A MAGIA TEÚRGICA
O que é a Teurgia
O termo Teurgia significa literalmente “obra divina” ou “o trabalho de Deus”. O prefixo theoi significa “deuses” e ergon “obra” ou “ trabalho”. Seu sentido particular, dentro das práticas mágicas, é fazer descer as divindades à Terra e estabelecer uma comunicação dos seres angélicos e deuses com os homens. Teurgia foi um termo criado pelos filósofos neoplatônicos da corrente de plotino e Amonio Sacas.
A Teurgia sempre foi conhecida como “alta magia”, por tratar-se da forma de magia mais poderosa que existe. Nesse sentido, teurgia é também considerada a busca, o caminho que se percorre na magia para o contato com o plano divino. Por este motivo a teurgia é também conhecida como magia branca ou magia divina.
O livro que os teurgistas mais recorrem para beber do conhecimento mágico é um tratado de magia intitulado “Oráculo Caldeu”, atribuído a Zoroastro, grande mestre da Persia. Porém, há algumas divergências em relação à autoria do livro. Alguns defendem ser Julianus, o neoplatônico, o verdadeiro autor. A despeito disso, o oráculo Caldeu é conhecido há vários séculos como um compêndio de esoterismo e magia.
A Magia teúrgica foi aos poucos sendo destruída pelo poderio da Igreja, porém muitos magos preservaram intacto esse conhecimento através das idades e hoje podemos ter uma noção do que era praticado na antiguidade. O conhecimento teúrgico é muito praticado nos dias de hoje e muitos magos recorrem aos tratados originais para estabelecer o contato entre os homens e as divindades.
Existe uma diferença significativa entre invocar e praticar teurgia. Nem toda a invocação é teúrgica, mas toda a teurgia é uma invocação. A invocação é o ato de clamar, de convidar uma divindade, um arquétipo ou, como preferem alguns, um ser angélico para estar em nossa presença, manifestamente, e nos transmitir ensinamentos elevados sobre os mais variados temas do conhecimento universal.
O mecanismo da Teurgia não é muito simples. Alguns o realizam através de rituais muito elaborados e complexos. Para outros, no entanto, este é um ato simples de harmonização psíquica entre o mago ou iniciado e o ser divino. Talvez um ritual muito difícil não seja tão direto quanto a nossa consciência ascendendo aos píncaros divinos. Os rituais teúrgicos podem ser realizados através da oração, que consiste basicamente na focalização da mente em símbolos que representem ideias-forças, potências ou significados essenciais.
Muitos defendem que esses seres angélicos não são exatamente individualidades muito evoluídas, como costumamos acreditar com base no espiritualismo ocidental. Mas estas seriam encarnações de aspectos divinos, qualidades supra-humanas e cósmicas, seres que se uniram a determinados arquétipos fundamentais, que estão na base da alma do mundo e da organização do funcionamento do universo e suas leis.
Na realidade, a invocação de entidades espirituais, como nosso anjo guardião, possuem alguns riscos significativos. Em primeiro lugar, estaremos mexendo com forças e energias que ainda não compreendemos, sendo este um motivo muito revelante para termos todo o cuidado nessa área. Ainda não temos um entendimentos dos desígnios divinos para acreditar que somos “mestres em teurgia”.
Em segundo lugar, nossa mente apreende melhor a realidade dentro de uma condição espaço-temporal e nossa consciência percebe o objetivo e o manifesto com mais facilidade. Dessa forma, existe uma tendência no homem de buscar uma visão concreta de eventos espirituais e cósmicos, um sentido interior que ele ainda é muito carente. Assim, a possibilidade do mago cair na ilusão do mundo é maior quando se utiliza a teurgia como forma a enxergar o divino com a visão e compreensão humanas.
Sempre dizemos que, aos olhos da natureza limitada da mente, teremos apenas uma ilusão do plano divino e de suas energias e consciências, pois igualmente limitada é a sabedoria do homem. Assim, o mais recomendável não seria fazer os deuses descerem à Terra e conversar com os homens, mas sim fazer os homens ascenderem, em consciência, à sublime região dos planos sutis e perceber o divino tal como ele é: sem fronteiras e sem imperfeições.
TFA/PP
Ir Daniel Martina Toupitzen
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