30 de junho de 2012

As 10 Doenças Espiritualmente Transmissíveis:


As seguintes 10 categorizações não se destinam a ser definitivas, mas são oferecidos como uma ferramenta para se tornar consciente de algumas das doenças mais comuns transmitidas espiritualmente.

1. A Espiritualidade Fast-Food: Misture a espiritualidade com uma cultura que celebra a velocidade, a multitarefa e gratificação instantânea e o resultado é provável que seja a espiritualidade fast-food. A espiritualidade fast-food é um produto da fantasia comum e compreensível que o alívio do sofrimento da nossa condição humana pode ser rápida e fácil. Uma coisa é certa, porém: a transformação espiritual não pode ser obtida em uma solução rápida.

2. Falsa Espiritualidade: a espiritualidade do falso é a tendência de falar, vestir e agir como se imagina que uma pessoa espiritual seja. É uma espécie de imitação da espiritualidade que imita a realização espiritual da maneira que o tecido estampado de pele de onça imita a pele genuína de uma onça.

3. Motivações Confusas: Embora o nosso desejo de crescer seja genuíno e puro, muitas vezes ele se confunde com motivações menores, incluindo o desejo de ser amado, o desejo de pertencer, a necessidade de preencher nosso vazio interno, a crença de que o caminho espiritual removerá o nosso sofrimento e ambição espiritual, o desejo de ser especial, de ser melhor do que, para ser "o único".

4. Identificando-se com Experiências Espirituais: Nesta doença, o ego se identifica com a nossa experiência espiritual e a toma como sua própria, e nós começamos a acreditar que estamos incorporando insights e idéias que surgiram dentro de nós em determinados momentos. Na maioria dos casos,isso não dura indefinidamente, embora tenda a perdurar por longos períodos de tempo para aqueles que se julgam iluminados e / ou que trabalham como professores espirituais.

5. O Ego Espiritualizado: Essa doença ocorre quando a própria estrutura da personalidade egóica se torna profundamente integrada com conceitos espirituais e idéias. O resultado é uma estrutura egóica, que é "à prova de bala." Quando o ego se torna espiritualizado, somos invulneráveis a ajudar, uma nova entrada, ou comentários construtivos. Nos tornamos seres humanos e impenetráveis e estamos tolhidos em nosso crescimento espiritual, tudo em nome da espiritualidade.

6. Produção em Massa de Professores Espirituais: Há uma série de atuais tradições espirituais da moda , que produzem pessoas que acreditam estar em um nível de iluminação espiritual, ou mestria, que está muito além de seu nível real. Esta doença funciona como uma correia transportadora espiritual: coloca este brilho, leva àquele insight, e - bam! - Você está iluminado e pronto para iluminar os outros de maneira similar. O problema não é aquilo que tais professores ensinam, mas que representam a si próprios como tendo realizado a mestria espiritual .

7. Orgulho Espiritual: O orgulho espiritual surge quando o profissional, através de anos de esforço trabalhado efetivamente alcançou um certo nível de sabedoria e que usa esse conhecimento para se desligar a novas experiências. Um sentimento de "superioridade espiritual" é outro sintoma desta doença transmitida espiritualmente. Ela se manifesta como uma sensação sutil de que "Eu sou melhor, mais sábio e acima dos outros porque sou espiritual".

8. Mente de Grupo: Também conhecido como o pensamento grupal, mentalidade de culto ou doença ashram. A mente de grupo é um vírus insidioso que contém muitos elementos tradicionais da co-dependência. Um grupo espiritual faz acordos sutis e inconscientes sobre as formas corretas de pensar, falar, vestir e agir. Indivíduos e grupos infectados com o "espírito de grupo" rejeitam indivíduos, atitudes e circunstâncias que não estão em conformidade com as regras, muitas vezes não escritas do grupo.

9. O Complexo de Povo Escolhido: O complexo de pessoas escolhidas não se limita aos judeus. É a crença de que "O nosso grupo é mais poderoso, iluminado e evoluído espiritualmente, e simplesmente colocado, melhor do que qualquer outro grupo." Há uma distinção importante entre o reconhecimento de que alguém encontrou o caminho certo, p professor, ou comunidade para si, e tendo encontrado aquele, O Único.

10. O Vírus Mortal: "Eu Cheguei": Esta doença é tão potente que tem a capacidade de ser terminal e mortal para a nossa evolução espiritual. Esta é a crença de que "Eu cheguei" na meta final do caminho espiritual. Nosso progresso espiritual termina no ponto em que essa crença se cristalizou em nossa psique, no momento em que começamos a acreditar que chegamos ao fim do caminho, um maior crescimento cessa.

"A essência do amor é a percepção", de acordo com os ensinamentos de Marc Gafni, "Portanto, a essência do amor próprio é a auto percepção Você só pode se apaixonar por alguém que você pode ver claramente ? incluindo a si mesmo. Amar é ter olhos para ver. É só quando você se vê claramente que você pode começar a se amar ".

É no espírito dos ensinamentos de Marc que eu acredito que uma parte crítica do discernimento da aprendizagem no caminho espiritual é a descoberta da doença generalizada do ego e auto-engano que está em todos nós. Ou seja, é quando precisamos de um senso de humor e do apoio de amigos espirituais reais. À medida que enfrentamos nossos obstáculos para o crescimento espiritual, há momentos em que é fácil cair em um sentimento de desespero e auto diminuição e perder nossa confiança no caminho. Precisamos manter a fé em nós mesmos e nos outros, a fim de realmente fazer a diferença neste mundo.


Por Mariana Caplan, Ph.D.
Adaptado de Eyes Wide Open (Olhos Bem Abertos): Cultivando o Discernimento no Caminho Espiritual (True Sounds)

29 de junho de 2012

A FUNDAÇÃO DA GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA (GLUI):



Uma vez fundada a Grande Loja de Londres em 24.06 l7l7, como já se sabe da história da Ordem, que ocorreu na Cervejaria do Ganso e da Grelha( The Goose and Gridiron), onde se reuniram alem de uma Loja com o mesmo nome, mais três a saber: A Coroa (The Crown); A Macieira( The Apple) e a O Copázio(copo grande, copaço) e as Uvas( The Rummer and Grappes) Elegeram como primeiro Grão-Mestre o Irmão Sir. Antony Sayer. As três primeiras Lojas foram constituídas de maçons operativos e a quarta a do Copázio e das Uvas foi constituída por homens eminentes, nobres e entre eles o Reverendo James Anderson,que escreveria em l723 o famoso Livro das Constituições (Livre des Constituitones), mais conhecido como Constituições de Anderson. Era nessa época uma Maçonaria de apenas dois graus. Não havia o grau de mestre, havia o cargo de Mestre da Loja O grau de Mestre foi introduzido na Maçonaria em l725 e definitivamente incorporado em l738. Em 11.05.l725 teriam sido elevados ao grau de Mestre os dois primeiros maçons na história da Ordem: Papillon Bul e Charles Cotton. Interessante que, os primeiros Grão-Mestres da Maçonaria no mundo eram Companheiros e não Mestres.


Entretanto, apesar desta iniciativa da Maçonaria Inglesa, fundando a que seria a primeira potência maçônica, a Grande Loja de Londres, a sua influência na Inglaterra durante muito tempo, foi relativa pois uma grande parte das lojas inglesas em respeito aos antigos costumes onde os “Maçons livres em Lojas livres” predominavam, não queriam saber de novidades, principalmente em função do já conhecido conservadorismo inglês. O principal foco de resistência foi a velha Loja do condado de York. Os Maçons de muitas lojas teimavam em não seguir não só a uma organização obedencial, bem como eram refratários às inúmeras alterações que foram introduzidas sendo por esta razão chamados de Antigos e evidentemente os Maçons da Grande Loja de Londres eram chamados de Modernos.

Em l725 na cidade de York foi fundada a Grande Loja se autoproclamando Grande Loja da Inglaterra. Cessou suas atividades mais ou menos l740.

Em l75l foi fundada uma Grande Loja dos Antigos, formada de maçons irlandeses que haviam sido impedidos de pertencer às lojas inglesas. O maçom que mais se bateu contra os Modernos foi o irlandês Lawrence Dermott, publicando em l756 as Constituições da Grande Loja dos Antigos sob o título Ahiman Rezzon( Ahim quer dizer Irmãos: manah, escolher e ratzon, lei) Ele afirmava que os Antigos deveriam ser chamados de Maçons de York porque a primeira Grande Loja da Inglaterra havia sido reunida em York em 926 pelo príncipe Edwin. Entretanto, sabemos que se trata de uma lenda e não da realidade maçônica inglesa dos séculos XVII e início do XVIII.

Somente em l76l, foi reativada a Grande Loja de York, ligada à cidade do mesmo nome, com a seguinte sigla: Grande Loja de toda a Inglaterra( The Grand Lodge off all England). Os maçons desta Grande Loja criticavam a Grande Loja de Londres por ter esta realizado muitas alterações a saber: mudaram as formas de reconhecimento nos graus na Maçonaria, retiraram as orações dos procedimentos; descristianizaram o ritual, omitiram os Dias Santos, mudaram a forma de preparação do candidato; enxugaram o ritual, deixando de dar as instruções como até então eram ministradas; cortaram a leitura dos Antigos Deveres nas Iniciações; retiraram a Espada durante as Iniciações, mudaram o antigo método de arrumar a loja e também alterações e mudança na função dos diáconos, colocaram o Altar dos Juramentos no centro da loja, alem de outras alterações.

Uma outra Grande Loja, a quarta, apareceu na Inglaterra em l777 por ocasião da cisão havida na Loja Antiquity, quando parte da Loja acompanhou o grande maçom Willian Preston, separando-se da Grande Loja de Londres, porem voltando daí há onze anos em l788 à Potência de origem. Willian Preston, grande palestrante e compilador dos então catecismos maçônicos., ele teria sido o primeiro maçom a dar o significado simbólico às ferramentas de trabalho dos operários da construção.

De fato, a Grande Loja de Londres, imprimiu um tipo de catecismo(não se chamava ritual naquela época), introduzindo uns procedimentos e retirando outros, mais no sentido de atualização e renovação. Criaram um Ritual muito parecido com o atual Rito de York Americano.


Quanto aos maçons do condado de York e os outros que se opunham às modificações implantadas pela Grande Loja de Londres praticavam um ritual parecido ao que Samuel Prichard de maneira perjura, publicou num jornal de Londres em 10 de Janeiro de l730 de dois graus. Eram conservadores e não admitiam modificações em hipótese alguma.

Entretanto, a Maçonaria Inglesa chegou à conclusão que tanta divergência não levaria a Ordem a lugar algum, já em l794 os dois Grão-Mestres rivais solicitaram ao Duque de Kent que intermediasse um acordo entre as duas Potências, no sentido de uma unificação. Em l809, a Grande Loja de Londres constituiu uma Loja de Promulgação ou Reconciliação, com a finalidade de estudar a fundo o problema. Esta Loja chegou a conclusão após estudos que se poderia atender a todos os interessados, principalmente no tocante ao Ritual, isto é cederiam em favor dos Antigos em parte, suas maiores reivindicações.

Em l8l3 por coincidência dois nobres, irmãos de sangue eram os Grão-Mestres das duas Potências adversárias, o Duque de Sussex da Grande Loja de Londres e o Duque de Kent, Grão-Mestre da Grande Loja de toda a Inglaterra. Assim, em 27.de Novembro daquele ano, foi assinado um tratado com 3l artigos sacramentando a união de ambas as Obediências. Não foi lavrada ata, para se salvaguardar o segredo maçônico e o Duque de Kent propôs que seu irmão o Duque de Sussex fosse o primeiro Grão Mestre da nova Potência que passou a se chamar Grande Loja Unida da Inglaterra, nome este que permanece até a presente data.

 A partir daí a Maçonaria Inglesa entrou numa fase de paz e tranqüilidade. Acresça-se que apesar de terem chegado a um acordo acabou prevalecendo em quase 80% das práticas adotadas pelos Antigos. Há na Inglaterra uma certa tolerância, pois existem algumas pequenas diferenças nas práticas ritualísticas perfeitamente aceitas sem que isto venha a ser enxertos, invenções, adendos consistindo apenas em tradições sem constituir problemas entre os maçons ingleses, cuja mentalidade é bastante diferente da nossa, já que temos uma capacidade de inventar muito grande.


O RITO (TRABALHO) NO BRASIL E SÍNTESE DA HISTÓRIA DO RITO NO PAÍS:

Se vasculharmos detidamente os rituais ingleses notaremos que não existem alguns termos os quais foram traduzidos para o português aqui no Brasil de forma inadequada, e que acabaram sendo usados incorretamente e até se tornarem erradamente tradicionais. Em realidade não existe o Rito de York Inglês. Existe sim, o Rito de York Americano que nada tem a ver com sistema ritualístico inglês. O sistema Inglês de Ritualística tem o nome de Arte Maçônica (Craft Masonry) Não encontramos os termos Rito de York (York Rite), e nem o Rito de Emulação(Emulation Rite).

Existem os nomes de Ritual de Emulação(Emulation Ritual) e Trabalho de Emulação
( Emulation working).

A partir de l871 foi criado um ritual denominado “ The perfect Cerimonies of Craft Masonry” ( Cerimônias Exatas da Arte Maçônica), impresso pela “A Lewis, Publishers” de Londres.

Existe o termo Emulation( Emulação), ligado a uma Loja a “Emulation Lodge of Improvement” (Loja Emulação de Melhoramento)fundada em l823,verdadeira escola de maçonaria onde são dadas instruções por preceptores que ensinam o ritual aos Irmãos, que existe e funciona até a presente data.

Se formos usar o nome do sistema maçônico inglês corretamente deveríamos nos referir a este Rito como Trabalho de Emulação, e Ritual de Emulação aos procedimentos ritualísticos, porque em realidade na Inglaterra, o que nós chamamos de Rito de York, conforme já frisamos lá não existe tal expressão. Lá os maçons se dizem pertencer à Craft Masonry e não a um Rito, como aqui no Brasil. Craft significa oficio ou arte. Costumam dizer que pertencem ao Oficio Maçônico e não a um Rito.

O sistema inglês de Maçonaria entrou no Brasil através da “ Orphan Lodge” no Rio de Janeiro em 28.06.l837. Em 2l.09.l839 também no Rio de Janeiro, foi fundada a “St.Jonh’s Lodge” e a terceira Loja foi a “Southern Cross Lodge” em Recife que recebeu a Carta Constitutiva ou Carta Patente em 25.04.l856. Todas estas Lojas receberam autorização diretamente, isto é, a Carta Patente da Grande Loja Unida da Inglaterra. Não tinham quaisquer vínculos com a Maçonaria Brasileira. Estas lojas tiveram existência efêmera. mas marcaram oficialmente o contato do Brasil com o sistema ritualístico inglês. A última delas a abater colunas foi a“Southern Cross Lodge” em l872 ou l873.

O Grande Oriente do Brasil ao Vale dos Beneditinos,depois Grande Oriente Unido (dissidente do GOB) fundado em 09.l1.l863 por Saldanha Marinho fundou três lojas, pelo sistema americano, onde o Rito usado tem realmente o nome de Rito de York, sem relação com o sistema inglês. Foram elas: a Loja “Vesper” no Rio de Janeiro em 30.ll.1872 a “Washington Lodge” em Santa Barbara do Oeste -Sp. onde imigraram americanos após a Guerra Civil Americana e a “Lessing” em Santa Cruz do Sul no Rio Grande do Sul em 22.03.l880.

Entretanto a primeira loja de origem inglesa fundada sob os auspícios de uma Potência no Brasil foi a Loja “Eureka” em 21.10.l891 pelo GOB.

Em 21.l2.l9l2 o Grande Oriente do Brasil assinou um tratado com a Grande Loja Unida da Inglaterra, onde houveram dois textos, um em português, onde foi traduzido como “Grande Capítulo do Rito de York” e no inglês como “Grand Conseil of Craft Masonry in Brazil”, cuja tradução correta seria “ Grande Conselho do Ofício Maçônico no Brasil”, evidentemente se referindo à Maçonaria Simbólica. No brasão emblemático, estão inseridas as letras G.C.C.M. na parte superior e Brasil com “z” na parte inferior.


As lojas componentes deste Grande Conselho, ou Grande Capítulo como querem os brasileiros foram:

“Eureka Lodge ” nº.440 - Rio de Janeiro Fundada em 22.10.189l

“Duke of Clearence”nº.443- Salvador Bahia Fundada em10.10.1892

“Morro Velho Lodge”nº. 648- Nova Lima-Mg. Fundada em 20.03.1899

“Lodge of Unity” nº.792– São Paulo –Sp Fundada em 22.09.1902

“St. George’s Lodge” n.8l7 – Recife – Pe Fundada em30.06.1904

“Lodge of Wanders” nº 856 – Santos – Sp. Fundada em 05.09.1907

“Eduardo VII Lodge”nº903 – Belém – Pa. Fundada em 10.11.1911

A última Loja, a sétima, foi fundada para que se pudesse criar o Grande Capítulo, ou Grande Conselho. Outras Lojas vieram a fazer parte deste Corpo, como a “Campos Salles Lodge”;nº966 em São Paulo -Sp.; “Lodge of Friendship”nº.975 em Niterói- RJ; “ Centenary Lodge” nº.986 em São Paulo -Sp.; “Royal Edward Lodge” nº l.096 no Rio de Janeiro.


Em 06.05.l935 estas Lojas passaram a fazer parte de uma Grande Loja Distrital, já que as Lojas juridiscionadas à Grande Loja Unida da Inglaterra fora do Reino Unido são agregadas em Distritos. A Grande Loja Distrital no Brasil ( hoje, Grande Loja Distrital para a América do Sul –Divisão-Norte) teve a anuência do Grande Oriente do Brasil para esta situação, já que a maioria dos membros destas Lojas era de origem inglesa. E alem do mais em troca, interessava e muito ao GOB o reconhecimento formal da Grande Loja Unida da Inglaterra. Cessava assim as atividades do Grande Capítulo ou Grande Conselho, como seria o nome correto. Esta Entidade não conferia graus, não se tratava de um Corpo de graus superiores, já que estes não existem neste sistema ritualístico. Foi criada mais para se tratar de assuntos administrativos.

Em l920, o Irmão Joseph Thomas Wilson Sadler do quadro da Loja “Lodge of Unity” de São Paulo, baseado na Edição de l9l8 do Ritual “ The Perfect Cerimonies of Craft Masonry” fez uma tradução do Ritual inglês para o português com a aprovação da Grande Loja Unida da Inglaterra. Ele usou corretamente a expressão “ Cerimônias Exatas da Arte Maçônica” e não mencionou a expressão Rito de York.

Em l976 foi reimpresso o Ritual de l920, e aí apareceu a expressão “Rito de York”, que aliás já vinha sendo usado há muito tempo, consagrando assim definitivamente no Brasil, um nome que não existe no sistema inglês, quando se sabe que lá na Inglaterra este Trabalho (Rito) não tem esta denominação. Como todos os Rituais usados atualmente pelos brasileiros estão baseados nesta tradução, e como foi inserido em l976 o termo Rito de York, ainda que de forma incorreta, tornar-se-á- muito difícil após muitos anos se desfazer deste erro que já se tornou corriqueiro e de uso geral.

A versão feita pelo Irmão Sadler tem incorreções com relação à tradução, se bem que poucas, porem um dos maiores erros deste Ritual foi colocarem o V:.M:.e demais Oficiais com os três pontinhos, quando sabemos que eles não existem no sistema ritualístico inglês. O correto seria V.M., conforme abreviamos as palavras na língua portuguesa.

Atualmente esta tradução foi copiada pelas demais Potências o seu diálogo usado em todo Brasil, é praticamente o mesmo mas existem dificuldades com relação a liturgia, a qual os ingleses fazem questão, quem sabe, com muita razão de esconde-la. Não ligam muito se outros povos praticam ou não seu sistema, a não ser os do Commonwealth. E os brasileiros, são useiros e vezeiros em “escocesar ”qualquer sistema quer inventando quer enxertando procedimentos. Há dificuldade aqui no Brasil em se freqüentar as Lojas Distritais inglesas, já que poucos Irmãos entendem a língua inglesa. Aprendemos alguma coisa com Irmãos brasileiros que freqüentam tais lojas, bem como com Irmãos que pertencem à Potências reconhecidas pela Grande Loja Unida da Inglaterra e que freqüentem lojas na Inglaterra quando de passagem por aquele país.



COMO É PRATICADA A MAÇONARIA NA INGLATERRA:

A Maçonaria Simbólica inglesa é totalmente controlada pela Grande Loja Unida da Inglaterra, sendo que lá como já referimos, não se fala em Ritos e sim de em um conjunto de procedimentos ritualísticos maçônicos; chamados Trabalhos. No caso o Trabalho de Emulação que é o Trabalho predominante,( cerca de 85%) tem um Ritual chamado Ritual de Emulação (Emulation Ritual)

A Grande Loja Unida da Inglaterra no entanto, reconhece outros tipos de Trabalhos a saber:

Taylor Working, Bristol Working, Lewis Working, West End Working, Stability Working, Universal Working, alem de outros tipos de Trabalhos menos divulgados. Todos estes tipos de Trabalhos são muito parecidos com o Emulation Working. Talvez o mais diferenciado seja o Bristol Working, no qual o Venerável usa um tipo de chapéu chamado “cocked hats” muito usado na marinha inglesa. Neste Trabalho as cerimônias também são um pouco diferentes.

O Trabalho de Emulação tem uma extensão do terceiro grau, que não chega a ser um novo grau chamado Santo Arco Real. Não se trata em absoluto de um grau superior, porem tem uma ritualística própria. Ele é freqüentado pelos Past-Masters. Não confundir o Santo Arco Real do sistema inglês com o Corpo de Graus Superiores do sistema americano( Rito de York Americano). conhecido como Real Arco que tem vários graus. Esta história de que o Santo Arco Real inglês não é um grau, se bem pensada, não é bem assim . Não é um grau porque eles não querem que seja, pois se comporta como se fosse um grau, pois tem até um ritual especial. Esta é a verdade.

A Grande Loja Unida da Inglaterra que se julga a Loja-Mãe do mundo e se dá o direito de reconhecer ou não outras Obediências Simbólicas ou seja, Grande-Orientes e Grandes Lojas, onde é inflexível em seus critérios de reconhecimentos, no entanto, não cogita, não proíbe, não tem tratados, não interfere com relação aos chamados Graus Superiores. Simplesmente, ignora-os. Seu poder total se refere tão somente aos graus simbólicos.

Qualquer membro de um dos Trabalhos quer seja o de Emulação, Bristol West End e etc., poderá buscar caso queira, graus superiores, em outros Ritos outras Ordens, ou GRAUS PARALELOS como lá são chamados, por exemplo no Rito Escocês Antigo e Aceito ou mesmo no Real Arco do Rito de York Americano ou em qualquer outro sistema de Graus Superiores, desde que não interfira na parte Simbólica.

Na Inglaterra e País de Gales existe um Supremo Conselho 33 do Rito Antigo e Aceito( Ancient and Accepetd Rite- Supreme Council 33 ) fundado em 1845. Não leva o nome de Escocês mas não é outro senão o nosso já por demais conhecido Rito Escocês Antigo e Aceito.

Os Irmãos poderão também ingressar na Ordem do Monitor Secreto- Grande Conselho( Order of the Monitor.

Ainda existem outros tipos de Maçonaria de Graus Superiores como por exemplo, a Ordem dos Sacerdotes Cavaleiros Templários do Sagrado Arco Real – Grande Colégio- (Order of Holy Royal Arch Knight Templar Priests) e ainda na Ordem da Cruz Vermelha de Constantino e Ordens Correlatas (Order of Red Cross of Constantine and appendant Orders).


Existem outros GRAUS PARALELOS que merecem ser citados:

- Grande Loja de Mestre da Marca – Mestres de Marca - 
( Grand Lodge of Mark Masters- Mark Degree).

- Graus de Nauta da Arca Real ( Royal Arch Mariner Degree).

- Ordem dos Reais e Seletos Mestres- Grande Conselho-( Order of- Royal and Select Masters).
 ■
Ordem dos Graus Maçônicos Aliados- Grande Conselho
 ( Order of Allied Masonic Degrees)
 ■
Honorável Sociedade de Maçons Livres, etc.
 ( Worshipful Society of Free Masons etc.)


PECULIARIDADES DO TRABALHO DE EMULÇÃONO RITUAL DE EMULAÇÃO:

Nomearemos as principais peculiaridades de forma aleatória

Uma Loja deste Trabalho (Rito) tem personalidade jurídica. Por esta razão ela tem que ter um Estatuto registrado em cartório como se fora uma sociedade civil e um Regimento Interno para fins eminentemente maçônicos. Os assuntos administrativos jamais poderão ser discutidos em Loja aberta, porque eles fazem parte de uma sociedade civil. Numa reunião administrativa até Aprendizes votam. Porem em Loja aberta só os Mestres poderão votar.

Há uma certa tolerância nos procedimentos ritualísticos, sem que isto ocasione invenções , enxertos, ou adendos, pois existe a tradição nas Lojas que não é alterada.

As jóias do Trabalho de Emulação são prateadas e não douradas.

O sinal de Ordem é um pouco diferente dos demais Ritos, e no passo o calcanhar do pé direito se encaixa na concha do pé esquerdo.

A decoração de uma Loja neste Rito é muito simples. A Loja está situada num plano só. Não existe balaustrada. As colunas “J” e “B” estão situadas fora do Templo. O nome da mesa do Venerável Mestre ( Mestre da Loja) e dos Vigilantes é Pedestal e é de forma quadrangular, muito simples e pequena sem aquela série de símbolos e papeis que existem em outros Ritos. Existe três castiçais, também chamados também de tocheiros de mais ou menos l,20 m de altura, colocados á direita do pedestal do Venerável e dos Vigilantes onde no seu topo é acesa uma vela própria.


A porta do templo é lateral localizada no canto noroeste da Loja.

Toda sessão regular é precedida de uma procissão própria do Rito para dar entrada ao Venerável e os Vigilantes. Ídem, para Autoridades.

As Três Grandes Luzes são: O Livro das Sagradas Escrituras, o Esquadro e o Compasso. As Luzes Secundárias são: O Sol ( 2º Vigilante) governa o Dia, a Lua( 1º Vigilante) governa a Noite e o Venerável Mestre (Mestre da Loja) que dirige a Loja.

Existem símbolos tais como a Corda, a Régua de 24 Polegadas, o Esquadro o Maço e o Escopro(cinzel).


Os símbolos contidos no Tracing Board of First Degree ( Tábua de Delinear do 1º grau) que em outros Ritos chama-se painel Nesta representação em forma de um quadro pintado, encontramos as Colunas Dórica Jônica e Corintia, o Sol, a Lua cheia (não em quarto crescente), o Círculo com um ponto central; a Escada de Jacó com as três virtudes, Fé Esperança e Caridade. E ainda esta Tábua de Delinear nos explica o interior de uma Loja que é composto de Ornamentos que são o Pavimento Mosaico que é em xadrez (e não em diagonal), a Estrela Brilhante de sete pontas (Blazing Star) e a Moldura Denteada ou Marchetada, oMobiliário da Loja composto do Volume do Livro Sagrado, o Esquadro e o Compasso e as Jóias . As Jóias Móveis são o Esquadro o Nível e o Prumo e as Jóias Imóveis são a Tábua de Delinear, Pedra Bruta e Pedra Esquadrada. Ainda temos o Lewis( pronuncia-se lu-is ou li-uis) que seria um tipo de luva de ferro em secções com cunhas ajustáveis e expansíveis utilizadas pelos pedreiros para engatar a auxiliar os grandes levantamentos. Seria uma ferramenta que levanta grandes pesos com pouca força.

As colunetas jônica dórica, e coríntia, representação em miniatura das colunas do Tracing Board(Planta de Delinear) estão em cima dos Pedestais Em Loja aberta coluneta dórica em cima do pedestal do 1º Vigilante permanece em pé e a coríntia deitada no pedestal do 2º Vigilante Loja fechada é contrário.

O ritual deverá ser decorado ou memorizado. Não poderá ser lido em Loja. O Paster Master Imediato poderá permanecer com o Ritual aberto para “dar o ponto” e dar uma ajuda para algum esquecimento.

A dinâmica de uma sessão é a seguinte: Abertura da Loja e apresentação da Carta – Patente ao Secretário.


Leitura pelo Secretário e confirmação da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia.

Quaisquer assuntos de interesse da Loja.

Levantamentos. Existem três, mas o Mestre da Loja poderá engloba-los num só.

Encerramento ritualístico da Loja

Com relação aos três levantamentos, estes são os três momentos em que o Venerável põe à disposição dos Irmãos o uso da palavra a saber


1º Levantamento para assuntos da Ordem Maçônica Universal e Instrução do Grau.

No primeiro levantamento se houver alguma proposta, mensagem ou Decreto do Grão-Mestre para ser lido, o Diretor de Cerimonial pedirá que todos fiquem de pé e á Ordem.

2º Levantamento para assuntos da Obediência, da Loja e Expediente de Secretaria.

3º Levantamento para assuntos pessoais e da bem-querença entre os Irmãos.

Quando o Venerável Mestre(Mestre da Loja) estiver ausente ele será substituído pelo PMI e não pelo Primeiro Vigilante.

A marcha é sempre iniciada rompendo-se com o pé esquerdo. Nas cerimônias em Loja aberta para qualquer Irmão transitar em Loja, será obrigatório o Esquadramento. Nenhum Irmão poderá caminhar sozinho, ele deverá ser acompanhado pelo Diretor de Cerimonial ou 2º Diácono. Este caminhar chama-se perambulação.


Esquadramento: Entende-se que quando um canto da Loja seja alcançado pela perambulação, será dado um quarto de volta à direita havendo uma pausa momentânea, prosseguindo-se a seguir,a caminhada em nova direção sempre rompendo com o pé esquerdo do Diretor de Cerimonial e o Irmão que estiver perambulando, ambos de braços dados através do membro superior direito do Irmão com o membro superior esquerdo do Diretor de Cerimonial Quando uma Loja está esquadrada, os cantos não são cortados nem contornados.
 
Os avental de Aprendiz é todo branco e deve manter-se de abeta abaixada. O de Companheiro é branco com duas rosetas azuis nos ângulos de baixo. O de Mestre é branco, orlado e na parte inferior com fita azul celeste de no máximo cinco centímetros
 
Os cargos eletivos são: o Venerável Mestre, o Tesoureiro e Guarda Externo. O demais cargos serão nomeados pelo Venerável Mestre(Mestre da Loja)
 
Nos Rituais ingleses existe o termo W.M. que significa Worshipul Master que é mais um tratamento especial ou seja, Honorável ou Venerável Mestre, porem a sua função em Loja é Mestre da Loja, mas, com o tratamento ritualístico de Venerável Mestre pelo menos é a tradição na Inglaterra.
 
Não existe disputa para os cargos eletivos. Há uma ordem natural para os cargos exercidos para que um Irmão se torne Venerável Mestre(Mestre da Loja), a saber: Guarda Interno, Segundo Diácono, Primeiro Diácono, Segundo Vigilante e Primeiro Vigilante. Um Irmão poderá saber cinco anos, que será o Mestre da Loja.
 
Haverá sempre uma cadeira vazia ao lado direito do Venerável Mestre(Mestre da Loja) a qual é do Grão-Mestre. Ninguém mais poderá sentar-se nesta cadeira.
 
Somente o Grão- Mestre e o Venerável Mestre(Mestre da Loja) poderão falar sentados. Os demais Irmãos deverão falar de pé dando o passo e à Ordem.
 
Existe somente um Livro de presenças para os Membros da Loja e para os Visitantes, sendo que os Membros da Loja assinarão primeiro e os Visitantes a seguir.
 
Existe apenas um Livro de Atas. Se uma Loja realizar uma Sessão de Mestre, ela terá que automaticamente ser aberta no grau de Aprendiz, passar para o grau de Companheiro e a seguir para grau de Mestre. Uma vez, havendo o procedimento no grau de Mestre, a sessão voltará para uma sessão de Companheiro e finalmente para Aprendiz. Como a Ata é para Sessão ritualística, não há registro de assuntos secretos.
 
O Volume das Sagradas Escrituras na Inglaterra é a Bíblia. Não existem outros livros sagrados no Rito o qual é teísta feito tão somente para a Maçonaria de irmãos cristãos. Entretanto, como a Grã-Bretanha é constituída pelo Commonwealth (Comunidade Britânica) que atualmente congrega cinquenta e oito países, é lógico que por Volume da Lei Sagrada, os ingleses povo muito politizado toleram o livro sagrado da religião de cada país.
 
A Loja deverá realizar três sessões mensais a saber: a) Loja Aberta – Ritualística

b) Administrativa somente para assuntos da Sociedade Civil c) de Instrução.

 
As sessões ritualísticas em Loja Aberta são: Iniciação, Passagem, Elevação, Instalação do Mestre da Loja e Consagração ou Dedicação do Templo. Não existem Sessões magnas ou especiais. Todas são regulares.


O QUE NÃO EXISTE NO TRABALHO DE EMULAÇÃO:

 Não existe nada relacionado à Alquimia, Esoterismo, Rosacrucismo, Martinismo Cabala ou qualquer ramo do ocultismo.

Não existe Altar dos Juramentos. Os compromissos são tomados no próprio Pedestal do Venerável. Existe um tamborete ou genuflexório para o candidato ajoelhar-se.

O uso do chapéu é desconhecido no Ritual de Emulação.

Não existem decorações no teto a não ser a letra “G” suspensa no centro do Templo.

Não existe dossel em cima do pedestal ou cadeira do Venerável.

Não existem os Altares das Luzes que neste Rito chamam-se como já dissemos Pedestais.

Não existe Bateria com as mãos. Existe o bater dos malhetes, cujas batidas serão específicas para cada grau. Chama-se batida de malhetes e não bateria.

Não existe Bolsa de Propostas e Informações.

Não existe o Balandrau. Em todas as sessões, o traje é preto ou escuro com gravata preta.

Não existe a Cadeia de União.

Não existe Câmara das Reflexões.

Não existe consagração do candidato pela Espada e Malhete.

Não existe a Corda de 8l nós.

Não existem Colunas Zodiacais.

Não existe certificado de presença. Se o visitante o exigir, o Secretário da Loja enviará uma carta para a Loja a qual pertence o Irmão informando que ele esteve presente à reunião.

Não existe Culto ao Pavilhão Nacional.

Não existem Espadas, a não ser a Espada do Guarda Externo. Não existe a Espada Flamígera ou Flamejante.

Não existem Graus Superiores. Existe o Santo Arco Real, que é uma espécie de extensão do Terceiro Grau, que não é considerado como um grau, apesar de possuir um ritual especial, cuja ritualística trabalha com os verdadeiros segredos do Terceiro Grau, sendo que no Terceiro Grau comum, estes segredos são substituídos.

Não existe o giro da palavra pelas colunas. A palavra é solicitada diretamente ao Venerável Mestre.(Mestre da Loja).

Não existem os Livros preto e amarelo.

Não existe a prova dos quatro elementos. Terra,Ar, Água e Fogo.

Não existe a Sala dos Passos Perdidos. O local que precede a Loja, chama-se ante-sala.

Não existe a Palavra Semestral. Para atender as normas da Potência o Venerável Mestre (Mestre da Loja) a transmitirá discretamente sem ritualística após a sessão, a quem quiser conhece-la.

Não existe a transmissão da Palavra Sagrada na ritualística de abertura ou fechamento da Loja.


Desde l986 A Grande Loja Unida da Inglaterra aboliu dos Rituais as penalidades mencionadas nos juramentos das Iniciações. Agora são apenas lembradas que antigamente existiam tais penas caso o candidato fosse perjuro.

Não existe a separação física entre o Ocidente e o Oriente. Não existe o gradíl ou grade, nem existem desníveis ou degraus, entre estas duas partes da Loja. A Loja é muito simples situada num plano só.

Não existe a Taça Sagrada ou Cálice da Amargura.

Não existe o Tríplice Abraço.

Não existem os três pontinhos nas assinaturas, nas abreviações Os três pontinhos são desconhecidos neste Rito. As abreviações são como na escrita comum, por exemplo: Venerável Mestre V.M.

Não existem os termos Prancha de arquitetura, peça de arquitetura, balaustre, Existem no Trabalho de Emulação as palavras Expediente, Palestra ou Conferência, Ata e o termo usado para a redação da Ata é registro.


OFICIAIS DA LOJA

Venerável Mestre(Mestre da Loja)

1º Vigilante

2º Vigilante

Tesoureiro

Secretário

1º Diácono

2º Diácono

Guarda Interno

Guarda Externo

Capelão

Diretor de Cerimonial

Esmoler (*)

Organista (*)

Mordomo (*)

Administrador de Caridade(*)

Assistente de Secretário(*)

Assistente de Diretor de Cerimonial.(*)

(*) São considerados cargos facultativos


Não existem os cargos de Orador, Chanceler, Expertos, Porta- Bandeira, Porta Estandarte e Porta-Espadas

Para que não se confunda o sistema maçônico americano com o inglês que acabamos de demonstrar em suas principais características enumeraremos os graus do Rito de York americano sendo que, este sim é o Rito de York, o autêntico que, tanta confusão se faz a respeito, quando grande parte dos maçons brasileiros chamam o Trabalho de Emulação de Rito de York, quando na realidade o Rito de York é como dissemos, americano e por sinal é muito deferente do inglês.

Segundo o “Educational Bureau General Grand Chapter” R.A.M. de Lexington- Kentucky –EE.UU. o Rito de York americano está dividido em quatro partes:

Primeira Parte – Lojas Azuis

1 –Aprendiz ( Entered Apprentice)

2 -Companheiro (Fellowcrfat)

3 – Mestre ( Master Mason)


Segunda Parte – Capítulos do Real Arco

4 –Mestre da Marca (Mark Master)

5 –Mestre Passado (Paster Master)

6 –Mui Excelente Mestre (Most Excellent Master)

7 –Maçom do Real Arco ( Royal Arch Mason)


 Terceira Parte – Conselho de Mestres Reais e Escolhidos 
( Maçonaria Críptica ou secreta)

8 –Mestre Real ( Royal Master)

9 –Mestre Escolhido (Select Master)

l0-Super Excelente Mestre (Super Excellent Master)


Quarta Parte – Conselho dos Cavaleiros Templários

11–Ordem da Cruz Vermelha ( Order of Red Cross

12-Ordem de Malta ( Order of Malta_)

13-Ordem do Templo ( Order of the Temple)



BIBLIOGRAFIA:

LIVROS

O Rito de York ( Emulation Rite) Anatoli Oliynik Curitiba l997.

Rito & Rituais (Volume 1) Francisco de Assis Carvalho –

Editora “ A Trolha” Ltda –Londrina -1993

ARTIGOS EM REVISTAS

Joaquim da Silva Pires - “Comentários sobre o suposto “Rito de York” “A Trolha”

Publicados em diversos artigos em 1.997-1998

José Castellani “Rito de York” “A Trolha” nº55 Maio 1991

José Castellani “Primórdios do Rito de York no Brasil” “O Prumo” nº 101

de Abril e Maio l995

João Guilherme C.Ribeiro comentando o livro “A Reference Book for Freemason”

de Frederick Smith na Revista “Engenho & Arte”

 ARTIGOS PUBLICADOS NA “BIGORNA”

Kurt Prober “ A Bigorna” nº 21 – Junho – l984

Kurt Prober “ A Bigorna” n°35 - Maio l985

Kurt Prober “ A Bigorna” nº 99 - Junho 1989

 RITUAIS

The Perfect Cerimonies of Craft Masonry – as approved,sanctioned and confirmed by THE UNITED GRAND LODGE on 5thJune,1816 – And as taught in the Unions Emulation Lodge of Improvement For M.Ms. – Freemason Hall, London – A Rew and Revised Edition Privateley printed for a Lewis- London MDCCCXVIII (1918)

(Foi deste Ritual que o Irmão Joseph Sadler fez a tradução em l920 para o português)

Emulation Ritual

As demonstrated in the Emulation Lodge of Improvement – Compiled by and published with the approval of the Committee of the Emulation Lodge os Improvement A Lewis

(Masonic Publishers Ltd. – All rights Reserved, 1976 – London -

Rituais 1º,2º e 3º graus “Cerimônias Exatas da Arte Maçônica” – Tradução da edição inglesa de l918, realizada em l920 pelo Irmão Joseph Thomaz Wilson Sadler da Loja “Lodge of Unity”, de São Paulo, impressa em Londres, aprovada pela Grande Loja Unida da Inglaterra e adotado pelo Grande Oriente do Brasil.

Rituais do 1º, 2º e 3º graus do Rito de York organizados pelo Irmão ANATOLI OLIYNIK, Grande Secretário Geral de Orientação Ritualística do Grande Oriente do Brasil para Rito de York Ano 2.000

 
TRABALHO COMPILADO PELO IRMÃO HERCULE SPOLADORE

25 de junho de 2012

Transformar o Mundo Interior:


Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Estas atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar. Deste ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporções cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum impacto. 

Se existe amor, há também esperança de existirem verdadeiras famílias, verdadeira fraternidade, verdadeira igualdade e verdadeira paz. Se não há mais amor dentro de você, se você continua a ver os outros como inimigos, não importa o conhecimento ou o nível de instrução que você tenha, não importa o progresso material que alcance, só haverá sofrimento e confusão no cômputo final. O homem vai continuar enganando e subjugando outros homens, mas insultar ou maltratar os outros é algo sem propósito. O fundamento de toda prática espiritual é o amor. Que você o pratique bem é meu único pedido 


A felicidade é um estado de espírito. Se a sua mente ainda estiver num estado de confusão e agitação, os bens materiais não lhe vão proporcionar felicidade. Felicidade significa paz de espírito.


Se existe amor, há também esperança de existirem verdadeiras famílias, verdadeira fraternidade, verdadeira igualdade e verdadeira paz. Se não há mais amor dentro de você, se você continua a ver os outros como inimigos, não importa o conhecimento ou o nível de instrução que você tenha, não importa o progresso material que alcance, só haverá sofrimento e confusão no cômputo final. O homem vai continuar enganando e subjugando outros homens, mas insultar ou maltratar os outros é algo sem propósito. O fundamento de toda prática espiritual é o amor. Que você o pratique bem é meu único pedido 


Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso. Não importa quais sejam os obstáculos e as dificuldades. Se estamos possuídos de uma inabalável determinação, conseguiremos superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho. 



Seria muito mais produtivo se as pessoas procurassem compreender seus pretensos inimigos. Aprender a perdoar é muito mais proveitoso do que simplesmente tomar de uma pedra e arremessá-la contra o objeto de sua ira. Quanto maior a provocação, maior a vantagem do perdão. É quando padecemos os piores infortúnios que surgem as grandes oportunidades de se fazer o bem a si e aos outros. 



A agressão é uma tendência que faz parte do nosso íntimo. Por isso, temos de lutar contra nós mesmos. Homens criados em ambientes rigorosamente não-violentos acabaram se transformando nos mais horríveis carniceiros. O que prova que a semente da mais insana agressividade mora nas profundezas de cada um de nós. Mas nossa verdadeira natureza é de modo geral pacífica. Todos nós conhecemos as agitações da alma humana, que está sujeita a imprevistos assustadores. Mas essa não é a sua força dominante. É possível e é necessário dominar a agressividade. 



O que mais nos incomoda é ver nossos sonhos frustrados. Mas permanecer no desânimo não ajuda em nada para a concretização desses sonhos. Se ficamos assim, nem vamos em busca dos nossos sonhos, nem recuperamos o bom humos! Este estado de confusão, propício ao crescimento da ira, é muito perigoso. Temos de nos esforçar e não permitir que a nossa serenidade seja perturbada. Quer estejamos vivenciando um grande sofrimento, ou já o tenhamos experimentado, não há razão para alimentarmos o sentimento de infelicidade. 



É através da arte de escutar que seu espírito se enche de fé e devoção e que você se torna capaz de cultivar a alegria interior e o equilíbrio da mente. A arte de escutar lhe permite alcançar sabedoria, superando toda ignorância. Então, é vantajoso dedicar-se a ela, mesmo que isto lhe custe a vida. A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância. Se você é capaz de manter sua mente constantemente rica através da arte de escutar, não tem o que temer. Este tipo de riqueza jamais lhe será tomado. Essa é a maior das riqueza 



Quando estiver praticando a caridade, faça-o com alegria e com um semblante radiante. Devemos praticar a caridade com um sorriso no rosto e otimismo no coração. 

O aprimoramento da paciência requer a presença de alguém que deliberadamente nos faça mal. Esse tipo de pessoa nos dá a chance de praticarmos a tolerância. A nossa força interior é posta à prova com mais intensidade do que aquela de que o nosso guia espiritual seria capaz. Em essência, o exercício da paciência nos protege da perda da confiança. 




O BANHO COMO UM PASSE MAGNÉTICO:


Para muitos, o Espiritismo é algo apenas que envolve reencarnação, pluralidade dos mundos e das existências, mediunidade e acontecimentos passados e futuros, porém, ele nos fala de evolução e evolução acontece especialmente nos momentos vividos presentemente, no dia a dia, em nossas relações com o outro e com nossa intimidade.

O BANHO COMO UM PASSE:

O contato da água no corpo provoca um estímulo magnético, que percorre todo o organismo, deixando-o calmo, e preparando-o para o sono reparador ou as lutas de cada dia. O banho diário, quando encontra na mente apoio, torna-se um passe. Além das virtudes curativas da água, enxertar-se-ão fluidos magnéticos, de acordo com a irradiação da alma. A disciplina dos pensamentos é uma fonte de bem-estar, na hora da higiene do corpo.

 No instante do banho é preciso que se entenda a necessidade da alegria, que nosso pensamento sustente o amor, até um sentimento de gratidão à água que nos serve de higiene. Visualize, além da água que cai em profusão, como fluidos espirituais banhando todo o seu ser. O impulso dessa energia destampa em nosso íntimo a lembrança da fé, da esperança, da solidariedade, do contentamento e do trabalho.

Por este motivo, banho e passe, conjugados, são uma magia divina ao alcance de nossas mãos. A água no banho é o fluido que vivifica o corpo. Poder-se-á vincular o banho ao passe, e ele poderá ser uma transfusão de energias eletromagnéticas. Uma mente ordenada na disciplina, em segundos, selecionará, em seu derredor, grande quantidade de magnetismo espiritual, e os adicionará, pela vontade, na água que lhe serve de veículo de limpeza física,passando a ser útil na higiene psíquica. 

Observem que, ao tomar banho, sentimo-nos comovidos, a ponto de nos tornarmos cantores! E a alegria advinda da esperança, nos chega da água, que é portadora dos fluidos espirituais, que lhes são ajustados por bênção do amor. O lar é o nosso ninho acolhedor, e nele existem espíritos de grande elevação, cuja dedicação e carinho com a família nos mostrará como Deus é bom. Essa assistência atinge, igualmente, as coisas materiais, desde a arborização, até o preparo das águas que nos servem.

Quantas doenças surgem e desaparecem sem que a própria família se conscientize disso? É a misericórdia do Senhor pelos emissários de Jesus, operando na dimensão oculta para os homens, e encarregados de assistir ao lar. Eles colocam fluidos apropriados nas águas para o banho, e nas que bebemos. E, quando eles encontram disposições mentais favoráveis, alegram-se pela grande eficiência do trabalho.

 Na hora das refeições, é sagrado e conveniente que as conversas sejam agradáveis e positivas. No momento do banho, é preciso que ajudemos, com pensamentos nobres e orações, para que tenhamos mãos mais eficientes operando em nosso favor. Se quisermos quantidade maior de oxigênio nitrogenado, basta pensarmos firmemente que estamos recebendo esses elementos, e a natureza nos dará isto, com abundância. É o "pedi e obtereis" de Deus.

A alegria tem também bases físicas. Um corpo sadio nos proporcionará facilidades para expressar o amor. Quando tomar o seu café pela manhã, tome convicto de que está absorvendo, juntamente com os ingredientes materiais, a porção de fluidos curativos, de modo a desembaraçar todo o miasma pesado que impede o fluxo da força vital em seu corpo. E sairá da mesa disposto para o trabalho, como também para a vida. Despeça-se de sua família com carinho e atenção, e deixe que vejam o brilho otimista nos seus olhos, de maneira a alegrar a todos que o amam; assim, eles lhe transmitirão as emoções que você mesmo despertou neles e isso lhe fará muito bem. 

O banho mais importante é aquele feito antes de dormir para tirar as contaminações materiais, mentais e espirituais do dia. Basta uma ducha rápida e relaxante. Daí garantirá uma noite repousante de sono e, ao acordar, todo o perfume de limpeza estará conosco.

Lembre-se de que um copo de água que tome, onde quer que seja, pode ser tomado e sentido como um banho e passes internos. Não se esqueça de bebê-lo com alegria e amor, lembrando com gratidão de Quem lhe deu essa água tão necessária pois, se ela vem rica de coisas espirituais, aumentará sua conexão com o divino poder interno. É muito bom estar consciente de cada coisa que nos acontece e estar agradecido, se sentindo abençoado e cheio de amor.

A consciência, a gratidão e o amor são três caminhos paralelos, que a felicidade percorre com alegria.

TFA/PP

24 de junho de 2012

A Origens Esotéricas das Festas Juninas:



As chamadas festas juninas não são meros festejos trazidos por portugueses católicos ao Brasil, consagrados a alguns dos principais personagens da cristandade (João Batista, Pedro e Paulo), mas uma comemoração cósmica antiquíssima que merece ser estudada aos olhos da Santa Gnose.

As fogueiras juninas sempre foram festas sagradas onde se acendiam os “fogos novos” em todas as grandes culturas solares, desde os astecas (com suas festas chamadas de Renovação do Fogo Novo) até os celtas, romanos e hindus. Essas festas têm relação com o Sol e suas posições no céu, nos propiciando mais ou menos luz, maior ou menor possibilidade de renovação da vida por meio do cio dos animais, do plantio e colheita do trigo e outras plantas, sementes e frutas.

Os fogos que celebramos durante as festas de junho não são mera adoração supersticiosa como os céticos creem, mas festas sagradas comemoradas por nossos remotos antepassados, da Stonehenge dos druidas às pirâmides maias e astecas, verdadeiros templos de adoração aos Deuses do Sol (ou Pítris Solares) devido à influência cósmica do Sol sobre a dinâmica da vida na Terra.

O dia 21 de junho (e dias em seu entorno) é celebrado no Hemisfério Norte como o dia mais longo do ano. Definitivamente, não é um dia como os demais, pois a natureza, o homem e as estrelas se dispõem a celebrar uma festa, carregada de grande poder e magia. Diz a tradição gnóstica que é nesse período que o  mundo astral e o físico estão em contato mais íntimo, permitindo que as pessoas do campo vejam com mais facilidade as fadas, os duendes e demais seres mágicos.

Esses seres especiais e seus guias, os Devas da Natureza, andam soltos pelos campos, e é por isso que os agricultores sempre renderam graças à Divina Mãe Natura, oferendando-Lhe os primeiros frutos, as primeiras sementes e acendendo os Fogos da Renovação. Este é o momento perfeito para suplicar mais fecundidade à Mãe Terra (a Pachamama dos incas), para que se possa armazenar alimentos para passar o outono e o inverno…

A celebração do solstício de verão no Hemisfério Norte (e o solstício de inverno aqui no Sul)é tão antiga como a própria humanidade. O grande mestre clarividente da Sociedade Teosófica Charles Leadbeater falava extensamente sobre os rituais atlantes aos 7 Deuses, dos quais o mais poderoso era o consagrado ao Sol. Em princípio acreditava-se que essa data era a último em que o Sol se manifestaria plenamente (o dia mais longo do ano), pois depois dessa data os dias são cada vez mais curtos, até que perto do dia 25 de dezembro, quando o Sol começaria a se manifestar novamente com todo seu esplendor, dando novamente vida, e vida em abundância (não é à toa que os antigos gnósticos escolheram esse dia, 25 de dezembro, como a data do nascimento de Jesus, o Cristo-Sol).

Por essa razão, nessa data são acesos fogos e realizam-se danças de toda classe ao redor do fogo para simbolizar a paciente espera do retorno do poder solar. Em tempos remotíssimos, acendiam-se fogueiras no topo das montanhas, ao longo dos rios e riachos, no meio das ruas e na frente das casas. Organizavam-se procissões com tochas e se faziam girar rodas de fogo colina abaixo e através dos campos, também com o intuito de exorcizar as entidades negativas que se aproveitavam da maior abertura dos portais astrais nesse período.


Os sacerdotes também faziam os participantes realizar danças circulares ao redor dessas fogueiras mágicas, além de fazê-los saltarem sobre elas, com o intuito de serem purificados e protegidos das influências negativas e assegurar, em breve, o renascimento do Sol.
No antigos mitos gregos, especialmente nas tradições de Elêusis, os solstícios eram chamados de “Portais” (o solstício de verão era chamado de Portal dos Homens, porque se venerava a Mãe Natureza, a Virgem Mãe, que alimentava o ser humano com suas sementes sagradas, e o solstício de inverno era chamado de Portal dos Deuses, porque era nesse momento que os Deuses do Sol, e depois o Cristo-Sol, desciam à Terra para salvar a Humanidade).

Os solstícios e os equinócios são altas concentrações de energia cósmico-solar e os altos Iniciados conheciam o poder regenerativo de tais datas, por isso criaram-se festejos, fogueiras, rituais, procissões, danças tântricas e muito mais, em honra ao Cristo Cósmico e à Mãe Divina. Um mesmo sentimento de amor a Deus sempre foi compartilhado por povos solares, mesmo que afastados entre si pelas distâncias. Vejamos o caso dos incas, verdadeiros adoradores de Inti, o Cristo-Sol. Os dois festivais primordiais do mundo incaico eram o Capac-Raymi (o ano-novo), que tinha lugar em dezembro, perto do dia 15, e o que era celebrado todo dia 24 de junho, o Inti-Raymi (o Festa do Sol), na impressionante esplanada de Sacsahuamán, muito perto da cidade de Cusco.

No mesmo instante da saída do astro-rei, o Inca elevava os braços e exclamava: “Ó meu Sol, ó meu Sol, ó meu Sol (o aspecto espiritual do Sol, ou seja, o mesmíssimo Cristo Cósmico dos essênios e gnósticos), envia-nos teu calor, que o frio desapareça (o frio lunar do Ego)”. Os povos inca, também o quéchua e o aimara, em êxtase e alegria, seguia o Inca em sua adoração ao Sol Central durante todo o apogeu do Tahuantinsuyo.

Entre os sagrados druidas havia a celebração céltica do Beltaine (que se celebrava diversas vezes ao ano). Esse nome significa Fogo de Belenos, ou Belo Fogo. Durante o Beltaine os sacerdotes-magos acendiam fogos que, depois das primeiras oferendas em honra a Belenos, ou o Cristo-Sol, faziam passar o gado e depois as pessoas do povo para purifica-los e defende-los do mal, das enfermidades e do mau destino. Enquanto passavam perto das fogueiras, os sacerdotes e sacerdotisas (os druidas e as druidesas) rogavam aos deuses do sol, da natureza e do fogo para que o ano continuasse sendo frutífero, e para isso oferendavam o que eles tinham de melhor, ou seja, os primeiros frutos e cereais que eles colhiam.

Outra das raízes de tão singular noite há que se buscar nas festas gregas dedicadas ao deus Apolo, que se celebravam no solstício de verão, acendendo grandes fogueiras de caráter purificador. Os romanos, por sua parte, dedicavam essas festas também a Minerva, a deusa da Sabedoria, onde tinham o costume de saltar três vezes sobre as chamas. Os romanos também atribuíam poderes muito especiais às plantas medicinais que eram colhidas pelas vestais (sacerdotisas gnósticas adoradoras de Vesta, a deusa do Fogo). O cristianismo gnóstico foi muito esperto em adaptar tais festividades ditas pagãs e renomeá-las em seus calendários.


A Santa Noite de São João Batista:

Esta é uma data profundamente mágica, em que nenhum Iniciado deve perder as oportunidades de realizar rituais, missas, práticas mágicas, e até mesmo simples orações feitas com veneração à Divina Mãe Natura.

Esta é uma noite em que as numerosas “lendas” fantásticas são unânimes em ensinar que é um período em que se abrem, de par em par, os invisíveis Portais do “outro lado do espelho”: o brilho da Luz sobre os lagos encantados… permite-se o acesso às cidades subterrâneas, aos castelos das mestras do fogo, aos palácios encantados dos unicórnios e dragões sagrados, libertam-se de suas ataduras as rainhas, princesas e infantas e suas crianças para que brinquem e passeiem no mundo dos humanos… afloram aos olhos “daqueles que creem” enxames de raros espíritos e entidades elementais amparados na obscuridade  misteriosa desta noite, tão comentada pelos iluminados Tritemo, Paracelso e Samael.

As damas das nuvens, dakinis do mistério tibetano com seus olhos azul-celeste, olham para a terra e aguardam ternamente o galã que as desposará de forma santificada. As galinhas de ovos de ouro vêm ao mundo físico para ciscar na terra sacralizada desta noite mágica. Azrael, o anjo do espelho, passeia na noite cor azul-chumbo, à espera de conversar com algum sacerdote gnóstico inspirado. As plantas venenosas perdem momentaneamente seu poder e as salutíferas multiplicam suas virtudes aos que as colhem amorosamente.
Os djinn misteriosos das cavernas e das areias gritam e tocam suas cornetas de chifres nos desertos da Arábia Feliz, chamando os crentes para adorar e sempre relembrar o Todo-Poderoso.

Os meninos dos fetos-machos abrem seus grandes e brilhantes olhos e observam alegremente os que realizam o ritual sagrado no exato instante das doze badaladas.

Definitivamente, a atmosfera se carrega com um alento sobrenatural que impregna cada lugar mágico do planeta. Este é o momento propício para estremecermos a alma, colocarmos nossos filhos e netos no colo e narrar-lhes nossos contos, histórias e lendas juninas que saírem de nossa memória.

Na Noite de São João Batista, se não pudermos realizar nenhum ritual na mata ou no templo-lumisial, oremos ao patrono cristão desta data, São João, por três vezes consecutivas: “São João, São João, São João, me dê pão”. E João Batista (o guardião interno do Selo de Samael) atenderá seu pedido, dando a você o Pão da Sabedoria…

E no dia seguinte a essa data, deve-se reverenciar a agradecer ao Cristo-Sol e a seu anunciador, o Batista, pelas bênçãos recebidas. Deve-se meditar no Cristo João e refletir por que Ele é o guardião do Mundo dos Elementais, do mundo Jinas, onde floresce a videira do Senhor.

Fonte: