A impostação de mãos é um potencial humano natural que tem sido
utilizado desde épocas anteriores a Cristo. Entre as diversas técnicas que
trabalham com a impostação de mãos podemos citar o Toque Terapêutico (KRIEGER,
1976), o Jin Shin Jyutsu (BURMEISTER, 1997), o Reiki (WARDELL, 2001), o Qi Gong
e o Johrei (OSCHMAN, 2000).
O Toque Terapêutico (TT), ou Método Krieger-Kunz, foi descrito no
início da década de 70 por Dolores Krieger, da Divisão de Enfermagem da New
York University. De acordo com seus autores, é um método no qual as mãos são
usadas para dirigir energias humanas. Seus praticantes alegam que os
"campos energéticos" do paciente podem ser detectados e
intencionalmente manipulados pelo terapeuta.
De acordo com KRIEGER (1976), o TT não possui qualquer base religiosa e
independe da fé ou crença daquele que o recebe ou do praticante para ser
efetivo. Sua aplicação requer, entretanto, a intencionalidade consciente do
praticante com o intuito de repadronizar o campo energético humano. O Jin Shin Jyutsu, descrito por Jiro Murai, no Japão, envolve o toque em pontos
determinados do corpo do paciente, chamados “pontos de segurança de energia”.
Os praticantes acreditam que suas mãos funcionam como “baterias energéticas”,
que podem “carregar” determinadas áreas e “descarregar” outras, conforme a necessidade da pessoa, visando restabelecer e
harmonizar os padrões circulatórios da energia (BURMEISTER, 1997).
O Qi Gong é considerada uma técnica chinesa de impostação de mãos
milenar. “Qi” significa energia e “Gong” é a união das condições fisiológicas,
mentais e emocionais do praticante. É um método que visa mobilizar, harmonizar
e aplicar o "fluxo energético" no corpo. Os praticantes acreditam
que, ao realizar os exercícios de Qi Gong, os pontos de entrada de energia
estarão abertos absorvendo a energia da natureza (ZHANG, 1998).
O Johrei é uma prática de impostação de mãos, descrita por Mokiti Okada, no Japão, vinculada à igreja messiânica. Seus praticantes acreditam que através da impostação de mãos sobre o corpo de uma pessoa energias invisíveis podem provocar alterações tanto no físico quanto no emocional e espiritual (OSCHMAN, 2000).
O Johrei é uma prática de impostação de mãos, descrita por Mokiti Okada, no Japão, vinculada à igreja messiânica. Seus praticantes acreditam que através da impostação de mãos sobre o corpo de uma pessoa energias invisíveis podem provocar alterações tanto no físico quanto no emocional e espiritual (OSCHMAN, 2000).
O Reiki é uma técnica de impostação de mãos que foi concebida no Japão,
no final do século XIX; seus praticantes acreditam na existência de uma energia
sutil que pode ser canalizada e transmitida a outras pessoas através de pontos
específicos intitulados de Chakras (BULLOCK, 1997; WARDELL, 2001). Há relatos de aplicações destas técnicas em inúmeras áreas da medicina como
recurso complementar às terapias convencionais (KELNER & WELLMAN, 1997;
WIRTH & BARRET, 1994) demonstrando resultados promissores, sobretudo na
recuperação de pacientes crônicos e imunodeprimidos, como, por exemplo, pacientes oncológicos, tanto pediátricos
quanto adultos (OLSON & HANSON, 1997; FERNANDEZ, 1998), pacientes com
síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA) (TOUPS, 1999) e, também, no
alívio de sintomas como dispnéia, edemas e ansiedade em pacientes terminais
(BULLOCK, 1997), como adjuvante na terapia com opióides no manejo da dor e em
pacientes obstétricas durante a gravidez (PETRY, 2000A, B, C; RANZINI, 2001;
SATYA, 2001).
Encontramos na literatura alguns trabalhos que investigaram, em humanos,
as alterações fisiológicas decorrentes de tratamentos por diferentes práticas
de impostação de mãos que sugerem, entre outros efeitos, uma melhora do sistema
imunológico.
QUINN e STRELKAUSKAS (1993) conduziram um estudo piloto com
participantes que estavam em estado de luto familiar recente onde, após a
aplicação do Toque Terapêutico, essas pessoas apresentaram redução no número de
linfócitos T-supressores, implicando na ativação e elevação do sistema
imunológico. Em 1997, OLSON corrobora os resultados deste trabalho demonstrando
também elevação na imunidade humoral de pacientes tratados com a mesma técnica
(OLSON, 1997).
WINSTEAD-FRY e KIJEK (1999) revisaram 29 estudos da eficácia dessa mesma
modalidade terapêutica complementar sobre a redução da dor, ansiedade e
estresse, e encontraram 19 estudos que demonstraram benefícios para seus
clientes.
LAFRENIERE (1999) examinou os efeitos fisiológicos do Toque Terapêutico
através da mensuração dos níveis de cortisol, dopamina e óxido
nítrico, bem como distúrbios de humor e ansiedade. Após três sessões semanais consecutivas foram encontradas alterações positivas e significativas nos níveis de óxido nítrico e cortisol, além de redução do estresse aferido por teste psicológico no grupo experimental.
nítrico, bem como distúrbios de humor e ansiedade. Após três sessões semanais consecutivas foram encontradas alterações positivas e significativas nos níveis de óxido nítrico e cortisol, além de redução do estresse aferido por teste psicológico no grupo experimental.
WARDELL (2001) avaliou o efeito de um tratamento Reiki, em pessoas
saudáveis, sobre marcadores biológicos relacionados ao estresse, como
mensuração dos níveis de Imunoglobulina A (IgA) e cortisol, pressão sanguínea,
tensão muscular, temperatura e condutância da pele, além da avaliação do estado
de ansiedade através da aplicação de testes psicológicos. Os dados foram
coletados antes, durante e imediatamente após as sessões. Os resultados finais
foram baseados em comparações entre o antes e o depois das sessões de Reiki
demonstrando uma elevação dos níveis de IgA, queda na pressão sanguínea
sistólica e uma ansiedade significantemente reduzida. Não foram detectadas
diferenças relevantes quanto aos níveis de cortisol, tensão muscular,
temperatura e condutância da pele.
Apesar dos achados sugestivos, os autores destes trabalhos não
discutiram se as mudanças bioquímicas e fisiológicas encontradas podem ser
realmente atribuídas aos tratamentos aplicados ou a um efeito placebo a que os
pacientes de seus estudos possivelmente estariam submetidos, uma vez que
poderiam estar sob influência de fatores condicionantes de natureza psicológica
e emocional, como fé, crença e esperança no tratamento (KIRSCH, 1985, 1990;
HARRINGTON, 1997; WILKINSON, 2002).
Com o objetivo de verificar os possíveis efeitos biológicos de
tratamentos por impostação de mãos, isolando o efeito placebo a que os seres
humanos podem estar submetidos, encontramos na literatura raríssimos e
discutíveis trabalhos que se utilizaram de animais como modelos experimentais
(GRAD, 1961; LEI, 1991).
GRAD e colaboradores (1961) estudaram o desenvolvimento do bócio
tireoideano induzido em ratos tratados por impostação de mãos. Para produzir a
doença nos animais, o pesquisador os submeteu a dietas especiais, que
favoreciam o surgimento do bócio, composta por alimentos deficientes em iodo. A
água oferecida continha Tiouracil, um agente bloqueador do hormônio da
tireóide. À medida que os animais desenvolviam o bócio, eram separados em dois
grupos: um controle e um experimental, que eram expostos ao tratamento por
impostação de mãos. Também foram criados subgrupos para controlar a possível
influência de fatores como os efeitos térmicos produzidos pelas mãos do
terapeuta e os efeitos comportamentais resultantes da manipulação dos ratos
pelos tratadores.
O primeiro subgrupo de controle não recebia nenhum tratamento. Os ratos
do segundo subgrupo de controle foram colocados em gaiolas envolvidas por fitas
eletrotérmicas que simulavam o calor produzido pelas mãos humanas. Os animais pertencentes ao grupo que seria submetido ao tratamento por
impostação de mãos eram colocados em uma gaiola especial onde o aplicador
poderia tratar vários deles simultaneamente, durante quinze minutos por dia. O experimento foi realizado em 40 dias, sendo que no final desse período todos
os ratos foram examinados para que se determinasse quantos animais em cada
grupo apresentavam um bócio significativo. Embora todos os animais
apresentassem um aumento no tamanho da tireóide ao término do período de teste
de quarenta dias, verificou-se que os animais tratados apresentavam uma proporção
significativamente mais baixa de casos de bócio.
Utilizando-se de uma metodologia semelhante quanto a forma e tempo de
tratamento, LEI (1991) estudou os efeitos de um tratamento de Qi Gong em
camundongos inoculados com diferentes linhagens tumorais (Erlich e Sarcoma-180)
sobre a atividade citotóxica NK de células esplênicas, citólise tumoral mediada
por macrófagos e níveis de produção de IL-2. Os resultados demonstraram que o
tratamento empregado, além de apresentar um efeito inibidor sobre o crescimento
de ambas linhagens tumorais, elevou os efeitos das funções imunológicas
antitumorais, através de uma elevação da atividade citotóxica das células NK
esplênicas.
Estes resultados em modelos animais de experimentação, embora com
modelos que possam ser discutidos, reforçam a sugestão de que tratamentos de
impostação de mãos, independentemente da técnica empregada, produzem alterações
fisiológicas, principalmente no sistema imunológico, e que provavelmente
independam de fatores condicionantes, sejam eles ambientais ou psicológicos,
envolvidos com o efeito placebo. TILLER (1999) formula a hipótese de que os tratamentos por impostação de mãos
produzam seus efeitos a partir da transmissão de energias sutis. Segundo este
autor, as energias sutis podem ser definidas como sendo todas as formas de
energias além daquelas atualmente reconhecidas pela física.
A natureza física dessas energias ainda não está esclarecida, porém, tem sido
sugerida uma ligação destas com radiações infravermelhas, de característica
calórica, visto que há relatos de sensações térmicas de calor por parte de
praticantes e pacientes das diversas modalidades de impostação de mãos
(OSCHMAN, 2000).
As radiações infravermelhas são invisíveis, possuem comprimento de onda
entre 700 e 1500nm e são mais penetrantes que a luz visível e a radiação
ultra-violeta. Atravessam totalmente a pele, alcançando até mesmo a hipoderme,
mas, a medida que seu comprimento de onda aumenta, esta propriedade é
gradualmente perdida. Devido às suas propriedades as radiações infravermelhas
têm sido empregadas largamente pela medicina convencional para o tratamento de
diversas doenças (OSCHMAN, 2000; NAESER, 2002).
Ao longo das últimas décadas, cientistas de diversas áreas vêm tentando desenvolver conexões lógicas e mensuráveis entre os campos sutis de energia biológica, com a finalidade de tentar compreender como estes são gerados e como podem ser afetados em diferentes situações. Para tanto, vários experimentos vêm sendo conduzidos com o intuito de investigar e procurar maiores explicações físicas sobre estas energias e, também, como elas podem ser transmitidas pelo ser humano (OSCHMAN, 2000).
ZIMMERMAN (1990) e SETO (1992) conduziram experimentos que demonstraram
a produção de pulsos eletromagnéticos de freqüência variável pelas mãos de
terapeutas de diversas modalidades de impostação de mãos, com a utilização de
magnetômetros.
TILLER (1999) descreve em seu artigo seis experimentos nos quais ele utilizou desde simples câmeras fotográficas até aparelhos sofisticados de eletroeletrônica para estudar as energias sutis. Em todos os experimentos foram observados resultados sugestivos com diferenças significativas dos grupos experimentais em relação aos seus controles, o que levou o pesquisador a concluir que as energias sutis existem e que sua propagação pode ser documentada, por exemplo, através de fotos ou aparelhos elétricos que medem o deslocamento de partículas de gás.
TILLER (1999) descreve em seu artigo seis experimentos nos quais ele utilizou desde simples câmeras fotográficas até aparelhos sofisticados de eletroeletrônica para estudar as energias sutis. Em todos os experimentos foram observados resultados sugestivos com diferenças significativas dos grupos experimentais em relação aos seus controles, o que levou o pesquisador a concluir que as energias sutis existem e que sua propagação pode ser documentada, por exemplo, através de fotos ou aparelhos elétricos que medem o deslocamento de partículas de gás.
Há também uma grande possibilidade de que a impostação de mãos provoque seus efeitos fisiológicos através da interação entre os campos bioeletromagnéticos próprios de cada ser vivo, uma vez que estes possuem certas potencialidades e polaridades elétricas, que podem ser atribuídas à direção da rotação dos elétrons (OSCHMAN, 2000). É importante ressaltar que os campos bioeletromagnéticos se modificam de momento a momento, sendo afetados pelos eventos energéticos que estão ocorrendo ao seu redor, constituídos por diferentes tipos de forças energéticas, como a eletromagnética ou a gravitacional (OSCHMAN, 2000).