. Na simbologia maçônica ele representa a existência da humanidade, a vida e o ser supremo, em sua plenitude, ou seja, ele representa o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, o qual tudo sabe e tudo vê e que por ele somos guiados.
AS CORES: AZUL, BRANCA E PRETA:
Na simbologia maçônica podemos encontrar um paralelo nas diversas fases graduais que o iniciado tem passar para atingir o ápice da Escada de Jacó.
No Rito Escocês essas fases são representadas pela Maçonaria azul, correspondentes às Lojas Simbólicas, a Maçonaria branca correspondente às Lojas de Perfeição e Capitulares, e a Maçonaria vermelha, que corresponde aos graus filosóficos. Este último comporta, ainda, uma divisão em Maçonaria negra, que integra os três últimos graus da escalada de trinta e três graus previstos.
a) BRANCA:Simboliza uma das cores mais importantes usadas pela Maçonaria, simboliza a inocência, a candura é a cor dos Aventais de Aprendizes e Companheiros.
b) AZUL:Simboliza a Piedade, temperança, doçura, lealdade, sabedoria, recompensa, amizade, fidelidade, perfeição infinita de Deus.
c) PRETA:Tristeza, morte, circunspeção (moderação; prudência; reserva; cautela; seriedade). Os alquimistas justificavam esse simbolismo dizendo que toda semente seria inútil se permanecesse intacta na terra, sem apodrecer e ficar negra.
O RAMO DE LOUREIRO:
A lenda Grega conta que Apolo, o mais belo deus do Olimpo, autoconfiante com seu arco de prata irritou o Cupido com sua arrogância, assim, o Cupido, por vingança, lançou duas flechas, uma de amor em Apolo e outra de chumbo na ninfa Dafne, filha do rio-deus Peneu, que afastava dela o desejo de amar.
Doente de amor, Apolo começou o assédio sobre Dafne, que recusava todos os seus pretendentes, não deixando de recusar até mesmo o belo deus. Em certa ocasião Apolo começou uma perseguição a Dafne, que corria desesperada pela floresta, sem, no entanto, conseguir esconder-se ou evitá-lo. Ele estava cada vez mais próximo de seu objetivo quando Dafne, ao ver seu pai por entre as árvores, suplicou-lhe que fizesse parar o seu sofrimento.
Peneu então, vendo que Apolo já tocava os cabelos da filha a enfeitiçou. Assim, Dafne sentiu seu corpo adormecer, sua pele se transformou em casca, os cabelos em folhas, os braços enrijeceram e viraram galhos, os pés fincaram-se no chão e se transformaram em raízes.
Transtornado, Apolo se agarrou à árvore, em que se transformara o seu grande amor, e chorou, prometendo que os ramos do loureiro sempre o acompanhariam em forma de uma coroa verde e vistosa, participando de seus triunfos eternamente.
Dessa maneira, os ramos de loureiro ficaram associados a Apolo, tanto que nos Jogos Olímpicos ele ainda constitui parte do prêmio, significando a busca apaixonada pela conquista de um ideal.
Mitologia à parte, nos dias atuais, o louro simboliza o dever do triunfo sobre as próprias paixões, é o símbolo da glória e da consagração; por ter o loureiro as folhas sempre verdes também simbolizam a imortalidade da Natureza, filosoficamente, da vontade. Concomitantemente, a luta pelo ideal também está sendo travada quando dizemos submeter nossas vontades, ou vencer as paixões, isso, também, objetiva uma conquista, a conquista do intelecto, é uma conquista interior, portanto, merecedora do ramo de louro; aquele no avental, que significa o triunfo sobre as próprias paixões e a conquista da paz interior. É a parte “misteriosa” da Maçonaria, reservada aos Iniciados.
O Mestre Secreto não é o dirigente do grupo ou o Presidente; cada membro do Grau 4 é constituído Mestre Secreto, porque passa a ser dirigente de si próprio iluminado pelos conhecimentos que adquire.
O LAUREL E A OLIVEIRA:
Segundo ADOUM, esta folhagem simboliza a vitória sobre si mesmo, é a paz na vida espiritual e física.
Significa, portanto, vitória e Paz, as quais se consegue pelo triunfo do espírito sobre a matéria.
Diz-se, porém, o “Manual Del Maestro Secreto” que o Laurel e a Oliveira que coroam o Mestre Secreto. “São os Emblemas da vitória, alcançada sobre si mesmo, sobrepondo aos seus ideais, vícios, erros e paixões”.
É a paz da Alma que deriva desta conquista, a Paz que sucede as tempestades interiores, a luta obscura com os instintos e tendências negativas (nindanas para os Indus) polaridade em equilíbrio, internamente desconhecida para aquele que não tenha triunfado alguma vez vitoriosamente na sua luta sobre suas tendências inferiores.
A Oliveira de Paz identifica-se Simbolicamente com o Rei Salomão o Rei Universalmente conhecido e renomado pela sua sabedoria e cujo nome significa “Igualmente Paz”.
A LETRA Z:
A letra Z, que se encontra escrita sobre a Chave de Marfim, é a primeira letra da Palavra de Passe. Mas é, sem dúvida alguma, a letra hebraica Zaim, cuja forma é a de um Malhete ou a de um sete e que, precisamente, tem o valor numérico 7.
Segundo Magister, a letra Zaim, em sua forma hebraica, tem o significado de sua primeira letra, ou seja, dente, isto é, diz ele:
“Mostra uma curiosa analogia com o material de que se compõe a mística chave que permite o ingresso ao Santuário. E o próprio dente tem sido venerado como emblema da Sabedoria. A Espada Flamígera é a letra Zaim, inicial da palavra de passe, que indica, além do seu valor numérico 7, a necessidade de realizar filosoficamente a idade simbólica do Mestre, para que nos seja possível acertar-nos em estado de pureza, inocência e consequüente incorruptibilidade – ao Fogo Divino que, com a regeneração, nos faz participar do seu Poder Criador”. (p.93)
E, realmente, escreve Eliphas Levi (DRAM), relacionando a letra Zain com a sétima figura do Taro, o Triunfo, ela significa para os cabalistas: “Arma, gládio, espada flamejante de querube, setenário sagrado triunfo, realeza, sacerdócio”.
Como se pode constatar por esta citação, estamos sempre nos encontrando em presença de símbolos cabalísticos, e com eles nos depararemos em todos os Graus filosóficos.
Assim, o setenário, sobre o qual Eliphas Levi escreve:
“O setenário é o número sagrado em todas as teogonias e em todos os símbolos porque é composto do ternário e do quaternário. O número 7 representa o poder mágico em toda a sua força: é a alma servida pela natureza; é o sanctus regium de que falam as clavículas de Salomão, e que é representado, no Taro, por um guerreiro coroado, trazendo um triângulo em sua couraça, estando em pé em cima de um cubo, ao qual se acham atreladas duas esfinges, uma branca e outra preta, que puxam em sentido contrário e voltam a cabeça, olhando uma para a outra. Este guerreiro está armado de uma espada flamígera, e tem, na outra mão, um cetro rematado por um triângulo e uma bola. O cubo é a pedra filosofal. As esfinges as duas forças do grande agente, correspondentes a Jakin e Boaaz, que são as duas colunas do Templo, a couraça é a ciência das coisas divinas, que faz o sábio invulnerável aos golpes humanos; o cetro é a varinha mágica; a Espada Flamejante é o sinal da vitória sobre os vícios que são em número de sete, como as virtudes; as ideias dessas virtudes e desses vícios eram figuradas, pelos antigos, pelos Símbolos dos sete planetas então conhecidos”
E, desta forma somos naturalmente levados a um outro Símbolo, que representa o setenário e é um dos ornamentos indispensáveis do Grau: o candelabro de sete velas. Temos de considerar, porém, a letra Zaim na mesma figura cabalística do Triunfo.
Sobre este Símbolo do Taro, J. Iglesias (LCP) escreve:
No Plano Espiritualsimboliza a ascendência do espírito sobre a Matéria, o conhecimento dos sete princípios que dirigem os atos criadores, e existência potencial das sete virtudes que dão eficácia a estes atos;
No Plano Mentalrepresenta o desenvolvimento da dúvida pela luz do intelecto, a eliminação dos erros pela posse gradual da verdade;
No Plano Físicopropende a inspirar desejos e impulsos de superação, criar contrastes entre o mundo interno e externo e determinar vacilações e resoluções, as primeiras deprimentes, as segundas afortunadas;
Axioma Transcendente: Quando a ciência entrar em teu coração, e a sabedoria for doce à tua alma, pede e te será dado.
A CHAVE DE MARFIM:
A chave não possui uma origem conhecida, porém sempre está associada à abertura ou fechamento de alguma coisa, como se vê a seguir:
“Dar-te-ei as Chaves do Reino dos Céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos Céus; e o que desligares na terra, terá sido desligado nos Céus”. (Mateus 16:19)
“Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a sua mão direita, dizendo: Não temas, eu sou o Primeiro e o Último, e aquele que vive pelos séculos dos séculos, e tenho as Chaves da morte e do Inferno” (Apocalipse 1:17-18).
O marfim tem sido desde os mais antigos povos, já civilizados, um material precioso de adorno e provém, na maioria das vezes, dos dentes dos elefantes.
Trata-se de uma matéria óssea, muito branca e que se presta à escultura e confecção de joias. O marfim simboliza a pureza e o elefante a inteligência.
Na Maçonaria, a chave é um símbolo exclusivo dos Graus Filosóficos; quando da iniciação do Grau de Mestre Secreto é entregue ao iniciado o avental e a fita contendo a joia do grau a qual representará, para o mestre secreto, que o mesmo deve manter em segredo os ensinamentos recebidos e guardá-los em seu coração; e sempre lembrando que o marfim com sua brancura, representa a pureza e a fragilidade que deve ser cuidadosamente manipulada para se “fechar” e/ou “abrir” o “cofre” sem destruir a chave.
“A BUSCA DE UMA VIDA SENSATA, JUSTA E PIEDOSA”
DA CONCLUSÃO:
Como se vê, meus queridos IIr∴, o presente trabalho é composto pelas Joias e pelo Avental do M∴ S∴, os quais estão carregados de história, de simbologia, de filosofia, todos estes aplicáveis à vida do maçom e deste, para o mundo profano.
Os Símbolos do Grau de Mestre Secreto giram em torno da consagração ao silêncio do sábio, a discrição do bom Obreiro e do sigilo que todos os maçons devem carregar consigo em sua jornada.
Todos estes símbolos, repletos de ensinamentos maçônicos, se completam entre si e, servem de bússola para o que o maçom trilhe esta senda, conhecida por todos nós como “vida”.
O maçom verdadeiramente iniciado e, porque não dizer praticante, que continuamente busca a verdade, almeja para si e, também para os outros, encontrar a paz (oliveira), aquela que habita no seu interior (espiritual), aquela que a humanidade desde a sua criação busca encontrar e implar no seio da sociedade (na vida terrena).
Entretanto, as aflições deste mundo (e aí, podemos citar os problemas de saúde, financeiros, familiares, etc.), por vezes, ao longo da nossa jornada, nos assolam e por escolha ou falta dela, assim, carregamos em silêncio (letra z), estas aflições, que acabam turbando os nossos corações e afastando de nós os louros (das vitórias e dos triunfos) desta vida.
Nestas horas de luto (preto da orla do avental) e que nos encontramos tão apequenados é que recordamos que: “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons”. (Provérbios 15:3) (Os olhos na abeta).
E nesta força, nos levantamos e dispomos a seguir da nossa caminhada para buscar a vivência da justiça, da sensatez e da piedade, a começar em nós.
Esse estado de espírito começa em nós, em nossos relacionamentos, na vida da família, nas casas de oração, enfim, em toda sociedade.
Neste espírito, podemos vivenciar plenamente a máxima do G∴ do M∴ S∴“Fidelidade ao dever que vossa consciência vos impõe”.
Também, neste espírito, é que desejamos que todos nós ao terminarmos essa vereda chamada vida e ao nos posicionarmos de pé e à ordem perante o GADU, que estejamos cingidos com o nosso avental de A∴ M∴, esse mais alvo que a neve, assim como começamos a nossa pequena estadia terrena (branco do avental e a chave de marfim).
Autores:
Ir∴ Giuseppe Dilettoso
Ir∴ Izildo Castilho Junior
Ir∴ Norival Ernesto Fiori
Ir∴ Ricardo Duregger
Ir∴ Rodrigo de Maio
Ir∴ Sérgio Luiz Gonçalves
Ir∴ Valmir André Maronato Guimarães de Oliveira
Bibliografia
- A Bíblia Anotada – Editora Mundo Cristão – São Paulo
- Apostilas de Instruções do Grau 4º.
- Comentários aos Graus Inefáveis do REAA – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda.
- Dicionário Maçônico – Rizzardo da Camino – Madras.
- Instruções para Lojas de Perfeição – Para 4º Grau – Nicola Aslan – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda.
- Instruções para Lojas de Perfeição – Para 5º ao 14º Grau – Nicola Aslan – Editora Maçônica “A Trolha” .
- Manual Heráldico do Rito Escocês Antigo e Aceito – Volume I – Graus 1º a 18º – José Castellani em parceria com Cláudio Roque Buono Ferreira – Editora A Gazeta Maçônica – 1995
- Nelson Luiz Campos Leite – Guia Devocional Diário No Cenáculo -Setembro/Outubro de 2011.
- Rede Mundial das Informações – Internet
- Rito Escocês Antigo e Aceito – 1º ao 33º – Rizzardo da Camino – Madras
- Ritual do Grau 4º.
Na deserta praia de sua vida, um feliz eremita ergueu, certa vez, um lindo castelo de areia e povoou de mil figuras da ilusão! Ouviu vozes, músicas. O mavioso canto de sereia transbordou-se em seu coração! E ele, dando asas à ilusão, sonhou com a cidade grande e lamentou a sua solidão.
Ao longe, o mavioso e triste canto de uma rolinha, se destacava no pungente painel de uma sutil saudade, que já se prenunciava! Entre a moldura da tristeza, suas árvores tão queridas, de braços abertos para os céus, pareciam-lhe rogar em uma surda oração para que não fosse embora, mas ele levantou-se e disse: adeus!
Mas ao chegar à cidade só encontrou gente de braços cruzados para Deus, para o próximo e para seus irmãos. Assustado, olhou para o céu e viu, no encantado e imenso Templo de Deus, milhares de estrelas em torno de uma poética lua, irradiantes de luz e vitais influências para todas as formas de vida da terra e do cosmos, em geral.
Voltou seu olhar novamente para os homens, mas viu que a luz de seus olhares há muito se extinguira nas nebulosas masmorras de seus vícios e ilusões. Olhou para as árvores dos pomares e as viu carregadas de frutas que a todos serviam, pobres e ricos, sem nada pedir.
De ânimo renovado e com grandes ideias, procurou seus irmãos, porém não encontrou neles qualquer fruto do amor pelo próximo em seus corações. Olhou para o mar e o viu semeado de pescadores em seus pequenos barcos, repletos de peixes!
Voltou novamente o seu olhar, com um restinho de esperança, a procura de seus irmãos. Descobriu, mais uma vez desiludido, que o barco de suas vidas, vazio de boas obras, boiava à deriva, no turbulento mar de suas lamentáveis ambições!
Envergonhado por seus irmãos perante Deus, não mais se atrevia em olhar para cima. Cabisbaixo, olhava para o chão quando notou uma correção de disciplinadas formiguinhas e, mais além, ordenadas abelhinhas, todas operando pacífica e conscientemente em torno do ideal único e sagrado: a comunidade!
Comparou-as com o ser humano e sentiu-se decepcionado e convencido de que eram mesmo egoístas, vaidosos e ambiciosos, pois muitos de reuniam em torno de uma comunidade com a intenção de tirar vantagens e dar vazão às suas vaidades e maus instintos.
E naquele momento, o eremita começou a compreender que a telecomunicação que tanto o encantara, vencendo todas as distâncias, não conseguira vencer a mais importante: a imensa distância, cada vez maior, que existe entre as almas do ser humano. Desiludido, abandonou aquela pobre comunidade, uma verdadeira selva de frias pedras com homens de gelo e templos de areia.
No caminho de volta ao terno aconchego de sua tão querida floresta e à pureza de seu comunitário convívio entre sua fauna e flora tão agredidas pela ambição do ser humano, ele foi meditando. E então, num arroubo de entusiasmo e lucidez, exclamou:
Meu Deus! Eu agora sinto a tua fascinante presença! Eu te vejo em toda parte! No majestoso jequitibá e na humilde flor da tiririca! No trinado do canário e no coaxar de um velho sapo! Na força do jaguar e na beleza de uma frágil borboleta!
Eu te vejo em toda extasiante pureza que deslumbra meus olhos e acalenta meu coração! Porque tu és a própria pureza que os homens, cegos de amor, estão destruindo!
E o bom eremita admirava encantado sua exuberante floresta, com suas belas árvores tão repletas de flores, frutos e ninhos de passarinhos. E a pureza de seus rios, tão cristalinos, sempre servindo a tudo e a todos!
O significado do gesto daquelas árvores de braços abertos para o céu compreendeu, agora, ser uma muda e eterna oração de agradecimento ao divino criador pela oportunidade de viver e ser úteis. Seus animais e suas aves em comunidades multicoloridas eram uma orquestra de seres felizes, em cantos mil, de amor a Deus, ao próximo e a liberdade!
Compreendia que agora começava a ver a sagrada obra de Deus com “olhos de ver”, como tanto pegou o Grande Mestre! Que a solidão que julgava ter era apenas uma nota desafinada do enganoso canto das profanas sereias da vida! Compreendia compadecido que aqueles seres que respeitava como irmãos, nada mais eram que um rebanho de robôs em solidões paralelas!
Afinal, quando os olhos se fecham para a luz, o coração silencia e a respiração cessa, terá morrido junto a essência humana?
Materialistas negam a continuação da vida. Mas os espiritualistas dizem que sim, a vida prossegue além da sepultura. E eles têm razão. Há vida depois da morte. Vida plena, pujante, encantadora.
Prova disso? As evidências estão ao alcance de todos os que querem vê-las.
Basta olhar o rosto de um ser querido que faleceu e veremos claramente que falta algo: a alma já não mais está ali.
O Espírito deixou o corpo feito de nervos, sangue, ossos e músculos. Elevou-se para regiões diferentes, misteriosas, onde as leis que prevalecem são as criadas por Deus. Como acreditar que somos um amontoado de células, se dentro de nós agita-se um universo de pensamentos e sensações?
Não. Nós não morreremos junto com o corpo. O organismo voltará à natureza - restituiremos à Terra os elementos que recebemos – mas o Espírito jamais terá fim. Viveremos para sempre, em dimensões diferentes desta. Somos imortais. O sopro que nos anima não se apaga ao toque da morte.
Prova disso está nas mensagens de renovação que vemos em toda parte. Ou você nunca notou as flores delicadas que nascem sobre as sepulturas? É a mensagem silenciosa da natureza, anunciando a continuidade da vida. Para aquele que buscou viver com ética e amor, a morte é apenas o fim de um ciclo. A volta para casa.
Com a consciência pacificada, o coração em festa, o homem de bem fecha os olhos do corpo físico e abre as janelas da alma. Do outro lado da vida, a multidão de seres amados o aguarda. Pais, irmãos, filhos ou avós – não importa.
Os parentes e amigos que morreram antes estarão lá, para abraços calorosos, beijos de saudade, sorrisos de reencontro. Nesse dia, as lágrimas podem regar o solo dos túmulos e até respingar nas flores, mas haverá felicidade para o que se foi em paz.
Ele vai descobrir um mundo novo, há muito esquecido. Descobrirá que é amado e experimentará um amor poderoso e contagiante: o amor de Deus. Depois daquele momento em que os olhos se fecharam no corpo material, uma voz ecoará na alma que acaba de deixar a Terra. E dirá, suave: Vem, sê bem-vindo de volta à tua casa.
A morte tem merecido considerações de toda ordem, ao longo da estada do homem sobre a Terra.
É fenômeno orgânico inevitável porque a Lei Divina prescreve que tudo quanto nasce, morre.
A morte não é pois o fim, mas o momento do recomeço.
"Nesta viagem, o esforço que se requer é o de prestar atenção, entender, aspirar a encontrar o lugar dentro de você. Todas as viagens que fizemos em nossa vida nos levaram para longe de nós.
Aonde leva essa viagem? À experiência interior. Essa é uma viagem de volta a você, apenas a você. É por isso que essa viagem não é apenas bela e agradável; ela também é, na verdade, a descoberta mais fascinante. O Conhecimento é ele próprio uma viagem. A meta não é apenas aprender as técnicas do Conhecimento, mas desfrutar esta vida, desfrutar cada respiração — a cada dia. A própria viagem é o destino.
"A TAREFA MAIS DIFÍCIL PARA UM HOMEM COMUM É GUARDAR UM SEGREDO E PERMANECER EM SILÊNCIO" (ARISTÓTELES - 384-322 A.C)
A própria palavra "mistério" (segredo) significa em linguagem religiosa, alguma coisa de separado, de secreto, de oculto e de que não é lícito falar.
A imposição do silêncio não é somente uma disciplina que fortalece o carácter, é também, e principalmente, o meio pelo qual o Iniciado pode entregar-se à meditação sobre os augustos mistérios que encerram as perguntas que todo o espiritualista se faz: donde vim? Quem sou? Para onde vou? Perguntas essas que o Iniciado Maçom defronta desde o momento em que transpõe a porta da Câmara de Reflexão. É também o meio de melhor observar os ensinamentos maravilhosos contidos no Ritual.
Mesmo antes da própria admissão na Ordem, já se começa a exercitar o princípio do Silêncio. Nos momentos que precedem as Iniciações, quando o Candidato permanece na Câmara de Reflexão, o silêncio é fundamental.
Isso tem por finalidade o desenvolvimento da vontade e permite atingir um maior domínio sobre si mesmo. Não esqueçamos que somente um homem capaz de guardar o silêncio, quando necessário, pode ser seu próprio senhor.
Em Maçonaria define-se o SILÊNCIO como virtude maçónica, mediante a qual se desenvolve a discrição, corrige-se os defeitos próprios e usa-se prudência e tolerância em relação à faltas e defeitos de outros. Na Maçonaria se costuma simbolizá-lo pela trolha, com a qual se deve estender uma camada de silêncio sobre os defeitos alheios, tal qual faz o pedreiro vulgar com o cimento para descobrir as arestas do edifício em construção.
O silêncio deve ser rigorosamente mantido, não por força de disposições regulamentares ou pelos ditames da boa educação e das conveniências sociais, mas para que possa ser formado o ambiente de espiritualidade, próprio de um Templo. Ao ajudar a formação desse ambiente, tão propício à meditação, o Maçom beneficia-se a si mesmo e beneficia aos demais. A fecundação das ideias se faz no silêncio.
Devemos guardar e observar completo silêncio no decorrer dos Trabalhos. Não é de boa esquadria pelas normas maçónicas, tolerarem-se conversas paralelas, rumores, murmúrios de vozes, sussurros, chamadas de telefones celulares (que deveriam estar desligados), enquanto se desenvolve os trabalhos, observem que quando o "Irmão falador" desrespeita essas regras, a Oficina "trava" e quebra de imediato a Egrégora formada pelo "som", pelo "perfume" do incenso e pelas vibrações dos presentes.
O Aprendiz deve por sua tenra idade simbólica não tomar parte activa nas discussões entre seus maiores, a não ser quando interrogado ou solicitado.
O Aprendiz não pode tomar a palavra senão a convite do Venerável. Esta Lei do Silêncio deve ser por ele observada também fora do Templo, no que respeita à Ordem Maçónica.
O princípio do silêncio exigido dos Aprendizes e Companheiros tem por base filosófica: só deve falar quem sabe e, quem o sabe deve se omitir, pois, flui a sabedoria e os grandes ensinamentos, fonte dos nossos conhecimentos e alimentos para os nossos espíritos.
O aprendizado é o período de meditação e de silêncio. Saber falar com ética é sabedoria, mas saber ouvir é muito mais, pois o homem que sabe falar com respeito, com educação, com amor, naturalmente saberá também ouvir. A visão e a audição devem ser educadas, tanto quanto as palavras e as maneiras.
Em Maçonaria, ao prestar o seu compromisso iniciático, o Candidato promete guardar silêncio sobre tudo o que se passa no interior do templo maçónico. A fórmula é sempre a mesma, mas já propiciou ataques à instituição maçónica, como se ela se entregasse a práticas escusas, sobre as quais os seus filiados devessem se calar. Mas ela visa, apenas, resguardar Toques, Sinais e Palavras, para que eles não cheguem ao conhecimento de não maçons (profanos), os quais, com esse conhecimento, poderiam ingressar, indevidamente, num templo maçónico.
O Aprendiz maçom cultiva a virtude do silêncio, porque não tem ainda a capacidade do comentário; deve apenas ouvir, meditar e tirar as próprias conclusões, até poder "digerir" o alimento que lhe é dado.
O Maçom pensa duas vezes antes de emitir opinião, porque tem obrigação de emiti-la de forma correta e que jamais possa ofender a quem a ouve. Recorda que às vezes, o silêncio é a melhor resposta.
Segundo José Castellani(Consultório Maçónico X): "O silêncio do Aprendiz é apenas simbólico, em atenção ao fato de que ele, simbolicamente, só sabe soletrar e não sabe falar. Todas as nossas práticas são simbólicas e não reais, como mostram, inclusive as provas iniciáticas".
Esse silêncio significa que o conhecimento que o mestre lhe transmite é absorvido sem qualquer dúvida ou reacção, até o momento em que se torna capaz de emitir, por sua vez, conceitos superiores e que podem até conduzir ao sadio debate.
Há algumas coisas que são lindas demais para serem descritas por palavras. É necessário admirá-las em silêncio e contemplação para apreciá-las em toda a sua plenitude.
São necessárias tão poucas palavras para exprimir a sua essência. Na realidade, as palavras devem ser as embalagens dos pensamentos.
Não adianta fazer discursos muito longos para expressar os sentimentos de seu coração. Um olhar diz muito mais que um jorro de palavras. As grandes falas servem frequentemente só para confundir. O silêncio é frequentemente mais esclarecedor que um fluxo de palavras.
Olhe para uma mãe diante do seu filho no berço. Ele consegue muito bem tudo o que quer sem dizer nenhuma palavra. São necessários dois anos para que o ser humano aprenda a falar e toda uma vida para que aprenda a ficar em silêncio.
Ouvimos que, em sua grande sabedoria, a natureza nos deu apenas uma língua e dois ouvidos para que escutemos mais e façamos menos discursos longos.
Se um texto não é mais bonito do que o silêncio, então é preferível não dizer nada. Esta é uma grande verdade sobre a qual os grandes dirigentes deste mundo deveriam meditar. Quanto mais o coração é grande e generoso menos palavras se tornam úteis...
O silêncio é a única linguagem do homem realizado. Pratiquemos moderação no falar. Isso é fecundo de várias maneiras. Desenvolverá amor, pois do falar descuidado resultam incompreensões e facções. Quando é o pé que resvala, a ferida pode ser curada, mas quando é a língua, a ferida é no coração e perdura por toda a vida. Às vezes para manter a paz é preciso usar um poderoso aliado chamado silêncio.
Duas coisas indicam fraqueza: calar-se quando é preciso falar, e falar quando é preciso calar-se.
É necessário lembrar-se do provérbio dos filósofos: "as verdadeiras palavras não são sempre bonitas, mas as palavras bonitas nem sempre são verdades..."
Xenócrates (394 - 314) filósofo grego afirmava: "Arrependo-me de coisas que disse, mas jamais do meu silêncio".
Pitágoras (571 a 496 a.C) exigia o mais absoluto sigilo dos Aprendizes, pelo período mínimo de três anos. Estabeleceu vários conceitos que estão presentes em nossos manuais, como os quatro elementos fundamentais (terra, fogo, ar e água). A definição do Pentagrama, configurando a Estrela de cinco pontas que representa o homem, de braços e pernas abertas. Quando de suas hastes se desprendem "chamas", o pentagrama denomina-se "Estrela Flamígera". Essa estrela simboliza um guia para o caminho que conduz ao templo. O maçom vê no Pentagrama a si mesmo dominando os impulsos da carne. Foram os filósofos Pitágoras e Platão que nos legaram o valor dos números, cujos cálculos, desde uma simples soma ou subtracção aos mais complicados, hoje formulados electronicamente, tendem a esclarecer os mistérios do Universo.
Pitágoras afirmava que "quem fala semeia e quem escuta recolhe" - e esta era a obrigação dos novatos.
Se poucas palavras são necessárias dizer "eu gosto de você", todas as outras que poderiam ser ditas são supérfluas...
Sim e Não são as palavras mais curtas e fáceis de serem ditas, mas são aquelas que trazem as mais pesadas consequências. Afirmar o bem, negar o mal; afirmar a verdade, negar o erro; afirmar a realidade, negar a ilusão; eis aqui, o uso construtivo da palavra.
Lembremo-nos de usar o silêncio quando ouvirmos palavras infelizes; quando alguém está irritado; quando a maledicência nos procura; quando a ofensa nos golpeia; quando alguém se encoleriza; quando a crítica nos fere; quando escutamos uma calúnia; quando a ignorância nos acusa; quando o orgulho nos humilha; quando a vaidade nos procura.
O silêncio é a gentileza do perdão que se cala e espera o tempo, por isso é uma poderosa ferramenta para construir e manter a paz.
Lojas há que incentivam Aprendizes e Companheiros a se exibirem em discursos repletos de lugares-comuns, ou tratando de assuntos profanos, fazendo assim perder o precioso tempo dos ouvintes. E chegam até considerar a recomendação do silêncio como se fora um atentado contra pretensos direitos maçónicos do Aprendiz.
Inútil será dizer que não tendo recebido nenhuma espécie de instrução maçónica, nada podem transmitir aos Neófitos. Assim, transformam as Sessões das Lojas em palavreado inútil que nada constroem, mas acumulam perigosos elementos para o incenso de orgulhos e vaidades e futuros desentendimentos.
O Juramento de Silêncio é um procedimento ritualístico e ao prestá-lo devemos todos (inclusive as Luzes - pousando o Malhete sobre o altar e o Guarda do Templo - embainhando ou colocando a Espada sobre sua cadeira), estender o braço direito para frente, formando um ângulo de 90° em relação ao corpo, com os dedos unidos, e a palma da mão voltada para baixo e os dedos unidos, o braço esquerdo caído verticalmente junto à perna esquerda dizendo "EU O JURO", em atendimento a solicitação do Venerável.
Encerrados os Trabalhos, o Venerável Mestre ainda uma vez chama a si os Obreiros, confirmatoriamente. Pelo que está feito estes se manifestam em uníssono pelo sinal, pela bateria do Grau e pela aclamação. É, mais uma vez, a confirmação de cada um de seu juramento de Iniciação.
Fica em cada um a memória e a gratificação de mais um dia trabalhando em união fraterna na construção do templo da humanidade. O resto é silêncio.
Texto de Valdemar Sansão - M:. M:.
Fontes:
Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia (Nicola Aslan)
"OBSERVANDO MELHOR O RITUAL" - (Cartilha em elaboração) Valdemar Sansão