As seguintes 10 categorizações não se destinam a ser definitivas, mas
são oferecidos como uma ferramenta para se tornar consciente de algumas das
doenças mais comuns transmitidas espiritualmente.
1. A Espiritualidade Fast-Food: Misture a espiritualidade com uma
cultura que celebra a velocidade, a multitarefa e gratificação instantânea e o
resultado é provável que seja a espiritualidade fast-food. A espiritualidade
fast-food é um produto da fantasia comum e compreensível que o alívio do
sofrimento da nossa condição humana pode ser rápida e fácil. Uma coisa é certa,
porém: a transformação espiritual não pode ser obtida em uma solução rápida.
2. Falsa Espiritualidade: a espiritualidade do falso é a tendência de falar,
vestir e agir como se imagina que uma pessoa espiritual seja. É uma espécie de
imitação da espiritualidade que imita a realização espiritual da maneira que o
tecido estampado de pele de onça imita a pele genuína de uma onça.
3. Motivações Confusas: Embora o nosso desejo de crescer seja genuíno e puro,
muitas vezes ele se confunde com motivações menores, incluindo o desejo de ser
amado, o desejo de pertencer, a necessidade de preencher nosso vazio interno, a
crença de que o caminho espiritual removerá o nosso sofrimento e ambição
espiritual, o desejo de ser especial, de ser melhor do que, para ser "o
único".
4. Identificando-se com Experiências Espirituais: Nesta doença, o ego se
identifica com a nossa experiência espiritual e a toma como sua própria, e nós
começamos a acreditar que estamos incorporando insights e idéias que surgiram
dentro de nós em determinados momentos. Na maioria dos casos,isso não dura
indefinidamente, embora tenda a perdurar por longos períodos de tempo para
aqueles que se julgam iluminados e / ou que trabalham como professores
espirituais.
5. O Ego Espiritualizado: Essa doença ocorre quando a própria estrutura
da personalidade egóica se torna profundamente integrada com conceitos
espirituais e idéias. O resultado é uma estrutura egóica, que é "à prova
de bala." Quando o ego se torna espiritualizado, somos invulneráveis a
ajudar, uma nova entrada, ou comentários construtivos. Nos tornamos seres
humanos e impenetráveis e estamos tolhidos em nosso crescimento espiritual,
tudo em nome da espiritualidade.
6. Produção em Massa de Professores Espirituais: Há uma série de atuais
tradições espirituais da moda , que produzem pessoas que acreditam estar em um
nível de iluminação espiritual, ou mestria, que está muito além de seu nível
real. Esta doença funciona como uma correia transportadora espiritual: coloca
este brilho, leva àquele insight, e - bam! - Você está iluminado e pronto para
iluminar os outros de maneira similar. O problema não é aquilo que tais
professores ensinam, mas que representam a si próprios como tendo realizado a mestria
espiritual .
7. Orgulho Espiritual: O orgulho espiritual surge quando o profissional,
através de anos de esforço trabalhado efetivamente alcançou um certo nível de
sabedoria e que usa esse conhecimento para se desligar a novas experiências. Um
sentimento de "superioridade espiritual" é outro sintoma desta doença
transmitida espiritualmente. Ela se manifesta como uma sensação sutil de que
"Eu sou melhor, mais sábio e acima dos outros porque sou espiritual".
8. Mente de Grupo: Também conhecido como o pensamento grupal, mentalidade de
culto ou doença ashram. A mente de grupo é um vírus insidioso que contém muitos
elementos tradicionais da co-dependência. Um grupo espiritual faz acordos sutis
e inconscientes sobre as formas corretas de pensar, falar, vestir e agir.
Indivíduos e grupos infectados com o "espírito de grupo" rejeitam
indivíduos, atitudes e circunstâncias que não estão em conformidade com as
regras, muitas vezes não escritas do grupo.
9. O Complexo de Povo Escolhido: O complexo de pessoas escolhidas não se limita
aos judeus. É a crença de que "O nosso grupo é mais poderoso, iluminado e
evoluído espiritualmente, e simplesmente colocado, melhor do que qualquer outro
grupo." Há uma distinção importante entre o reconhecimento de que alguém
encontrou o caminho certo, p professor, ou comunidade para si, e tendo
encontrado aquele, O Único.
10. O Vírus Mortal: "Eu Cheguei": Esta doença é tão potente que tem a
capacidade de ser terminal e mortal para a nossa evolução espiritual. Esta é a
crença de que "Eu cheguei" na meta final do caminho espiritual. Nosso
progresso espiritual termina no ponto em que essa crença se cristalizou em
nossa psique, no momento em que começamos a acreditar que chegamos ao fim do
caminho, um maior crescimento cessa.
"A essência do amor é a percepção", de acordo com os
ensinamentos de Marc Gafni, "Portanto, a essência do amor próprio é a auto
percepção Você só pode se apaixonar por alguém que você pode ver claramente ?
incluindo a si mesmo. Amar é ter olhos para ver. É só quando você se vê
claramente que você pode começar a se amar ".
É no espírito dos ensinamentos de Marc que eu acredito que uma parte crítica do
discernimento da aprendizagem no caminho espiritual é a descoberta da doença
generalizada do ego e auto-engano que está em todos nós. Ou seja, é quando
precisamos de um senso de humor e do apoio de amigos espirituais reais. À
medida que enfrentamos nossos obstáculos para o crescimento espiritual, há
momentos em que é fácil cair em um sentimento de desespero e auto diminuição e
perder nossa confiança no caminho. Precisamos manter a fé em nós mesmos e nos
outros, a fim de realmente fazer a diferença neste mundo.
Por
Mariana Caplan, Ph.D.
Adaptado de Eyes Wide Open (Olhos Bem Abertos): Cultivando o Discernimento no
Caminho Espiritual (True Sounds)
Uma
vez fundada a Grande Loja de Londres em 24.06 l7l7, como já se sabe da história
da Ordem, que ocorreu na Cervejaria do Ganso e da Grelha( The Goose and
Gridiron), onde se reuniram alem de uma Loja com o mesmo nome, mais três a
saber: A Coroa (The Crown); A Macieira( The Apple) e a O Copázio(copo grande,
copaço) e as Uvas( The Rummer and Grappes) Elegeram como primeiro Grão-Mestre o
Irmão Sir. Antony Sayer. As três primeiras Lojas foram constituídas de maçons
operativos e a quarta a do Copázio e das Uvas foi constituída por homens
eminentes, nobres e entre eles o Reverendo James Anderson,que escreveria em
l723 o famoso Livro das Constituições (Livre des Constituitones), mais
conhecido como Constituições de Anderson. Era nessa época uma Maçonaria de apenas
dois graus. Não havia o grau de mestre, havia o cargo de Mestre da Loja O grau
de Mestre foi introduzido na Maçonaria em l725 e definitivamente incorporado em
l738. Em 11.05.l725 teriam sido elevados ao grau de Mestre os dois primeiros
maçons na história da Ordem: Papillon Bul e Charles Cotton. Interessante que,
os primeiros Grão-Mestres da Maçonaria no mundo eram Companheiros e não
Mestres.
Entretanto, apesar desta iniciativa da Maçonaria Inglesa, fundando a que
seria a primeira potência maçônica, a Grande Loja de Londres, a sua influência
na Inglaterra durante muito tempo, foi relativa pois uma grande parte das lojas
inglesas em respeito aos antigos costumes onde os “Maçons livres em Lojas
livres” predominavam, não queriam saber de novidades, principalmente em função
do já conhecido conservadorismo inglês. O principal foco de resistência foi a
velha Loja do condado de York. Os Maçons de muitas lojas teimavam em não seguir
não só a uma organização obedencial, bem como eram refratários às inúmeras
alterações que foram introduzidas sendo por esta razão chamados de Antigos e
evidentemente os Maçons da Grande Loja de Londres eram chamados de Modernos.
Em l725 na cidade de York foi fundada a Grande Loja se autoproclamando
Grande Loja da Inglaterra. Cessou suas atividades mais ou menos l740.
Em l75l foi fundada uma Grande Loja dos Antigos, formada de maçons irlandeses
que haviam sido impedidos de pertencer às lojas inglesas. O maçom que mais se
bateu contra os Modernos foi o irlandês Lawrence Dermott, publicando em l756 as
Constituições da Grande Loja dos Antigos sob o título Ahiman Rezzon( Ahim quer
dizer Irmãos: manah, escolher e ratzon, lei) Ele afirmava que os Antigos
deveriam ser chamados de Maçons de York porque a primeira Grande Loja da
Inglaterra havia sido reunida em York em 926 pelo príncipe Edwin. Entretanto,
sabemos que se trata de uma lenda e não da realidade maçônica inglesa dos
séculos XVII e início do XVIII.
Somente em l76l, foi reativada a Grande Loja de York, ligada à cidade do mesmo
nome, com a seguinte sigla: Grande Loja de toda a Inglaterra( The Grand Lodge
off all England). Os maçons desta Grande Loja criticavam a Grande Loja de
Londres por ter esta realizado muitas alterações a saber: mudaram as formas de
reconhecimento nos graus na Maçonaria, retiraram as orações dos procedimentos;
descristianizaram o ritual, omitiram os Dias Santos, mudaram a forma de
preparação do candidato; enxugaram o ritual, deixando de dar as instruções como
até então eram ministradas; cortaram a leitura dos Antigos Deveres nas
Iniciações; retiraram a Espada durante as Iniciações, mudaram o antigo método
de arrumar a loja e também alterações e mudança na função dos diáconos,
colocaram o Altar dos Juramentos no centro da loja, alem de outras alterações.
Uma outra Grande Loja, a quarta, apareceu na Inglaterra em l777 por ocasião da
cisão havida na Loja Antiquity, quando parte da Loja acompanhou o grande maçom
Willian Preston, separando-se da Grande Loja de Londres, porem voltando daí há
onze anos em l788 à Potência de origem. Willian Preston, grande palestrante e
compilador dos então catecismos maçônicos., ele teria sido o primeiro maçom a
dar o significado simbólico às ferramentas de trabalho dos operários da
construção.
De fato, a Grande Loja de Londres, imprimiu um tipo de catecismo(não se chamava
ritual naquela época), introduzindo uns procedimentos e retirando outros, mais
no sentido de atualização e renovação. Criaram um Ritual muito parecido com o
atual Rito de York Americano.
Quanto aos maçons do condado de York e os outros que se opunham às modificações
implantadas pela Grande Loja de Londres praticavam um ritual parecido ao que
Samuel Prichard de maneira perjura, publicou num jornal de Londres em 10 de
Janeiro de l730 de dois graus. Eram conservadores e não admitiam modificações
em hipótese alguma.
Entretanto, a Maçonaria Inglesa chegou à conclusão que tanta divergência não
levaria a Ordem a lugar algum, já em l794 os dois Grão-Mestres rivais
solicitaram ao Duque de Kent que intermediasse um acordo entre as duas
Potências, no sentido de uma unificação. Em l809, a Grande Loja de Londres
constituiu uma Loja de Promulgação ou Reconciliação, com a finalidade de
estudar a fundo o problema. Esta Loja chegou a conclusão após estudos que se
poderia atender a todos os interessados, principalmente no tocante ao Ritual,
isto é cederiam em favor dos Antigos em parte, suas maiores reivindicações.
Em l8l3 por coincidência dois nobres, irmãos de sangue eram os Grão-Mestres das
duas Potências adversárias, o Duque de Sussex da Grande Loja de Londres e o
Duque de Kent, Grão-Mestre da Grande Loja de toda a Inglaterra. Assim, em 27.de
Novembro daquele ano, foi assinado um tratado com 3l artigos sacramentando a
união de ambas as Obediências. Não foi lavrada ata, para se salvaguardar o
segredo maçônico e o Duque de Kent propôs que seu irmão o Duque de Sussex fosse
o primeiro Grão Mestre da nova Potência que passou a se chamar Grande Loja
Unida da Inglaterra, nome este que permanece até a presente data.
A partir daí
a Maçonaria Inglesa entrou numa fase de paz e tranqüilidade. Acresça-se que
apesar de terem chegado a um acordo acabou prevalecendo em quase 80% das
práticas adotadas pelos Antigos. Há na Inglaterra uma certa tolerância, pois
existem algumas pequenas diferenças nas práticas ritualísticas perfeitamente
aceitas sem que isto venha a ser enxertos, invenções, adendos consistindo
apenas em tradições sem constituir problemas entre os maçons ingleses, cuja
mentalidade é bastante diferente da nossa, já que temos uma capacidade de
inventar muito grande.
O RITO (TRABALHO) NO BRASIL E SÍNTESE DA HISTÓRIA DO RITO NO PAÍS:
Se vasculharmos detidamente os rituais ingleses notaremos que não
existem alguns termos os quais foram traduzidos para o português aqui no Brasil
de forma inadequada, e que acabaram sendo usados incorretamente e até se
tornarem erradamente tradicionais. Em realidade não existe o Rito de York
Inglês. Existe sim, o Rito de York Americano que nada tem a ver com sistema ritualístico
inglês. O sistema Inglês de Ritualística tem o nome de Arte Maçônica (Craft
Masonry) Não encontramos os termos Rito de York (York Rite), e nem o Rito de
Emulação(Emulation Rite).
Existem os nomes de Ritual de Emulação(Emulation Ritual) e Trabalho de
Emulação
( Emulation working).
A partir de l871 foi criado um ritual denominado “ The perfect Cerimonies of
Craft Masonry” ( Cerimônias Exatas da Arte Maçônica), impresso pela “A Lewis,
Publishers” de Londres.
Existe o termo Emulation( Emulação), ligado a uma Loja a “Emulation Lodge of
Improvement” (Loja Emulação de Melhoramento)fundada em l823,verdadeira escola
de maçonaria onde são dadas instruções por preceptores que ensinam o ritual aos
Irmãos, que existe e funciona até a presente data.
Se formos usar o nome do sistema maçônico inglês corretamente deveríamos
nos referir a este Rito como Trabalho de Emulação, e Ritual de Emulação aos
procedimentos ritualísticos, porque em realidade na Inglaterra, o que nós
chamamos de Rito de York, conforme já frisamos lá não existe tal expressão. Lá
os maçons se dizem pertencer à Craft Masonry e não a um Rito, como aqui no
Brasil. Craft significa oficio ou arte. Costumam dizer que pertencem ao Oficio
Maçônico e não a um Rito.
O sistema inglês de Maçonaria entrou no Brasil através da “ Orphan Lodge” no
Rio de Janeiro em 28.06.l837. Em 2l.09.l839 também no Rio de Janeiro, foi
fundada a “St.Jonh’s Lodge” e a terceira Loja foi a “Southern Cross Lodge” em
Recife que recebeu a Carta Constitutiva ou Carta Patente em 25.04.l856. Todas
estas Lojas receberam autorização diretamente, isto é, a Carta Patente da
Grande Loja Unida da Inglaterra. Não tinham quaisquer vínculos com a Maçonaria
Brasileira. Estas lojas tiveram existência efêmera. mas marcaram oficialmente o
contato do Brasil com o sistema ritualístico inglês. A última delas a abater
colunas foi a“Southern Cross Lodge” em l872 ou l873.
O Grande Oriente do Brasil ao Vale dos Beneditinos,depois Grande Oriente Unido
(dissidente do GOB) fundado em 09.l1.l863 por Saldanha Marinho fundou três
lojas, pelo sistema americano, onde o Rito usado tem realmente o nome de Rito
de York, sem relação com o sistema inglês. Foram elas: a Loja “Vesper” no Rio
de Janeiro em 30.ll.1872 a “Washington Lodge” em Santa Barbara do Oeste -Sp.
onde imigraram americanos após a Guerra Civil Americana e a “Lessing” em Santa
Cruz do Sul no Rio Grande do Sul em 22.03.l880.
Entretanto a primeira loja de origem inglesa fundada sob os auspícios de
uma Potência no Brasil foi a Loja “Eureka” em 21.10.l891 pelo GOB.
Em 21.l2.l9l2 o Grande Oriente do Brasil assinou um tratado com a Grande Loja
Unida da Inglaterra, onde houveram dois textos, um em português, onde foi
traduzido como “Grande Capítulo do Rito de York” e no inglês como “Grand
Conseil of Craft Masonry in Brazil”, cuja tradução correta seria “ Grande
Conselho do Ofício Maçônico no Brasil”, evidentemente se referindo à Maçonaria
Simbólica. No brasão emblemático, estão inseridas as letras G.C.C.M. na parte
superior e Brasil com “z” na parte inferior.
As lojas componentes deste Grande Conselho, ou Grande Capítulo como querem os
brasileiros foram:
“Eureka Lodge ” nº.440 - Rio de Janeiro Fundada em 22.10.189l
“Duke of Clearence”nº.443- Salvador Bahia Fundada em10.10.1892
“Morro Velho Lodge”nº. 648- Nova Lima-Mg. Fundada em 20.03.1899
“Lodge of Unity” nº.792– São Paulo –Sp Fundada em 22.09.1902
“St. George’s Lodge” n.8l7 – Recife – Pe Fundada em30.06.1904
“Lodge of Wanders” nº 856 – Santos – Sp. Fundada em 05.09.1907
“Eduardo VII Lodge”nº903 – Belém – Pa. Fundada em 10.11.1911
A última Loja, a sétima, foi fundada para que se pudesse criar o Grande
Capítulo, ou Grande Conselho. Outras Lojas vieram a fazer parte deste Corpo,
como a “Campos Salles Lodge”;nº966 em São Paulo -Sp.; “Lodge of
Friendship”nº.975 em Niterói- RJ; “ Centenary Lodge” nº.986 em São Paulo -Sp.;
“Royal Edward Lodge” nº l.096 no Rio de Janeiro.
Em 06.05.l935 estas Lojas passaram a fazer parte de uma Grande Loja Distrital,
já que as Lojas juridiscionadas à Grande Loja Unida da Inglaterra fora do Reino
Unido são agregadas em Distritos. A Grande Loja Distrital no Brasil ( hoje,
Grande Loja Distrital para a América do Sul –Divisão-Norte) teve a anuência do
Grande Oriente do Brasil para esta situação, já que a maioria dos membros
destas Lojas era de origem inglesa. E alem do mais em troca, interessava e
muito ao GOB o reconhecimento formal da Grande Loja Unida da Inglaterra.
Cessava assim as atividades do Grande Capítulo ou Grande Conselho, como seria o
nome correto. Esta Entidade não conferia graus, não se tratava de um Corpo de
graus superiores, já que estes não existem neste sistema ritualístico. Foi
criada mais para se tratar de assuntos administrativos.
Em l920, o Irmão Joseph Thomas Wilson Sadler do quadro da Loja “Lodge of Unity”
de São Paulo, baseado na Edição de l9l8 do Ritual “ The Perfect Cerimonies of
Craft Masonry” fez uma tradução do Ritual inglês para o português com a
aprovação da Grande Loja Unida da Inglaterra. Ele usou corretamente a expressão
“ Cerimônias Exatas da Arte Maçônica” e não mencionou a expressão Rito de York.
Em l976 foi reimpresso o Ritual de l920, e aí apareceu a expressão “Rito de
York”, que aliás já vinha sendo usado há muito tempo, consagrando assim
definitivamente no Brasil, um nome que não existe no sistema inglês, quando se
sabe que lá na Inglaterra este Trabalho (Rito) não tem esta denominação. Como
todos os Rituais usados atualmente pelos brasileiros estão baseados nesta
tradução, e como foi inserido em l976 o termo Rito de York, ainda que de forma
incorreta, tornar-se-á- muito difícil após muitos anos se desfazer deste erro
que já se tornou corriqueiro e de uso geral.
A versão feita pelo Irmão Sadler tem incorreções com relação à tradução, se bem
que poucas, porem um dos maiores erros deste Ritual foi colocarem o V:.M:.e
demais Oficiais com os três pontinhos, quando sabemos que eles não existem no
sistema ritualístico inglês. O correto seria V.M., conforme abreviamos as
palavras na língua portuguesa.
Atualmente esta tradução foi copiada pelas demais Potências o seu diálogo usado
em todo Brasil, é praticamente o mesmo mas existem dificuldades com relação a
liturgia, a qual os ingleses fazem questão, quem sabe, com muita razão de
esconde-la. Não ligam muito se outros povos praticam ou não seu sistema, a não
ser os do Commonwealth. E os brasileiros, são useiros e vezeiros em “escocesar
”qualquer sistema quer inventando quer enxertando procedimentos. Há dificuldade
aqui no Brasil em se freqüentar as Lojas Distritais inglesas, já que poucos
Irmãos entendem a língua inglesa. Aprendemos alguma coisa com Irmãos
brasileiros que freqüentam tais lojas, bem como com Irmãos que pertencem à
Potências reconhecidas pela Grande Loja Unida da Inglaterra e que freqüentem
lojas na Inglaterra quando de passagem por aquele país.
COMO É PRATICADA A MAÇONARIA NA INGLATERRA:
A Maçonaria Simbólica inglesa é totalmente controlada pela Grande Loja
Unida da Inglaterra, sendo que lá como já referimos, não se fala em Ritos e sim
de em um conjunto de procedimentos ritualísticos maçônicos; chamados Trabalhos.
No caso o Trabalho de Emulação que é o Trabalho predominante,( cerca de 85%)
tem um Ritual chamado Ritual de Emulação (Emulation Ritual)
A Grande Loja Unida da Inglaterra no entanto, reconhece outros tipos de
Trabalhos a saber:
Taylor Working, Bristol Working, Lewis Working, West End Working, Stability
Working, Universal Working, alem de outros tipos de Trabalhos menos divulgados.
Todos estes tipos de Trabalhos são muito parecidos com o Emulation Working.
Talvez o mais diferenciado seja o Bristol Working, no qual o Venerável usa um
tipo de chapéu chamado “cocked hats” muito usado na marinha inglesa. Neste
Trabalho as cerimônias também são um pouco diferentes.
O Trabalho de Emulação tem uma extensão do terceiro grau, que não chega a ser
um novo grau chamado Santo Arco Real. Não se trata em absoluto de um grau
superior, porem tem uma ritualística própria. Ele é freqüentado pelos
Past-Masters. Não confundir o Santo Arco Real do sistema inglês com o Corpo de
Graus Superiores do sistema americano( Rito de York Americano). conhecido como
Real Arco que tem vários graus. Esta história de que o Santo Arco Real inglês
não é um grau, se bem pensada, não é bem assim . Não é um grau porque eles não
querem que seja, pois se comporta como se fosse um grau, pois tem até um ritual
especial. Esta é a verdade.
A Grande Loja Unida da Inglaterra que se julga a Loja-Mãe do mundo e se dá o
direito de reconhecer ou não outras Obediências Simbólicas ou seja,
Grande-Orientes e Grandes Lojas, onde é inflexível em seus critérios de
reconhecimentos, no entanto, não cogita, não proíbe, não tem tratados, não
interfere com relação aos chamados Graus Superiores. Simplesmente, ignora-os.
Seu poder total se refere tão somente aos graus simbólicos.
Qualquer membro de um dos Trabalhos quer seja o de Emulação, Bristol West End e
etc., poderá buscar caso queira, graus superiores, em outros Ritos outras
Ordens, ou GRAUS PARALELOS como lá são chamados, por exemplo no Rito Escocês
Antigo e Aceito ou mesmo no Real Arco do Rito de York Americano ou em qualquer
outro sistema de Graus Superiores, desde que não interfira na parte Simbólica.
Na Inglaterra e País de Gales existe um Supremo Conselho 33 do Rito Antigo e
Aceito( Ancient and Accepetd Rite- Supreme Council 33 ) fundado em 1845. Não
leva o nome de Escocês mas não é outro senão o nosso já por demais conhecido
Rito Escocês Antigo e Aceito.
Os Irmãos poderão também ingressar na Ordem do Monitor Secreto- Grande
Conselho( Order of the Monitor.
Ainda existem outros tipos de Maçonaria de Graus Superiores como por exemplo, a
Ordem dos Sacerdotes Cavaleiros Templários do Sagrado Arco Real – Grande
Colégio- (Order of Holy Royal Arch Knight Templar Priests) e ainda na Ordem da
Cruz Vermelha de Constantino e Ordens Correlatas (Order of Red Cross of
Constantine and appendant Orders).
Existem outros GRAUS PARALELOS que merecem ser citados:
- Grande Loja de Mestre da Marca – Mestres de Marca -
( Grand Lodge of Mark Masters- Mark Degree).
- Graus de Nauta da Arca Real ( Royal Arch Mariner Degree).
- Ordem dos Reais e Seletos Mestres- Grande Conselho-( Order of- Royal and
Select Masters).
■
Ordem dos Graus Maçônicos Aliados- Grande Conselho
( Order of Allied Masonic Degrees)
■
Honorável Sociedade de Maçons Livres, etc.
( Worshipful Society of Free Masons etc.)
PECULIARIDADES DO TRABALHO DE EMULÇÃONO RITUAL DE EMULAÇÃO:
Nomearemos as principais peculiaridades de forma aleatória
Uma Loja deste Trabalho (Rito) tem personalidade jurídica. Por esta razão ela tem
que ter um Estatuto registrado em cartório como se fora uma sociedade civil e
um Regimento Interno para fins eminentemente maçônicos. Os assuntos
administrativos jamais poderão ser discutidos em Loja aberta, porque eles fazem
parte de uma sociedade civil. Numa reunião administrativa até Aprendizes votam.
Porem em Loja aberta só os Mestres poderão votar.
Há uma certa tolerância nos procedimentos ritualísticos, sem que isto ocasione
invenções , enxertos, ou adendos, pois existe a tradição nas Lojas que não é
alterada.
As jóias do Trabalho de Emulação são prateadas e não douradas.
O sinal de Ordem é um pouco diferente dos demais Ritos, e no passo o calcanhar
do pé direito se encaixa na concha do pé esquerdo.
A decoração de uma Loja neste Rito é muito simples. A Loja está situada num
plano só. Não existe balaustrada. As colunas “J” e “B” estão situadas fora do
Templo. O nome da mesa do Venerável Mestre ( Mestre da Loja) e dos Vigilantes é
Pedestal e é de forma quadrangular, muito simples e pequena sem aquela série de
símbolos e papeis que existem em outros Ritos. Existe três castiçais, também
chamados também de tocheiros de mais ou menos l,20 m de altura, colocados á
direita do pedestal do Venerável e dos Vigilantes onde no seu topo é acesa uma
vela própria.
A porta do templo é lateral localizada no canto noroeste da Loja.
Toda sessão regular é precedida de uma procissão própria do Rito para dar
entrada ao Venerável e os Vigilantes. Ídem, para Autoridades.
As Três Grandes Luzes são: O Livro das Sagradas Escrituras, o Esquadro e o
Compasso. As Luzes Secundárias são: O Sol ( 2º Vigilante) governa o Dia, a Lua(
1º Vigilante) governa a Noite e o Venerável Mestre (Mestre da Loja) que dirige
a Loja.
Existem símbolos tais como a Corda, a Régua de 24 Polegadas, o Esquadro o Maço
e o Escopro(cinzel).
Os símbolos contidos no Tracing Board of First Degree ( Tábua de Delinear do 1º
grau) que em outros Ritos chama-se painel Nesta representação em forma de um
quadro pintado, encontramos as Colunas Dórica Jônica e Corintia, o Sol, a Lua
cheia (não em quarto crescente), o Círculo com um ponto central; a Escada de
Jacó com as três virtudes, Fé Esperança e Caridade. E ainda esta Tábua de
Delinear nos explica o interior de uma Loja que é composto de Ornamentos que
são o Pavimento Mosaico que é em xadrez (e não em diagonal), a Estrela
Brilhante de sete pontas (Blazing Star) e a Moldura Denteada ou Marchetada,
oMobiliário da Loja composto do Volume do Livro Sagrado, o Esquadro e o
Compasso e as Jóias . As Jóias Móveis são o Esquadro o Nível e o Prumo e as
Jóias Imóveis são a Tábua de Delinear, Pedra Bruta e Pedra Esquadrada. Ainda
temos o Lewis( pronuncia-se lu-is ou li-uis) que seria um tipo de luva de ferro
em secções com cunhas ajustáveis e expansíveis utilizadas pelos pedreiros para
engatar a auxiliar os grandes levantamentos. Seria uma ferramenta que levanta
grandes pesos com pouca força.
As colunetas jônica dórica, e coríntia, representação em miniatura das colunas
do Tracing Board(Planta de Delinear) estão em cima dos Pedestais Em Loja aberta
coluneta dórica em cima do pedestal do 1º Vigilante permanece em pé e a
coríntia deitada no pedestal do 2º Vigilante Loja fechada é contrário.
O ritual deverá ser decorado ou memorizado. Não poderá ser lido em Loja. O
Paster Master Imediato poderá permanecer com o Ritual aberto para “dar o ponto”
e dar uma ajuda para algum esquecimento.
A dinâmica de uma sessão é a seguinte: Abertura da Loja e apresentação da Carta
– Patente ao Secretário.
Leitura pelo Secretário e confirmação da Ata da sessão anterior.
Ordem do Dia.
Quaisquer assuntos de interesse da Loja.
Levantamentos. Existem três, mas o Mestre da Loja poderá engloba-los num só.
Encerramento ritualístico da Loja
Com relação aos três levantamentos, estes são os três momentos em que o
Venerável põe à disposição dos Irmãos o uso da palavra a saber
1º Levantamento para assuntos da Ordem Maçônica Universal e Instrução do Grau.
No primeiro levantamento se houver alguma proposta, mensagem ou Decreto do
Grão-Mestre para ser lido, o Diretor de Cerimonial pedirá que todos fiquem de
pé e á Ordem.
2º Levantamento para assuntos da Obediência, da Loja e Expediente de
Secretaria.
3º Levantamento para assuntos pessoais e da bem-querença entre os Irmãos.
Quando o Venerável Mestre(Mestre da Loja) estiver ausente ele será substituído
pelo PMI e não pelo Primeiro Vigilante.
A marcha é sempre iniciada rompendo-se com o pé esquerdo. Nas cerimônias em
Loja aberta para qualquer Irmão transitar em Loja, será obrigatório o
Esquadramento. Nenhum Irmão poderá caminhar sozinho, ele deverá ser acompanhado
pelo Diretor de Cerimonial ou 2º Diácono. Este caminhar chama-se perambulação.
Esquadramento: Entende-se que quando um canto da Loja seja alcançado pela
perambulação, será dado um quarto de volta à direita havendo uma pausa
momentânea, prosseguindo-se a seguir,a caminhada em nova direção sempre
rompendo com o pé esquerdo do Diretor de Cerimonial e o Irmão que estiver
perambulando, ambos de braços dados através do membro superior direito do Irmão
com o membro superior esquerdo do Diretor de Cerimonial Quando uma Loja está
esquadrada, os cantos não são cortados nem contornados.
Os avental de Aprendiz é todo branco e deve manter-se de abeta abaixada. O de
Companheiro é branco com duas rosetas azuis nos ângulos de baixo. O de Mestre é
branco, orlado e na parte inferior com fita azul celeste de no máximo cinco
centímetros
Os cargos eletivos são: o Venerável Mestre, o Tesoureiro e Guarda Externo. O
demais cargos serão nomeados pelo Venerável Mestre(Mestre da Loja)
Nos Rituais ingleses existe o termo W.M. que significa Worshipul Master que é
mais um tratamento especial ou seja, Honorável ou Venerável Mestre, porem a sua
função em Loja é Mestre da Loja, mas, com o tratamento ritualístico de
Venerável Mestre pelo menos é a tradição na Inglaterra.
Não existe disputa para os cargos eletivos. Há uma ordem natural para os cargos
exercidos para que um Irmão se torne Venerável Mestre(Mestre da Loja), a saber:
Guarda Interno, Segundo Diácono, Primeiro Diácono, Segundo Vigilante e Primeiro
Vigilante. Um Irmão poderá saber cinco anos, que será o Mestre da Loja.
Haverá sempre uma cadeira vazia ao lado direito do Venerável Mestre(Mestre da
Loja) a qual é do Grão-Mestre. Ninguém mais poderá sentar-se nesta cadeira.
Somente o Grão- Mestre e o Venerável Mestre(Mestre da Loja) poderão falar
sentados. Os demais Irmãos deverão falar de pé dando o passo e à Ordem.
Existe somente um Livro de presenças para os Membros da Loja e para os
Visitantes, sendo que os Membros da Loja assinarão primeiro e os Visitantes a
seguir.
Existe apenas um Livro de Atas. Se uma Loja realizar uma Sessão de Mestre, ela
terá que automaticamente ser aberta no grau de Aprendiz, passar para o grau de
Companheiro e a seguir para grau de Mestre. Uma vez, havendo o procedimento no
grau de Mestre, a sessão voltará para uma sessão de Companheiro e finalmente
para Aprendiz. Como a Ata é para Sessão ritualística, não há registro de
assuntos secretos.
O Volume das Sagradas Escrituras na Inglaterra é a Bíblia. Não existem outros
livros sagrados no Rito o qual é teísta feito tão somente para a Maçonaria de
irmãos cristãos. Entretanto, como a Grã-Bretanha é constituída pelo
Commonwealth (Comunidade Britânica) que atualmente congrega cinquenta e oito
países, é lógico que por Volume da Lei Sagrada, os ingleses povo muito
politizado toleram o livro sagrado da religião de cada país.
A Loja deverá realizar três sessões mensais a saber: a) Loja Aberta –
Ritualística
b) Administrativa somente para assuntos da Sociedade Civil c) de Instrução.
As sessões ritualísticas em Loja Aberta são: Iniciação, Passagem, Elevação,
Instalação do Mestre da Loja e Consagração ou Dedicação do Templo. Não existem
Sessões magnas ou especiais. Todas são regulares.
O QUE NÃO EXISTE NO TRABALHO DE EMULAÇÃO:
Não existe nada relacionado à Alquimia, Esoterismo, Rosacrucismo, Martinismo
Cabala ou qualquer ramo do ocultismo.
Não existe Altar dos Juramentos. Os compromissos são tomados no próprio
Pedestal do Venerável. Existe um tamborete ou genuflexório para o candidato
ajoelhar-se.
O uso do chapéu é desconhecido no Ritual de Emulação.
Não existem decorações no teto a não ser a letra “G” suspensa no centro do
Templo.
Não existe dossel em cima do pedestal ou cadeira do Venerável.
Não existem os Altares das Luzes que neste Rito chamam-se como já dissemos
Pedestais.
Não existe Bateria com as mãos. Existe o bater dos malhetes, cujas batidas
serão específicas para cada grau. Chama-se batida de malhetes e não bateria.
Não existe Bolsa de Propostas e Informações.
Não existe o Balandrau. Em todas as sessões, o traje é preto ou escuro com
gravata preta.
Não existe a Cadeia de União.
Não existe Câmara das Reflexões.
Não existe consagração do candidato pela Espada e Malhete.
Não existe a Corda de 8l nós.
Não existem Colunas Zodiacais.
Não existe certificado de presença. Se o visitante o exigir, o Secretário da
Loja enviará uma carta para a Loja a qual pertence o Irmão informando que ele
esteve presente à reunião.
Não existe Culto ao Pavilhão Nacional.
Não existem Espadas, a não ser a Espada do Guarda Externo. Não existe a Espada
Flamígera ou Flamejante.
Não existem Graus Superiores. Existe o Santo Arco Real, que é uma espécie de
extensão do Terceiro Grau, que não é considerado como um grau, apesar de
possuir um ritual especial, cuja ritualística trabalha com os verdadeiros
segredos do Terceiro Grau, sendo que no Terceiro Grau comum, estes segredos são
substituídos.
Não existe o giro da palavra pelas colunas. A palavra é solicitada diretamente
ao Venerável Mestre.(Mestre da Loja).
Não existem os Livros preto e amarelo.
Não existe a prova dos quatro elementos. Terra,Ar, Água e Fogo.
Não existe a Sala dos Passos Perdidos. O local que precede a Loja, chama-se
ante-sala.
Não existe a Palavra Semestral. Para atender as normas da Potência o Venerável
Mestre (Mestre da Loja) a transmitirá discretamente sem ritualística após a
sessão, a quem quiser conhece-la.
Não existe a transmissão da Palavra Sagrada na ritualística de abertura ou
fechamento da Loja.
Desde l986 A Grande Loja Unida da Inglaterra aboliu dos Rituais as penalidades
mencionadas nos juramentos das Iniciações. Agora são apenas lembradas que
antigamente existiam tais penas caso o candidato fosse perjuro.
Não existe a separação física entre o Ocidente e o Oriente. Não existe o gradíl
ou grade, nem existem desníveis ou degraus, entre estas duas partes da Loja. A
Loja é muito simples situada num plano só.
Não existe a Taça Sagrada ou Cálice da Amargura.
Não existe o Tríplice Abraço.
Não existem os três pontinhos nas assinaturas, nas abreviações Os três
pontinhos são desconhecidos neste Rito. As abreviações são como na escrita
comum, por exemplo: Venerável Mestre V.M.
Não existem os termos Prancha de arquitetura, peça de arquitetura, balaustre,
Existem no Trabalho de Emulação as palavras Expediente, Palestra ou
Conferência, Ata e o termo usado para a redação da Ata é registro.
OFICIAIS DA LOJA
Venerável Mestre(Mestre da Loja)
1º Vigilante
2º Vigilante
Tesoureiro
Secretário
1º Diácono
2º Diácono
Guarda Interno
Guarda Externo
Capelão
Diretor de Cerimonial
Esmoler (*)
Organista (*)
Mordomo (*)
Administrador de Caridade(*)
Assistente de Secretário(*)
Assistente de Diretor de Cerimonial.(*)
(*) São considerados cargos facultativos
Não existem os cargos de Orador, Chanceler, Expertos, Porta- Bandeira, Porta
Estandarte e Porta-Espadas
Para que não se confunda o sistema maçônico americano com o inglês que acabamos
de demonstrar em suas principais características enumeraremos os graus do Rito
de York americano sendo que, este sim é o Rito de York, o autêntico que, tanta
confusão se faz a respeito, quando grande parte dos maçons brasileiros chamam o
Trabalho de Emulação de Rito de York, quando na realidade o Rito de York é como
dissemos, americano e por sinal é muito deferente do inglês.
Segundo o “Educational Bureau General Grand Chapter” R.A.M. de Lexington-
Kentucky –EE.UU. o Rito de York americano está dividido em quatro partes:
Primeira Parte – Lojas Azuis
1 –Aprendiz ( Entered Apprentice)
2 -Companheiro (Fellowcrfat)
3 – Mestre ( Master Mason)
Segunda Parte – Capítulos do Real Arco
4 –Mestre da Marca (Mark Master)
5 –Mestre Passado (Paster Master)
6 –Mui Excelente Mestre (Most Excellent Master)
7 –Maçom do Real Arco ( Royal Arch Mason)
Terceira Parte – Conselho de Mestres Reais e Escolhidos
O Rito de York ( Emulation Rite) Anatoli Oliynik Curitiba l997.
Rito & Rituais (Volume 1) Francisco de Assis Carvalho –
Editora “ A Trolha” Ltda –Londrina -1993
ARTIGOS EM REVISTAS
Joaquim da Silva Pires - “Comentários sobre o suposto “Rito de York” “A Trolha”
Publicados em diversos artigos em 1.997-1998
José Castellani “Rito de York” “A Trolha” nº55 Maio 1991
José Castellani “Primórdios do Rito de York no Brasil” “O Prumo” nº 101
de Abril e Maio l995
João Guilherme C.Ribeiro comentando o livro “A Reference Book for Freemason”
de Frederick Smith na Revista “Engenho & Arte”
ARTIGOS PUBLICADOS NA “BIGORNA”
Kurt Prober “ A Bigorna” nº 21 – Junho – l984
Kurt Prober “ A Bigorna” n°35 - Maio l985
Kurt Prober “ A Bigorna” nº 99 - Junho 1989
RITUAIS
The Perfect Cerimonies of Craft Masonry – as approved,sanctioned and confirmed
by THE UNITED GRAND LODGE on 5thJune,1816 – And as taught in the Unions
Emulation Lodge of Improvement For M.Ms. – Freemason Hall, London – A Rew and
Revised Edition Privateley printed for a Lewis- London MDCCCXVIII (1918)
(Foi deste Ritual que o Irmão Joseph Sadler fez a tradução em l920 para o
português)
Emulation Ritual
As demonstrated in the Emulation Lodge of Improvement – Compiled by and
published with the approval of the Committee of the Emulation Lodge os
Improvement A Lewis
(Masonic Publishers Ltd. – All rights Reserved, 1976 – London -
Rituais 1º,2º e 3º graus “Cerimônias Exatas da Arte Maçônica” – Tradução da
edição inglesa de l918, realizada em l920 pelo Irmão Joseph Thomaz Wilson
Sadler da Loja “Lodge of Unity”, de São Paulo, impressa em Londres, aprovada
pela Grande Loja Unida da Inglaterra e adotado pelo Grande Oriente do Brasil.
Rituais do 1º, 2º e 3º graus do Rito de York organizados pelo Irmão ANATOLI OLIYNIK,
Grande Secretário Geral de Orientação Ritualística do Grande Oriente do Brasil
para Rito de York Ano 2.000
TRABALHO COMPILADO PELO IRMÃO HERCULE SPOLADORE
Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu
aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Estas
atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar. Deste ponto
em diante, as mudanças se expandirão em proporções cada vez maiores. Tudo o que
fazemos produz efeito, causa algum impacto.
Se existe amor, há também esperança de existirem verdadeiras famílias,
verdadeira fraternidade, verdadeira igualdade e verdadeira paz. Se não há mais
amor dentro de você, se você continua a ver os outros como inimigos, não
importa o conhecimento ou o nível de instrução que você tenha, não importa o
progresso material que alcance, só haverá sofrimento e confusão no cômputo final.
O homem vai continuar enganando e subjugando outros homens, mas insultar ou
maltratar os outros é algo sem propósito. O fundamento de toda prática
espiritual é o amor. Que você o pratique bem é meu único pedido
A felicidade é um estado de espírito. Se a sua mente ainda estiver num estado
de confusão e agitação, os bens materiais não lhe vão proporcionar felicidade.
Felicidade significa paz de espírito.
Se
existe amor, há também esperança de existirem verdadeiras famílias, verdadeira
fraternidade, verdadeira igualdade e verdadeira paz. Se não há mais amor dentro
de você, se você continua a ver os outros como inimigos, não importa o
conhecimento ou o nível de instrução que você tenha, não importa o progresso
material que alcance, só haverá sofrimento e confusão no cômputo final. O homem
vai continuar enganando e subjugando outros homens, mas insultar ou maltratar
os outros é algo sem propósito. O fundamento de toda prática espiritual é o
amor. Que você o pratique bem é meu único pedido
Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso. Não
importa quais sejam os obstáculos e as dificuldades. Se estamos possuídos de
uma inabalável determinação, conseguiremos superá-los. Independentemente das
circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho.
Seria muito mais produtivo se as pessoas procurassem compreender seus pretensos
inimigos. Aprender a perdoar é muito mais proveitoso do que simplesmente tomar
de uma pedra e arremessá-la contra o objeto de sua ira. Quanto maior a
provocação, maior a vantagem do perdão. É quando padecemos os piores
infortúnios que surgem as grandes oportunidades de se fazer o bem a si e aos
outros.
A agressão é uma tendência que faz parte do nosso íntimo. Por isso, temos de
lutar contra nós mesmos. Homens criados em ambientes rigorosamente
não-violentos acabaram se transformando nos mais horríveis carniceiros. O que
prova que a semente da mais insana agressividade mora nas profundezas de cada
um de nós. Mas nossa verdadeira natureza é de modo geral pacífica. Todos nós
conhecemos as agitações da alma humana, que está sujeita a imprevistos
assustadores. Mas essa não é a sua força dominante. É possível e é necessário
dominar a agressividade.
O que mais nos incomoda é ver nossos sonhos frustrados. Mas permanecer no
desânimo não ajuda em nada para a concretização desses sonhos. Se ficamos
assim, nem vamos em busca dos nossos sonhos, nem recuperamos o bom humos! Este
estado de confusão, propício ao crescimento da ira, é muito perigoso. Temos de
nos esforçar e não permitir que a nossa serenidade seja perturbada. Quer
estejamos vivenciando um grande sofrimento, ou já o tenhamos experimentado, não
há razão para alimentarmos o sentimento de infelicidade.
É através da arte de escutar que seu espírito se enche de fé e devoção e que
você se torna capaz de cultivar a alegria interior e o equilíbrio da mente. A
arte de escutar lhe permite alcançar sabedoria, superando toda ignorância.
Então, é vantajoso dedicar-se a ela, mesmo que isto lhe custe a vida. A arte de
escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância. Se você é capaz
de manter sua mente constantemente rica através da arte de escutar, não tem o
que temer. Este tipo de riqueza jamais lhe será tomado. Essa é a maior das
riqueza
Quando estiver praticando a caridade, faça-o com alegria e com um semblante
radiante. Devemos praticar a caridade com um sorriso no rosto e otimismo no
coração.
O aprimoramento da paciência requer a presença de alguém que deliberadamente
nos faça mal. Esse tipo de pessoa nos dá a chance de praticarmos a tolerância.
A nossa força interior é posta à prova com mais intensidade do que aquela de
que o nosso guia espiritual seria capaz. Em essência, o exercício da paciência
nos protege da perda da confiança.
Para muitos, o Espiritismo é algo apenas que envolve reencarnação,
pluralidade dos mundos e das existências, mediunidade e acontecimentos passados
e futuros, porém, ele nos fala de evolução e evolução acontece especialmente
nos momentos vividos presentemente, no dia a dia, em nossas relações com o
outro e com nossa intimidade.
O BANHO COMO UM PASSE:
O contato da água no corpo provoca um estímulo magnético, que percorre
todo o organismo, deixando-o calmo, e preparando-o para o sono reparador ou as
lutas de cada dia. O banho diário, quando encontra na mente apoio, torna-se um
passe. Além das virtudes curativas da água, enxertar-se-ão fluidos magnéticos,
de acordo com a irradiação da alma. A disciplina dos pensamentos é uma fonte de
bem-estar, na hora da higiene do corpo.
No instante do banho é preciso que se
entenda a necessidade da alegria, que nosso pensamento sustente o amor, até um
sentimento de gratidão à água que nos serve de higiene. Visualize, além da água
que cai em profusão, como fluidos espirituais banhando todo o seu ser. O
impulso dessa energia destampa em nosso íntimo a lembrança da fé, da esperança,
da solidariedade, do contentamento e do trabalho.
Por este motivo, banho e passe, conjugados, são uma magia divina ao
alcance de nossas mãos. A água no banho é o fluido que vivifica o corpo.
Poder-se-á vincular o banho ao passe, e ele poderá ser uma transfusão de
energias eletromagnéticas. Uma mente ordenada na disciplina, em segundos,
selecionará, em seu derredor, grande quantidade de magnetismo espiritual, e os
adicionará, pela vontade, na água que lhe serve de veículo de limpeza
física,passando a ser útil na higiene psíquica.
Observem que, ao tomar banho,
sentimo-nos comovidos, a ponto de nos tornarmos cantores! E a alegria advinda
da esperança, nos chega da água, que é portadora dos fluidos espirituais, que
lhes são ajustados por bênção do amor. O lar é o nosso ninho acolhedor, e nele
existem espíritos de grande elevação, cuja dedicação e carinho com a família
nos mostrará como Deus é bom. Essa assistência atinge, igualmente, as coisas
materiais, desde a arborização, até o preparo das águas que nos servem.
Quantas doenças surgem e desaparecem sem que a própria família se
conscientize disso? É a misericórdia do Senhor pelos emissários de Jesus,
operando na dimensão oculta para os homens, e encarregados de assistir ao lar.
Eles colocam fluidos apropriados nas águas para o banho, e nas que bebemos. E,
quando eles encontram disposições mentais favoráveis, alegram-se pela grande
eficiência do trabalho.
Na hora das refeições, é sagrado e conveniente que as
conversas sejam agradáveis e positivas. No momento do banho, é preciso que
ajudemos, com pensamentos nobres e orações, para que tenhamos mãos mais eficientes
operando em nosso favor. Se quisermos quantidade maior de oxigênio nitrogenado,
basta pensarmos firmemente que estamos recebendo esses elementos, e a natureza
nos dará isto, com abundância. É o "pedi e obtereis" de Deus.
A alegria tem também bases físicas. Um corpo sadio nos proporcionará
facilidades para expressar o amor. Quando tomar o seu café pela manhã, tome
convicto de que está absorvendo, juntamente com os ingredientes materiais, a
porção de fluidos curativos, de modo a desembaraçar todo o miasma pesado que
impede o fluxo da força vital em seu corpo. E sairá da mesa disposto para o
trabalho, como também para a vida. Despeça-se de sua família com carinho e
atenção, e deixe que vejam o brilho otimista nos seus olhos, de maneira a
alegrar a todos que o amam; assim, eles lhe transmitirão as emoções que você
mesmo despertou neles e isso lhe fará muito bem.
O banho mais importante é
aquele feito antes de dormir para tirar as contaminações materiais, mentais e
espirituais do dia. Basta uma ducha rápida e relaxante. Daí garantirá uma noite
repousante de sono e, ao acordar, todo o perfume de limpeza estará conosco.
Lembre-se de que um copo de água que tome, onde quer que seja, pode ser
tomado e sentido como um banho e passes internos. Não se esqueça de bebê-lo com
alegria e amor, lembrando com gratidão de Quem lhe deu essa água tão necessária
pois, se ela vem rica de coisas espirituais, aumentará sua conexão com o divino
poder interno. É muito bom estar consciente de cada coisa que nos acontece e
estar agradecido, se sentindo abençoado e cheio de amor.
A consciência, a gratidão e o amor são três caminhos paralelos, que a
felicidade percorre com alegria.
As chamadas festas juninas não são meros festejos trazidos por
portugueses católicos ao Brasil, consagrados a alguns dos principais
personagens da cristandade (João Batista, Pedro e Paulo), mas uma comemoração
cósmica antiquíssima que merece ser estudada aos olhos da Santa Gnose.
As fogueiras juninas sempre foram festas sagradas onde se acendiam os
“fogos novos” em todas as grandes culturas solares, desde os astecas (com suas
festas chamadas de Renovação do Fogo Novo) até os celtas, romanos e hindus.
Essas festas têm relação com o Sol e suas posições no céu, nos propiciando mais
ou menos luz, maior ou menor possibilidade de renovação da vida por meio do cio
dos animais, do plantio e colheita do trigo e outras plantas, sementes e
frutas.
Os fogos que celebramos durante as festas de junho não são mera adoração
supersticiosa como os céticos creem, mas festas sagradas comemoradas por nossos
remotos antepassados, da Stonehenge dos druidas às pirâmides maias e astecas,
verdadeiros templos de adoração aos Deuses do Sol (ou Pítris Solares) devido à influência cósmica do Sol sobre a
dinâmica da vida na Terra.
O dia 21 de junho (e dias em seu entorno) é celebrado no Hemisfério
Norte como o dia mais longo do ano. Definitivamente, não é um dia como os
demais, pois a natureza, o homem e as estrelas se dispõem a celebrar uma festa,
carregada de grande poder e magia. Diz a tradição gnóstica que é nesse período
que o mundo astral e o físico estão em contato mais íntimo, permitindo
que as pessoas do campo vejam com mais facilidade as fadas, os duendes e demais
seres mágicos.
Esses seres especiais e seus guias, os Devas da Natureza, andam soltos
pelos campos, e é por isso que os agricultores sempre renderam graças à Divina
Mãe Natura, oferendando-Lhe os primeiros frutos, as primeiras sementes e
acendendo os Fogos da Renovação. Este é o momento perfeito para suplicar mais
fecundidade à Mãe Terra (a Pachamama dos incas), para que se possa armazenar
alimentos para passar o outono e o inverno…
A celebração do solstício de verão no Hemisfério Norte (e o solstício de
inverno aqui no Sul)é tão antiga como a própria humanidade. O grande mestre
clarividente da Sociedade Teosófica Charles Leadbeater falava extensamente
sobre os rituais atlantes aos 7 Deuses, dos quais o mais poderoso era o
consagrado ao Sol. Em princípio acreditava-se que essa data era a último em que
o Sol se manifestaria plenamente (o dia mais longo do ano), pois depois dessa
data os dias são cada vez mais curtos, até que perto do dia 25 de dezembro,
quando o Sol começaria a se manifestar novamente com todo seu esplendor, dando
novamente vida, e vida em abundância (não é à toa que os antigos gnósticos
escolheram esse dia, 25 de dezembro, como a data do nascimento de Jesus, o
Cristo-Sol).
Por essa razão, nessa data são acesos fogos e realizam-se danças de toda
classe ao redor do fogo para simbolizar a paciente espera do retorno do poder
solar. Em tempos remotíssimos, acendiam-se fogueiras no topo das montanhas, ao
longo dos rios e riachos, no meio das ruas e na frente das casas.
Organizavam-se procissões com tochas e se faziam girar rodas de fogo colina
abaixo e através dos campos, também com o intuito de exorcizar as entidades
negativas que se aproveitavam da maior abertura dos portais astrais nesse
período.
Os
sacerdotes também faziam os participantes realizar danças circulares ao redor
dessas fogueiras mágicas, além de fazê-los saltarem sobre elas, com o intuito
de serem purificados e protegidos das influências negativas e assegurar, em
breve, o renascimento do Sol.
No antigos mitos
gregos, especialmente nas tradições de Elêusis, os solstícios eram chamados de
“Portais” (o solstício de verão era chamado de Portal dos Homens, porque se
venerava a Mãe Natureza, a Virgem Mãe, que alimentava o ser humano com suas
sementes sagradas, e o solstício de inverno era chamado de Portal dos Deuses,
porque era nesse momento que os Deuses do Sol, e depois o Cristo-Sol, desciam à
Terra para salvar a Humanidade).
Os solstícios e os equinócios são altas concentrações de energia
cósmico-solar e os altos Iniciados conheciam o poder regenerativo de tais
datas, por isso criaram-se festejos, fogueiras, rituais, procissões, danças
tântricas e muito mais, em honra ao Cristo Cósmico e à Mãe Divina. Um mesmo
sentimento de amor a Deus sempre foi compartilhado por povos solares, mesmo que
afastados entre si pelas distâncias. Vejamos o caso dos incas, verdadeiros
adoradores de Inti, o Cristo-Sol. Os dois festivais primordiais do mundo
incaico eram o Capac-Raymi (o ano-novo), que tinha lugar em dezembro, perto do
dia 15, e o que era celebrado todo dia 24 de junho, o Inti-Raymi (o Festa do
Sol), na impressionante esplanada de Sacsahuamán, muito perto da cidade de
Cusco.
No mesmo instante da saída do astro-rei, o Inca elevava os braços e
exclamava: “Ó meu Sol, ó meu Sol, ó meu Sol (o aspecto espiritual do Sol, ou
seja, o mesmíssimo Cristo Cósmico dos essênios e gnósticos), envia-nos teu
calor, que o frio desapareça (o frio lunar do Ego)”. Os povos inca, também o
quéchua e o aimara, em êxtase e alegria, seguia o Inca em sua adoração ao Sol
Central durante todo o apogeu do Tahuantinsuyo.
Entre os sagrados druidas havia a celebração céltica do Beltaine (que se
celebrava diversas vezes ao ano). Esse nome significa Fogo de Belenos, ou Belo
Fogo. Durante o Beltaine os sacerdotes-magos acendiam fogos que, depois das
primeiras oferendas em honra a Belenos, ou o Cristo-Sol, faziam passar o gado e
depois as pessoas do povo para purifica-los e defende-los do mal, das
enfermidades e do mau destino. Enquanto passavam perto das fogueiras, os sacerdotes
e sacerdotisas (os druidas e as druidesas) rogavam aos deuses do sol, da
natureza e do fogo para que o ano continuasse sendo frutífero, e para isso
oferendavam o que eles tinham de melhor, ou seja, os primeiros frutos e cereais
que eles colhiam.
Outra das raízes de tão singular noite há que se buscar nas festas
gregas dedicadas ao deus Apolo, que se celebravam no solstício de verão,
acendendo grandes fogueiras de caráter purificador. Os romanos, por sua parte,
dedicavam essas festas também a Minerva, a deusa da Sabedoria, onde tinham o
costume de saltar três vezes sobre as chamas. Os romanos também atribuíam
poderes muito especiais às plantas medicinais que eram colhidas pelas vestais
(sacerdotisas gnósticas adoradoras de Vesta, a deusa do Fogo). O cristianismo
gnóstico foi muito esperto em adaptar tais festividades ditas pagãs e
renomeá-las em seus calendários.
A
Santa Noite de São João Batista:
Esta
é uma data profundamente mágica, em que nenhum Iniciado deve perder as
oportunidades de realizar rituais, missas, práticas mágicas, e até mesmo simples orações
feitas com veneração à Divina Mãe Natura.
Esta é uma noite em
que as numerosas “lendas” fantásticas são unânimes em ensinar que é um período
em que se abrem, de par em par, os invisíveis Portais do “outro lado do
espelho”: o brilho da Luz sobre os lagos encantados… permite-se o acesso às
cidades subterrâneas, aos castelos das mestras do fogo, aos palácios encantados
dos unicórnios e dragões sagrados, libertam-se de suas ataduras as rainhas,
princesas e infantas e suas crianças para que brinquem e passeiem no mundo dos
humanos… afloram aos olhos “daqueles que creem” enxames de raros espíritos e
entidades elementais amparados na obscuridade misteriosa desta noite, tão
comentada pelos iluminados Tritemo, Paracelso e Samael.
As
damas das nuvens, dakinis do mistério tibetano com seus olhos azul-celeste,
olham para a terra e aguardam ternamente o galã que as desposará de forma
santificada. As galinhas de ovos de ouro vêm ao mundo físico para ciscar na
terra sacralizada desta noite mágica. Azrael, o anjo do espelho, passeia na
noite cor azul-chumbo, à espera de conversar com algum sacerdote gnóstico
inspirado. As plantas venenosas perdem momentaneamente seu poder e as
salutíferas multiplicam suas virtudes aos que as colhem amorosamente.
Os djinn misteriosos
das cavernas e das areias gritam e tocam suas cornetas de chifres nos desertos
da Arábia Feliz, chamando os crentes para adorar e sempre relembrar o Todo-Poderoso.
Os meninos dos fetos-machos abrem
seus grandes e brilhantes olhos e observam alegremente os que realizam o ritual
sagrado no exato instante das doze badaladas.
Definitivamente, a atmosfera se carrega com um alento sobrenatural que
impregna cada lugar mágico do planeta. Este é o momento propício para
estremecermos a alma, colocarmos nossos filhos e netos no colo e narrar-lhes
nossos contos, histórias e lendas juninas que saírem de nossa memória.
Na
Noite de São João Batista, se não pudermos realizar nenhum ritual na mata ou no
templo-lumisial, oremos ao patrono cristão desta data, São João, por três vezes
consecutivas: “São João, São João, São João, me dê pão”. E João Batista (o
guardião interno do Selo de Samael) atenderá seu pedido, dando a você o Pão da
Sabedoria…
E no dia seguinte a essa data, deve-se reverenciar a agradecer ao
Cristo-Sol e a seu anunciador, o Batista, pelas bênçãos recebidas. Deve-se
meditar no Cristo João e refletir por que Ele é o guardião do Mundo
dos Elementais, do mundo Jinas, onde floresce a videira do Senhor.