30 de julho de 2011

O BALANDRAU & A MAÇONARIA


Embora, na minha opinião, não seja esta uma discussão tão importante, é, de fato, uma questão interna de Loja que sempre causa alguns transtornos nas Sessões Maçônicas, entre aqueles que condenam o uso do balandrau e aqueles que o defendem. Para alguns Irmãos, o traje maçônico correto é o terno escuro, de preferência preto ou azul-marinho, especialmente em sessões magnas, sendo tolerado o uso do balandrau.

Outros sustentam a ideia de que tanto em Sessões Magnas, quanto Ordinárias, pode-se usar apenas o balandrau. 
Discussões à parte, para mim o mais importante é o Maçom participar da Sessão com todo o seu coração, imbuído da seriedade que o momento exige. É como diz o ditado “o hábito não faz o monge”.

Lendo alguns artigos de autores maçônicos da atualidade, percebi que há até entre eles algumas ideias que, se não chegam a se contradizerem, mostram algumas diferenças de pensamento, principalmente em relação ao uso do balandrau em Loja.

Este trabalho visa trazer algum esclarecimento sobre o tema aos meus irmãos da Loja Maçônica Asilo da Virtude, Loja essa que me proporcionou enxergar a luz maçônica e da qual tanto me orgulho. Tentarei ir por partes e peço um pouco de paciência, caso venha extrapolar um pouco o tempo, que eu sei ser de 15 minutos.

SURGIMENTO DO BALANDRAU

Balandrau – do latim medieval balandrana, designa a antiga vestimenta com capuz e mangas largas, abotoada na frente; e designa também, certo tipo de roupa usada por membros de confrarias, geralmente em cerimônias religiosas. Assim, o balandrau não é exclusividade maçônica.

Embora alguns autores insistam em afirmar que o balandrau não é veste maçônica, o seu uso, na realidade remonta a primeira das associações de ofício organizadas (Maçonaria Operativa), a dos “Collegia Fabrorum”, criada no século VI a.C., em Roma. Quando as legiões romanas saiam para as suas conquistas bélicas, os Collegiati acompanhavam os legionários para reconstruir o que fosse destruído pela ação guerreira, usando nesses deslocamentos uma túnica negra.

Da mesma maneira, os membros das confrarias operativas dos Franco-Maçons medievais (Séc XIV e XV), quando viajavam pela Europa Ocidental, usavam o balandrau negro. Segundo outros autores, o uso do balandrau teve início nas funções do Primeiro Experto, durante os trabalhos de iniciação em que atendia o profano na Câmara de Reflexões. Para outros, como Jaime Pusch e Rizzardo Da Camino, o balandrau foi inicialmente restritivo à Câmara do Meio, no Grau de Mestre de alguns ritos, mas que depois foi aceito nos outros graus.

Percebemos, através deste pequeno relato, que o balandrau está presente na história da Maçonaria desde o princípio, pois era uma forma de igualar os participantes e proteger suas identidades através do capuz, principalmente da perseguição da inquisição. Hoje, a vestimenta é tolerada pelas altas autoridades das potências maçônicas e muitas lojas adotam o balandrau como vestimenta oficial para as Sessões Ordinárias, deixando o terno somente para as Sessões Magnas. Isto acontece muito nas cidades grandes, principalmente em função da distância casa-trabalho-loja maçônica. Outras lojas admitem o uso do balandrau somente para visitantes, desde que seja do mesmo rito da loja visitada.


A vestimenta maçônica (traje maçônico)

Quando se fala em traje maçônico, logo se pensa em paletó, gravata, sapato preto. Entretanto, temos de levar em consideração que o traje maçônico mesmo é o Avental, sem o qual o obreiro é considerado nu, na acepção de Castellani. Temos de concordar com isto, pois embora a cor da vestimenta (calça, gravata, etc) possa ser diferente para cada Rito ou mesmo dependendo de cada país, o Avental, como diz Jaime Pusch, é a insígnia obrigatória do maçom em loja, não podendo sem ele participar dos trabalhos.

Não há muito o que discutir sobre traje maçônico, pois como diz Castellani: “discutir traje em loja é o mesmo que discutir o sexo dos anjos”, devido às variações sofridas nos trajes masculinos através dos tempos, inclusive de povo para povo; em algumas partes do mundo, principalmente em regiões quentes dos estados unidos, os maçons vão às sessões até em mangas de camisa, mas não se esquecem do avental; no Brasil, o traje, antigamente, era previsto nos Rituais (Séc. XIX e início do Séc. XX)como indicação e não imposição, devido à diversidade de ritos. Posteriormente é que a exigência do traje foi colocada na legislação das obediências, padronizando conforme o rito majoritário no Brasil (REAA); a palavra “terno”, gramaticalmente falando, quer dizer um traje que se compõe tradicionalmente de um trio de peças de roupa: calça, colete e paletó. Os mais antigos talvez se lembrem que era assim que os homens algumas décadas atrás se vestiam, completando este trio com o uso do chapéu e da bengala. Posteriormente, o colete foi abolido, talvez devido ao clima tropical do brasil. o terno tornou-se, então, um parelho, ou seja, um par, constituído da calça e do paletó, equivocadamente chamado atualmente de terno.

Grande é a controvérsia do uso ou não de terno ou na ausência deste, o balandrau. No Brasil, e só no Brasil, convencionou-se o uso deste, e de acordo com os estatutos de várias obediências o balandrau é “tolerado” em Sessões Ordinárias;

(No lançamento da pedra fundamental da construção, George Washington em traje maçônico completo.)

Traje maçônico segundo o RGF-GOB

O RGF do GOB traz em seu Art. 110 que “Os Maçons presentes às sessões magnas estarão trajados de acordo com o seu Rito, com gravata na cor por ele estabelecida, terno preto ou azul marinho, camisa branca, sapatos e meias pretos, podendo portar somente suas insígnias e condecorações relativas aos graus simbólicos”.

“§ 1º – Nas demais sessões, se o rito permitir, admite-se o uso do balandrau preto, com gola fechada, comprimento até o tornozelo e mangas compridas, sem qualquer símbolo ou insígnia estampados”.

O traje maçônico no RGF é definido em relação às sessões magnas, admitindo-se o balandrau nas outras sessões, de forma eventual. Faço aqui os seguintes questionamentos: Por que se exigiu de forma mais clara somente em relação às Sessões Magnas? A palavra terno diz respeito ao trio paletó, colete e calça, como sempre foi tradicionalmente e gramaticalmente, ou somente ao paletó e calça, já que a palavra terno quer dizer ternário, trio? A palavra eventual significa um acontecimento incerto, casual, fortuito; o verbete eventualmente no RGF tem o mesmo significado? Se tiver, o balandrau pode ser admitido casualmente, em quantidade incerta? Não deveria conter o RGF uma exclusão de proibição do balandrau em sessão magna, já que é usado pelo experto nas iniciações?

Algumas conclusões sobre o tema em questão

A verdadeira veste maçônica é o Avental. Sem ele o Obreiro é considerado nu, não podendo participar dos Trabalhos;
· Sob o Avental deve haver, porém uma roupa sóbria e decente, sendo o balandrau uma forma de igualar e uniformizar o traje. O uso do balandrau iguala e nivela os maçons em loja. Nada de exigência de ternos, cores de gravata etc. A igualdade na vestimenta demonstra um desapego a toda e qualquer vaidade humana – tão combatida pela Maçonaria – e nivela os IIr.’. em Loja, por uma única veste.

Em um ponto, os IIr.’. têm opiniões coincidentes: o balandrau é veste talar, deve ir até os calcanhares, e pode ser considerado um dos primeiros trajes maçônicos, sendo plenamente justificado o seu uso em Loja;

Terno quer dizer um traje que se compõe de calça, colete e paletó. Assim, a maioria dos maçons atuais está irregular em loja, já que usamos somente calça e paletó, duas peças, a que se dá o nome de parelho (par);

Se observarmos nosso padrão climático e o tecido mais leve, me parece ser o balandrau uma boa ou, talvez, a melhor e mais justificada alternativa. O balandrau tira de nós a aparência de riqueza, do saber, da ambição, da vaidade; nos iguala e nos mostra que, independentemente de qualquer posição profana, somos todos iguais, todos IIr.’. em todos os momentos;

O mais importante em uma Sessão Maçônica é o clima fraternal criado a partir de emanações de energia dos IIr.’.; – em nossas reuniões, dentro do Templo, muitas são as vibrações emanadas de todos os nossos IIr.’., sejam eles Offic.’. ou não. Principalmente durante a abertura do Templo, temos a formação da Egrégora. Este é um momento em que todos nós emitimos radiações, e ao usarmos a veste preta, estaremos absorvendo todas essas energias, reativando os nossos Chacras, ou nossos centros de forças, de emissão e recebimento de energia;

Quando usamos terno preto ou o balandrau, permanecem descobertos nossos Chacras: frontal, laríngeo e coronário. Assim poderemos emitir, receber e refletir vibrações diretamente em nossos centros de força, pois estes estarão descobertos. Em contrapartida, nosso Chacras mais sensíveis estarão protegidos de enviar vibrações negativas durante os trabalhos.

E a questão maior que deixo hoje para todos nós é justamente esta: Estamos, de fato, emanando bons fluidos? Estamos de fato vivenciando o amor fraternal? Cada um responda por si e a si mesmo somente, que é o mais importante.

Autoria: Ir.’. IRIS ANTONIO FERREIRA DE SOUZA
A.’.R.’.L.’.S.’. Asilo da Virtude nº 1132-GOEG/GOB

Or.’. Goiandira-GO

27 de julho de 2011

Fluindo com as Energias Cósmicas


Das esferas angélicas, vos envio meu fluxo de amor para que a Compreensão, a Graça e a Consciência Cósmica impregnem sua vida em toda sua plenitude, harmonia e beleza.

Amados seres de luz do planeta Terra, é um prazer e uma honra interagir com todos vós, seres de luz sob a influência da amnésia espiritual. Hoje, como porta-voz das esferas divinas, desejo que minhas palavras sejam uma fonte de inspiração e guia em sua evolução.

Vocês são fontes receptoras e transmissoras de energia com o poder de lhes adaptar, transmutar e integrar a qualquer estado evolutivo que desejem experimentar. Os processos evolutivos que estão vivenciando são conseqüência da síntese do último ciclo evolutivo que a Terra está experimentando nesta atualidade.

Existe uma interação e interdependência entre vós e o planeta, existe um processo de retroalimentação.

A Terra, por sua configuração energético-vibratória e evolutiva, tem a finalidade de reciclar e reinserir dinâmicas evolutivas disfuncionais que adquiristes no transcurso de vossa evolução. Quando falamos da evolução referimos a processos de transformação que terão que ser incorporados e plenamente integrados, até atingir-se plenamente a freqüência vibratória do nível mais elevado, que é da sintonia, sinergia e conexão com Deus e a dinâmica da evolução cósmica.


Até que se produza o alinhamento galáctico vocês dispõem da oportunidade de finalizar processos disfuncionais que atrasam e obstaculizam seu crescimento espiritual. Suas disfunções psicoemocionais, energéticas e fisiológicas se manifestam em diversos níveis: nível comportamental, conceitual e vivencial, sendo, basicamente, a síntese da resistência à mudança, a não aceitação de sua identidade espiritual e a não colaboração com a dinâmica da evolução cósmica.

Quanto mais resistência desenvolvam à mudança, mais fricção e pressão energético-vibratória experimentarão. As energias que estão impactando seu sistema solar e planeta são muito poderosas, e elas são emissários de transformação e alinhamento com os novos paradigmas aquarianos. Estas energias cósmicas são catalisadores de sua evolução e atuam como revulsivos para lhes induzir à mudança, e a mensagem é alinhar-se e fluir com elas.

O que significa fluir com elas? Significa observar, a partir da introspecção consciente e ativa, como os patrões disfuncionais emergem com todo seu poder das profundidades do subconsciente para que tornem conscientes deles e os diluam através da aceitação e da transformação interior.

Ser um operador de luz implica assumir a responsabilidade para que, com sua colaboração e a guia divina, seja ativada sua identidade espiritual que foi opacada pelas camadas disfuncionais do “Ego Fictício” (NC: também vulgarmente conhecida como personalidade).


O que é o ego fictício? É a identidade que suplanta e eclipsa sua conexão e comunicação com seu Ser de Luz e a fonte divina, ou Deus. Esta identidade fictícia é o produto dos enganos cometidos no transcurso de sua evolução que agora exige uma redenção, através do perdão e da aceitação. Recriminar-se pelo passado é uma atitude negativa que desgasta e fortalece mais os padrões dissonantes que governam sua vida e evolução. Agora vocês têm a oportunidade de diluir esse lastro disfuncional que durante muitas vidas acumulastes. Os tempos do vitimismo terminaram, porque as energias cósmicas que estão impactando seu Sistema Solar exigem uma metamorfose integral que ativará a conexão com seu Ser Essencial e com a dinâmica da evolução cósmica.

Fluir com as energias cósmicas é um sinônimo da metamorfose interior que ativará a luz, a consciência e sabedoria que há em seu Ser de Luz. São tempos de introspecção, para que aceitem os estados sombra que criastes no estado de inconsciência. Quando fluem com as energias se produz uma sinergia e comunicação entre a face primitivo-instintiva do ego fictício e seu Ser de Luz, criando homogeneidade e fusão espiritual. O ego fictício (personalidade) e suas múltiplas facetas disfuncionais é uma ferramenta que se utiliza nos estados de evolução inferior, para faze-los esquecer de sua identidade espiritual e do vínculo que têm com o Plano Divino.

A felicidade, harmonia e paz que tanto desejam não são um produto do ego fictício que se esforça incessantemente por estabelecer sua supremacia e controle da evolução, o que em realidade não consegue.

Quando vocês se esquecem de sua identidade espiritual e da conexão que têm com Deus, os conflitos, a exploração e o sofrimento são os efeitos subseqüentes de semelhante alucinação.

É uma alucinação porque enquanto estão sob os efeitos embriagadores do ego fictício, sua percepção da vida e da evolução é errônea, ao ponto de aceitarem como válidas, circunstâncias adversas e dolorosas que impregnam sua existência.


Desta maneira vocês viveram ciclos evolutivos e milhares de encarnações perdidos no labirinto do ego fictício que os mantém desconectados de seu Ser de Luz e do Criador Infinito. Esta desconexão é a origem do sofrimento e dor que experimentam em cada encarnação, e enquanto continuarem nutrindo-o não poderão sentir paz, harmonia nem amor em sua vida.

Vocês estão na encruzilhada evolutiva e as decisões que tomem serão decisivas para sua evolução, e os animamos para que através da sensatez e do espírito reflexivo, alinhem-se com o fluxo das energias cósmicas que são portadoras de luz e bem-estar interior.

Os processos transformadores estão se intensificando, e quanto mais fluam com eles mais consciência, sabedoria e força obterão. O desgaste e a negatividade que sentem são os efeitos de sua resistência e não do processo em si. Por isso, sugerimo-lhes que fluam com as mudanças, pois elas são como um mecanismo terapêutico que o Universo e seu Ser de Luz utilizam para diluir a negatividade e tudo o que está obstaculizando sua evolução e crescimento espiritual.

As projeções do ego fictício dirigem sua vida cobrindo-a de drama, inconsciência, negatividade e sofrimento. As energias cósmicas, como mensageiros da luz, devem diluir essas máscaras de escuridão que pusestes e que não mais necessitam. Utilizastes a escuridão para ocultar o medo que sentiam de que suas expectativas de sorte, harmonia e paz interior não se cumpririam. A frustração foi sua companheira constante e silenciosa para que pudessem ficar conscientes que seus desejos de grandeza, poder e controle da matéria fracassariam.

Aceitar isto não é fácil e requer muitos processos evolutivos e encarnações, e agora chegou o momento para que enfrentem essa verdade com integridade e sinceridade de espírito. A felicidade não está em ser o “Centro do Universo”, e sim em fluir e colaborar com a evolução como unidades de serviço divino que são. Foram criados para amar e servir a Deus, e compreender e aceitar isto é sabedoria e iluminação. Esta é a chave do enigma existencial que lhes permitirá ser felizes e, finalmente, retornar ao Plano Divino para desfrutar da imortalidade e o gozo infinito que tanto desejam.

As energias cósmicas que estão impactando seu sistema solar são a cirurgia evolutiva que a Hierarquia Espiritual está utilizando para instalar os novos paradigmas evolutivos.

Isto implicará em desconectar-se de tudo aquilo que obstrua seu fluxo e sintonizar-se com a nova configuração energético-vibratória da Terra. Aquário e sua energia transformadora lhes está invocando e convocando para que sejam emissários dos novos arquétipos evolutivos e pioneiros da vanguarda de Luz do planeta Terra. As circunstâncias que estão vivendo são as mais perfeitas para a ascensão espiritual, e com esta compreensão devem fluir com elas e aproveitar sua conjuntura transformadora.


Embora os processos possam ser convulsivos e dolorosos, não devem se alarmar nem lhes desalentar, porque são sedimentos profundos do subconsciente que estiveram repousando durante muito tempo e agora estão sendo diluídos. Quanto mais intenso for o nível de dissolução, mais luz, compreensão e harmonia obterão.

Insistimos neste aspecto porque sua tendência é fugir quando detectam conflito e sofrimento interior. Se o abordarem com intrepidez e honestidade descobrirão como se diluem e recebem simultaneamente inspiração, força e compreensão. Isto são os efeitos da iluminação espiritual ou diluição daquilo que opaca sua identidade espiritual. A maestria não é um título de que fazer alarde, a não ser uma atitude de introspecção e transformação constante. A maestria é um processo que se vai desenvolvendo na medida que assumem a necessidade e responsabilidade por ativar sua identidade espiritual.

Ilustração: Ir.´. Daniel Martina

24 de julho de 2011

A Humildade


Um dos bens em que o homem, segundo a natureza, procura a plena realização da sua existência, é a excelência, a superioridade, a primazia, o fazer-se valer. A virtude da temperança, da disciplina e da medida, enquanto vincula esse impulso natural à ordenação da razão, chama-se humildade. A humildade consiste em avaliar-se da maneira que corresponde à realidade.

Partindo dessa definição, dificilmente se compreende como é que o conceito de humildade pôde transformar-se num objecto de luta. Se prescindíssemos das potências demoníacas, dirigidas contra o bem, e especialmente contra este aspecto da fisionomia cristã do homem, só seria possível essa transformação se o conceito de humildade se tivesse extinguido na própria consciência cristã. Em todo o tratado de São Tomás sobre a humildade e o orgulho, não se encontra uma só frase que possa dar azo a sugerir que uma atitude de constante autodiminuição, de inferiorização do próprio ser ou das próprias possibilidades, tenha, em princípio, alguma coisa a ver com a humildade ou com qualquer outra virtude.

Magnanimidade

Nada há que indique um caminho mais claro para a verdadeira compreensão da humildade que este princípio: a humildade e a magnanimidade não são antitéticas, não se excluem uma à outra, mas são pelo contrário afins e complementares, contrapondo-se ambas ao mesmo tempo ao orgulho e à pusilanimidade.

O que significa magnanimidade?

 Magnanimidade é o vôo, a tendência do espírito para os grandes feitos. É magnânimo quem exige grandes coisas do seu coração e se torna digno delas. O magnânimo é em certo sentido “difícil de contentar”; não estabelece contacto com tudo o que lhe surge no caminho, mas apenas com o que é grande. Mais que tudo, a magnanimidade deseja as grandes honras; “o magnânimo lança-se para as acções que são dignas da maior honra”.

 Na Summa Theologica lê-se: “É reprovável desprezar as honras, de modo a descurar aquilo que as merece”. Por outro lado, o magnânimo não se sente atingido pela desonra; ele despreza-a como não sendo digna da sua atenção, o magnânimo olha com desprezo para tudo o que é mesquinho. Nunca actuará de modo reprovável, só para evitar o desagrado de alguns. As palavras do Salmo XIV: “Aos seus olhos, o perverso nada vale”. O magnânimo evita peremptòriamente as palavras aduladoras e as dissimulações, pois ambas são fruto de um coração mesquinho.


O magnânimo não se queixa, porque o seu coração não se deixa vencer por qualquer mal externo. O magnânimo traz consigo a indestrutível firmeza da sua esperança, uma confiança desmedida, quase temerária, e no seu coração sem medo reina uma paz imperecedoira. O magnânimo não cede ao aperto das preocupações, nem aos homens, nem aos acontecimentos: só perante Deus se inclina.

É com pasmo que reconhecemos que esta imagem da magnanimidade se encontra passo a passo desenhada na Summa Theologica de São Tomás de Aquino. Tornava-se necessário recordar isto. Porque no tratado sobre a humildade diz-se diversas vezes: a humildade não contradiz a magnanimidade. Agora poder-se-á medir o que esta frase, expressa como aviso e prevenção contra fáceis erros, quer na verdade dizer. Nada mais do que isto: que uma “humildade” demasiado mesquinha e débil para saber suportar a tensão interior da sua convivência com a magnanimidade, não pode ser humildade autêntica.


Soberba

A mentalidade ordinária das pessoas inclina-se a descobrir no magnânimo um soberbo, portanto, do mesmo modo, a enganar-se acerca da verdadeira essência da humildade. “É um soberbo”, proclama-se depressa e facilmente. 

Mas muito poucas vezes essa locução coincide, na realidade, com a verdadeira soberba. Antes de mais nada, a soberba não é um modo de comportamento ordinário nas relações entre as pessoas. A soberba refere-se às relações do homem com Deus: é a negação, contrária à realidade, da relação de dependência da criatura para com o Criador: é um desconhecimento da criaturalidade do homem, da sua condição de criatura. Em todos os pecados há este duplo aspecto: a aversio, aversão a Deus, e a conversio, a conversão, o apegamento aos bens efêmeros. 

O elemento formal determinante é o primeiro: a aversão a Deus. E esse, em nenhum outro pecado é tão explícito e formal como na soberba. “Todos os outros pecados fogem de Deus, e só a soberba se opõe a Deus”. É só dos soberbos que a Sagrada Escritura diz que Deus lhes resiste (Tiago 4, 6).


Humildade como Comportamento Social

A humildade também não é, em primeiro lugar, uma atitude externa nas relações da convivência humana. A humildade é, sobretudo, uma atitude do homem perante a Deus. 

Aquilo que a soberba nega e destrói, a humildade reafirma e consolida: a condição de criatura do homem. Esta condição constitui a essência mais profunda do homem. Portanto, a humildade, como “sujeição do homem a Deus”, é a adesão, o sim de assentimento a esta condição originária e essencial.

Em segundo lugar, a humildade não consiste num comportamento exterior, mas numa atitude interior, nascida da decisão da vontade, consiste naquela atitude que, fixa em Deus e consciente da sua condição de criatura, reconhece a realidade graças à vontade divina. É principalmente a simples aceitação disto: que o homem e a humanidade não são Deus, nem “como Deus”. E é aqui que aflora a ligação escondida que une a humildade e a virtude com o Dom do humor.

Será possível evitar dizer agora - em terceiro lugar -, por fim e francamente, que a humildade, para além de tudo quanto já se disse, também é uma atitude do homem para com o homem, e principalmente atitude de humilhação voluntária e recíproca ?

São Tomás de Aquino levantou a questão da atitude de humildade dos homens para com os homens, e respondeu da seguinte maneira: “Observa-se nos homens uma dupla realidade, aquilo que é de Deus, e aquilo que é do homem! A humildade, no entanto, no sentido mais próprio, é a reverência do homem submetido a Deus. É por isso que o homem, olhando para aquilo que lhe é próprio, tem que submeter-se ao seu próximo, olhando para aquilo que esse tem Deus em si.

Mas a humildade não exige que alguém submeta aquilo que nele há de Deus, àquilo que parece haver de Deus no próximo. Do mesmo modo, a humildade não exige que alguém submeta aquilo que tem em si de próprio, ao que nos outros é próprio dos homens”.

No âmbito vasto, de muitos degraus, embora bastante bem delimitado, desta resposta, há espaço tanto para o “desprezo pelo homem” do magnânimo, como também para a humilhação voluntária de São Francisco de Assis, que largou o hábito para se apresentar ao povo com um baraço em volta do pescoço. Aqui também se demonstra que a ética cristã não dá grande valor a medidas e regras estreitas e carriladas.

 Esta opinião, negativa, é expressa por Santo Agostinho sobre outra questão também ligada com a presente, na seguinte frase: “Quando alguém diz que não se deve receber diariamente a Comunhão e outrem diz o contrário, então cada um faça aquilo que julgar melhor.

(Jesus Cristo - Nosso Maior Exemplo de Humildade)

Conclusão: 

Humildade vem do Latim humus que significa "filhos da terra". Refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa modéstia, cordialidade, respeito,simplicidade, honestidade e passividade. 
A humildade dos que vivem na pobreza, pode ser vista, pelos ricos, como uma fraqueza ou maneira de promover reverência e submissão das classes populares.
Diz-se que a humildade é uma virtude de quem é humilde; quem se vangloria mostra simplesmente que humildade lhe falta. É nessa posição que talvez se situe a humilde confissão de Albert Einstein quando reconhece que “por detrás da matéria há algo de inexplicável”.
Por humilde também se pode entender a personalidade que assume seus deveres, obrigações, erros e culpas sem resistência. Assim, se pode dizer que a pessoa ou indivíduo "assume humildemente".

Pesquisa e Ilustração: Ir.´. Daniel Martina

A Espiritualidade Xamânica


“Aprende a cultivar uma atitude de respeito para com todos os caminhos espirituais existentes. Se você mantém esta atitude, se você respeita, está honrando a sua própria integridade, a sua própria espiritualidade."

Cada um possui sua própria visão, seu próprio rito, seu próprio meio de re-conexão.
Mas o que o aconselho hoje, é a experiência da compreensão, viva, inteligente, que faz crescer a consciência e ampliar o coração.
Anotei as suas sábias palavras num diário espiritual e agora as compartilho pela ressonância com o tema que hoje iremos abordar, nestas poucas linhas que é: a espiritualidade xamânica.

A espiritualidade xamânica nasce com os seres humanos. Temos indícios de práticas xamanistícas existentes há 44 mil anos, desde a época do homem Neandertal. Na realidade inicia-se quando o ser humano começa a descobrir o mundo invisível. Quando começa a descobrir os mistérios da natureza, a sentir com maior intensidade o sagrado, a sonhar, a se comunicar com a natureza e com os espíritos.

Esta espiritualidade ancestral tem como templo a própria natureza, o ambiente do qual o ser humano interage em seu cotidiano. Tudo torna-se sagrado na espiritualidade natural. As formas existentes na natureza eram então respeitadas como sendo espíritos que formavam uma única família, a família do Grande Espírito, do TODO QUE ESTÁ EM TUDO, do Grande Mistério.

Assim, o Céu torna-se o Pai que ensina o caminho das estrelas e das origens ancestrais. A Terra torna-se a Mãe que ensina os caminhos das relações, das integrações e da evolução na matéria. O grande Avô é o Sol que, com seu sorriso caloroso, ensina todos os dias a sabedoria dos ciclos e do círculo da vida. Então a Avó Lua com sua serenidade, ensina a arte de sonhar e os mistérios que iluminam os caminhos pelas noites da vida. As Árvores e Vegetais tornam-se o Povo em Pé; as Águas, o Povo das Águas; o Trovão, o Espírito do Trovão; as Pedras, o Povo de Pedra e todos os Animais tornam-se os Irmãos mais jovens, cada um com sua medicina particular. Tudo possui uma energia vital, uma força, um espírito. Tudo torna-se sagrado.


Estes seres humanos, que se comunicavam com o invisível, eram chamados de xamãs. Os antropólogos adotaram o termo saman, de origem siberiana, palavra que foi adaptada para shaman em inglês, para designar “aquele que é inspirado pelo espírito”, “aquele que não perdeu a integração”, “aquele que está em conexão”. Ele é o poeta, o músico, o intuitivo, o conselheiro, o terapeuta, o curador, o sensitivo, o paranormal, o contador de histórias, o dançarino, o visionário, o guardião da Mãe Terra, o guerreiro, o medicine-man. É aquele que compartilha sua medicina interior, seu poder pessoal, sua energia, seus conhecimentos e sabedoria de vida, em beneficio de outros.

Embora o primeiro uso registrado do termo shaman na língua inglesa date de 1698 e o termo shamanism (xamanismo) de 1780 – como nos explica o xamã Bari Meri: “o xamanismo existe há milhares de anos”. Temos registros de que em épocas remotas, estas práticas xamânicas se propagaram pela Sibéria, América do Sul, América do Norte, China, Índia, Tibete, África e Austrália. E é bem provável que, numa época ou outra, tenha existido em todas as partes do mundo sendo conhecido por nomes diferentes.

Hoje podemos ver muito daquilo que é a essência do xamanismo presente nas crenças e práticas de várias religiões, em muitos trabalhos terapêuticos e até na programação neurolingüística. Acessando a internet, você poderá pesquisar vários tipos de conhecimentos xamânicos: siberiano, inka, andino, esquimó, guarani.


Existe uma gama de informações revestidas em mitos, ritos e símbolos que pode ajudar a despertar a espiritualidade natural no ser humano. Todas elas, sem exceção, em seus respectivos contextos, transmitem a idéia de reconexão com a essência, com o espiritual. Não é voltar ao passado ou ficar preso ao passado, é renovar no presente, com ferramentas que a experiência comprova que funciona e agir e viver e ser feliz.


Vamos olhar para dentro de nós mesmos para poder chegar a uma maior compreensão da nossa dinâmica interior, da nossa história, da realização do sonho do Criador. Vamos lá, assim poderemos descobrir com profundidade que nossa vida tem significado, finalidade, propósito e que estamos conscientes.

O verdadeiro resgate ancestral ou xamânico é a redescoberta da essência espiritual e eterna que é presente em todos nós. Sim, para aqueles que reconhecem o sagrado dentro, tudo torna-se sagrado!

Deixo com você uma saudação xamânica, utilizada pelas tradições nativas da América do Norte: Mitakuye Oyassin! Que significa: “Por todas as nossas relações!”. É proferido em várias cerimônias para honrar todas as nossas conexões com a teia da vida, com tudo o que existe. Todas, sem exceção. Isso é muito abrangente… Estão inseridas no mantra aquelas pessoas de nosso convívio, todos aqueles que cruzaram e cruzam os nossos caminho no dia a dia, com seus ensinamentos, sejam eles quais forem. Aqueles que vieram antes de nós. Aqueles que virão depois de nós. É honrar aos nossos amparadores, toda a Mãe Natureza, o Grande Espírito. Vamos dizer que é uma afirmação de que Somos Todos Um!

Como a espiritualidade xamânica é sentir, espero que você esteja se sentindo muito bem, neste momento desejando muito sucesso neste momento ao seu Eu Superior que a Luz do Universo lhe guie para as Maravilhas deste mundo maravilhoso e que a energia de nossa mãe terra possa lhe fortalecer a cada momento e em cada passos de sua imensa jornada !

(História Xamânica)

O Poder e Mensagens das Velas


O ato de acender uma vela  é uma forma de ativar um pedido e levá-lo para o plano Cósmico.

Utilizamos as velas para simbolizar nossa magia através de suas chamas, o fogo é o símbolo do plano mental e da atividade.

Nos textos bíblicos, Deus se manifestou a Moisés em forma de fogo, daí a razão de usarmos as velas na magia, esta prática tem como objetivo ativar, manter vivo, simbolizar o elo de ligação de nossos pensamentos e desejos com o mundo cósmico através do nosso Eu Superior.

Na chama de uma vela, todas as forças da natureza são ativadas. A vela acesa simboliza a individualização da vida ascendente e da luz da alma. Ao acender uma vela, é possível identificar suas mensagens ao qual elas podem nos passar conforme abaixo:

VELA QUE NÃO ACENDE PRONTAMENTE: "Anjo" pode estar tendo dificuldades para ancorar. O astral ao seu redor pode estar poluído.

VELA QUEIMANDO COM LUZ AZULADA: Indica a presença de Anjos e Fadas. É um bom sinal.

CHAMA VACILANTE: "Anjo" demonstra que, devido às circunstâncias, seu pedido terá algumas mudanças.

CHAMA QUE LEVANTA E ABAIXA: Você está pensando em várias coisas ao mesmo tempo. Sua mente pode estar um pouco tumultuada.

CHAMA QUE SOLTA FAGULHAS NO AR: "Anjo" colocará alguém no seu caminho para comunicar o que você deseja. Poderá ter algum tipo de desapontamento antes do pedido ser realizado.

CHAMA QUE PARECE UMA ESPIRAL: Seus pedidos serão alcançados, o Anjo já está levando sua mensagem.

PAVIO QUE SE DIVIDE EM DOIS: O pedido foi feito de forma dúbia.

PONTA DO PAVIO BRILHANTE: Você terá muita sorte e sucesso em seu pedido.

VELA QUE CHORA MUITO: O Anjo sente dificuldades em realizar seu pedido.

SOBRA UM POUCO DE PAVIO E A CERA FICA EM VOLTA: O seu "Anjo" está precisando de mais orações.

A VELA SE APAGA: O Anjo ajudará na parte mais difícil do pedido, o resto cabe a você resolver.


(Mensagem das Velas)


17 de julho de 2011

A Prisão de Não Saber Dizer Não


A dificuldade em dizer não é um padrão emocional muito comum, facilmente detectável em boa parte das pessoas. A maioria de nós, em maior ou menor grau, sente essa dificuldade. Vamos analisar um pouco como esse padrão se manifesta, o que pode estar por trás dele, bem como sugestões de como seria possível melhorar.

Em alguns casos é muito fácil detectar o padrão de não conseguir impor limites. Conseguimos percebe-lo em nós mesmos muitas vezes quando alguém nos pede algo (ou as vezes nos impõe), e, para não causar brigas, constrangimentos ou para evitar sermos rejeitados, fazemos algo que vai contra o nosso desejo interior

Outras vezes a dificuldade de dizer não aparece disfarçadamente. Vou citar um exemplo. Algumas explosões de raiva são na verdade, uma manifestação das consequências desse padrão. Conheço uma pessoa que costuma aceitar tudo, vai engolindo,  aceitando, permitindo. O outro pede e ela faz e não reclama (pelo menos não reclama para a pessoa diretamente, comenta apenas com os outros). Todos a vêem como uma ótima pessoa, muito solícita. No entanto vai se acumulando uma insatisfação interior até que um belo dia surge uma grande reação de raiva. Nesse dia, ela consegue dizer não para a pessoa e aproveita a oportunidade para falar tudo que ficou engasgado de tudo que ela fez contra a sua vontade. O resultado disso é a perda das amizades, dificuldades nos relacionamentos de trabalho e em todas as áreas.


As pessoas que tem esse padrão costumam comentar coisas do tipo “fulano é muito cara de pau, teve a capacidade de pedir isso e aquilo, e não é a primeira vez”; “eu jamais teria coragem de pedir tal coisa pra alguém”. E no final perguntamos: e você atendeu ao pedido? E a reposta é sempre “ah sim, acabei fazendo, mas foi contra a minha vontade”. E o discurso segue  relatando o quanto esse pedido inapropriado lhe trouxe prejuízo material e quanto  tempo foi perdido.

É como se a pessoa dissesse interiormente “vou fazer o que estão me pedindo, mas de forma muito contrariada, vou reclamar bastante e ficar com muita raiva,  comentarei com todo mundo o quanto essa pessoa é cara de pau, quem sabe ela toma consicência e para de me pedir essas coisas, não é possível que isso continue, ela deveria saber o limite, deveria ter bom senso assim como eu tenho”. Obviamente, o comportamento do outro não vai muda por isso e a história irá se repetir.
Esse tipo de discurso  coloca a pessoa no lugar vítima: “os outros não me respeitam, a culpa não é minha, o mundo é que deveria mudar”. Um ganho secundário desse comportamento é o de ser visto como uma pessoa boa pelos outros: a explorada, a coitada, a vítima das maldades do mundo. Muita gente usa do vitimismo para obter aceitação e reconhecimento. No entanto isso funciona muito pouco, ou funciona apenas no começo. A tendência é que as pessoas comecem a perceber esse padrão e se afastem com o tempo, deixando a vítima cada vez mais isolada, o que a fará sentir ainda mais como uma vítima. Ela então precisará encontrar novos círculos para realizar o mesmo processo.

Muitas pessoas que agem dessa forma, inconscientemente começam a se isolar como forma de evitar relacionamentos e ter que fazer coisas contra a sua vontade. Viver a vida sem colocar limites acaba levando a tristeza, ansiedade e depressão.

(Exemplo de quem se faz de vítima)

Conforme citamos no inicio do texto, a dificuldade de dizer não pode estar em vários níveis, variando de pessoa para pessoa. Tem esse tipo de caso que relatei onde a pessoa acumula raiva até explodir. Tem outros casos também de pessoas que dizem não na hora em que recebem um pedido que acham injusto, mas o fazem de forma raivosa ou agressiva. É a sua defesa para esconder a insegurança que carregam. O “não” poderia ser dito de forma firme e ao mesmo tempo educada, sem qualquer tipo de desconforto por alguém que fosse mais seguro.  Existe ainda aquele tipo que  parece que nunca  fica com raiva, nem mesmo com o acúmulo de situações. Prejudicam muito a sua própria vida.  É nessas pessoas que a  insatisfação provocada irá causar mais intensamente quadros de depressão e ansiedade.

Começamos a refletir sobre o seguinte:

 De vez em quando me pego  irritado quando alguém me solicita algo que não considero razoável, ou testemunho amigos comentando coisas que indicam sentimentos parecidos. Comecei então a desenvolver o seguinte pensamento: Qualquer um tem o direito de pedir o quiser, quando quiser, e eu tenho que estar preparado para isso aprendendo a negar e colocar os limites de forma firme e sem me alterar. Se eu fico com raiva ou irritado, sei que faz parte da minha insegurança e não adianta culpar a outra pessoa pois isso seria vitimismo.

Não saber colocar limites e dizer não é uma grande prisão porque ficamos dependendo do  comportamento do outro para ficar em paz. É uma insanidade ficar reclamando e dependendo do comportamentos dos outros.  E quantas pessoas vivem falando sobre o quanto o mundo é injusto e sem noção? 

O que causa o sofrimento não é o pedido absurdo da outra pessoa. Sofremos quando nós acatamos  contra a nossa vontade ou quando reagimos de forma irritada. Deixe o outro ser como quiser, e aprenda a dizer não quando achar que deve. Isso sim o deixará em paz.

(Liberdade)

Outra coisa comum é que a pessoa começa a prejudicar seus relacionamentos mais íntimos pois está sempre a disposição dos pedidos de outros mais distantes. Programas são desmarcados, mudanças de planos ocorrem de ultima hora... Logicamente isso causa desentendimentos familiares.

O  mais interessante é que essas pessoas  querem contar com compreensão da sua família; querem apoio para manter o seu comportamento subserviente com relação a terceiros. É como se dissessem “eu quero que você compreenda que  eu não consigo dizer não para outras pessoas, e já que temos mais intimidade e sei que você me ama, você entenderá melhor se eu cancelar ou alterar o nosso programa pra que eu possa atender a outra solicitação. Por favor, compreenda isso e não brigue comigo, pois eu não posso contar com essa compreensão do outro lado e você sabe que tenho medo da rejeição, de não ser aceito, de perder minha imagem de bonzinho...

”Os familiares ficam magoados, sentem como se todo mundo fosse mais importante e que a relação mais próxima não está sendo valorizada", por que é exatamente isso que está ocorrendo. Se aceitamos esse tipo de comportamento, estaremos formando uma aliança que dá suporte ao subserviente.

(Vencendo as Barreiras)

Por trás da dificuldade em dizer não podemos citar vários sentimentos negativos relativos a autoestima: medo da rejeição, medo de não ser aceito, necessidade em ser reconhecido e valorizado.

Existe uma ilusão de que isso será benéfico e que a pessoa será bem vista.  Mas ocorre justamente o contrário. Quanto menos damos limites, mais as pessoas nos desvalorizam. Parafraseando Gaspareto, “o mundo lhe trata como você se trata”. É uma grande verdade. Quem vive nesse padrão dificilmente percebe isso e com o passar do tempo desenvolverá o discurso de que o mundo é um lugar cruel. 

Quem sabe impor limites se liberta de muita ansiedade, acumula menos trabalho, melhora as relações em todos os níveis, se relaciona melhor e é mais respeitado.

(Aprenda a Dizer Não)

Autor: André Lima EFT
Ilustração/Adaptação: Ir.´. Daniel Martina