“É um prazer puro da alma espalhar pelo
mundo o fruto de seus estudos e meditações, ainda sem outra remuneração que a
consciência de fazer bem.” José
Bonifácio
A Maçonaria possui uma
consistência histórica incomparável entre as instituições modernas. No entanto,
não há alegria maior do que pertencer a uma ordem histórica com nomes tão
ilustres e coerentes com a filosofia maçônica. Sou Maçom desde 2008 e
historiador pela Universidade Federal de Ouro Preto. Nestes anos de dedicação e
estudos profanos e maçônicos me cativou imensamente a figura de José Bonifácio.
Para mim, não existe exemplo maior de pureza patriótica e humanismo do que o
primeiro Grão-Mestre da Maçonaria do País.
Não quero neste
pequeno artigo ressaltar seus grandes feitos no processo de independência
brasileiro que já possuem grande destaque nos livros de história profanos.
Quero, antes de tudo, deixar claro seu espírito maçônico e democrático.
No combate ao
obscurantismo, buscou a erudição bacharelando-se em filosofia e direito em
Coimbra em 1786. Seu conhecimento não ficou apenas restrito à teoria, partindo
em 1790 para uma longa peregrinação científica pelos países da Europa,
percorrendo a França, Países Baixos, Alemanha, Suécia, Noruega, Escandinávia,
Boêmia, Hungria, Itália, onde privou com vultos de realce nas ciências e nas
letras, notadamente Lavoisier, Werner e Jussieu.
De volta ao Brasil,
desempenhou um papel honroso nos rumos políticos e na instituição maçônica. Sua
empatia com a filosofia da ordem transparecia em toda sua obra:
“Assim tudo é ligado
na imensa cadeia do Universo; e os bárbaros que cortam e quebram seus elos
pecam contra Deus e a natureza, e são os próprios autores de seus males”.
Seu
espírito democrático foi extremamente benéfico para a política do País. Ele
sabia que a Maçonaria apesar de se propor apolítica não era, de forma alguma,
amoral:
“De que serve uma
Constituição em papel? A Constituição deve estar arraigada em nossas leis,
estabelecimentos e costumes.”
Sua irmandade se mostrou sólida em suas relações com o Irmão Joaquim
Gonçalves Ledo, do qual divergia quanto às ideias republicanas. José Bonifácio
foi um defensor ferrenho do regime monárquico. Apesar dessas diferenças, eles
nunca deixaram que suas opiniões interferissem no progresso da Nação ou da
Maçonaria.
Todo seu espírito
humanístico transpareceu em seus ensinamentos a um dos maiores, senão o maior
governante do país: D. Pedro II. O imperador, apesar de não ter ingressado na
Ordem como o pai, agiu como um verdadeiro Obreiro, durante seu governo,
incentivou as artes, as ciências, a ecologia (reflorestando toda a Tijuca), o
amor, a terra e a erudição.
Até mesmo a morte
deste sublime Maçom foi um exemplo. Com 75 anos de idade, José Bonifácio
faleceu na cidade de Niterói onde viveu seus últimos dias em um regime de
pobreza e simplicidade, dignas de um Maçom que tinha tão altas qualidades de
inteligência, energia e amor à Pátria, que libertou e engrandeceu.
É com orgulho que hoje
participo da mesma ordem que esse Maçom exemplar cujos pensamentos refletiam os
princípios iluministas mais nobres e altivos de todo o século XVIII.
Ir.’. Igor Guedes de Carvalho
Aprendiz Maçom • Placet: 25309
Loja Vigilantes da Colina Nº 68
Grande Loja de Minas Gerais • MG
Loja Vigilantes da Colina Nº 68
Grande Loja de Minas Gerais • MG
Um comentário:
Olá, tio maçom! Sou DeMolay e apaixonado por história! Também considero José Bonifácio o maior exemplo a ser seguido de nossa história. Mas não seria bom colocar no texto sobre a sua saída da Maçonaria e criação de uma nova Ordem? Mesmo, no fim de sua vida ele tendo voltado a Maçonaria, é bom ressaltar esse período "anti-GOB". Fiquem com o Pai Celestial!
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